Os mortos sem Enterro - Livro

Sans Sépulture

Schmitt, A & Anstett, E. (eds.) (2023): Sans sépulture: Modalités et enjeux de la privation de funérailles de la Préhistoire à nos jours. Archaeopress. Oxford  ISBN: 978-1-80327-426-3

Sinopse: 

Paradoxalmente, enquanto a fragmentação, profanação ou abandono dos restos mortais são atestados em muitos contextos arqueológicos ou históricos, a ausência intencional de ritos funerários não foi até agora objeto de estudos sistemáticos ou de grandes comparações no campo das ciências sociais. 

posição anômala do defunto num enterramento da necrópole neolítica de Martins, França

E, afinal, ainda sabemos muito pouco sobre o que leva uma sociedade a privar ou dispensar intencionalmente um indivíduo de tratamento fúnebre. São as modalidades de privação de funerais sempre e em todos os lugares as mesmas? Ou variam de acordo com os contextos socio-históricos, estando singularmente ligadas a situações de crise? 

cena de uma miniatura do Recenssão de Silvestre, século XIV, fonte: Эело

Quais são as diferentes questões que presidem à privação de tratamento fúnebre? De forma mais geral e analítica, a partir de que elementos factuais nos é possível identificar e qualificar situações de privação de ritos fúnebres? 

corpo "mão morto" enterrado em uma fossa esperando o enterro definitivos durante a festa do ossos (makavera), ilha de Sumba, Indonésia 

Para responder a este vasto conjunto de questões, reunimos neste volume doze contributos de arqueólogos, antropólogos e historiadores, fruto de um trabalho coletivo realizado durante as jornadas de estudo que decorreram em 2021 e 2022. em Montpellier e Marselha. Esses dias iniciaram uma dinâmica de reflexão interdisciplinar e diacrónica, particularmente rica e densa, sobre a diversidade de motivações que levam à privação intencional de funerais. 

sepulturas megalíticas ao lado da casa origem da linhagem da Ilha de Sumba

Na sua extensão, estes doze capítulos convidam também a refletir sobre o percurso intelectual que permite, a partir de dados arqueológicos, históricos ou etnográficos, atestar a ausência de tratamento fúnebre, e sobre os instrumentos intelectuais e teóricos de que dispomos para abordar a questão .de privação de funeral.

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