sábado, 24 de setembro de 2022

A Complexidade Cultural fiz-nos parvos acaso?


Tem a complexidade social contribuído a um decrescimento do tamanho do cérebro humano?

Em este recente artigo que aqui resumimos apresenta-se um argumento fortemente contra-intuitivo, o qual não implica que seja incorreto (boa parte dos descobrimentos científicos são ou eram isso: contraintuitivos), que o progresso da cultura material e da complexidade social, com a existência de médios externos de armazenar a informação além do indivíduo no grupo social cada vez mais complexos, teria detido as pressões adaptativas que influiram no aumento do tamanho do cérebro humano, dando lugar de facto a um decrescimento de seu volume

Paradoxalmente a "cultura", nos faz mais "cultos" mas não necessariamente mais "inteligentes", precisamente porque ser mais inteligente a um nível individual deixa de ser tão relevante, ao ser o deficit cognitivo particular equilibrado ou compensado pela "inteligência" coletiva do grupo (instituições, sistemas de informação, etc.).

Em este sentido Platão já se queixava de que a "escritura" estava a acabar coa memória dos seus contemporâneos, e outro tanto poderíamos nós dizer das calculadoras com respeito a capacidade matemática, ou mesmo, mais recentemente, do buscador de google ou da wikipedia ... em certa forma a "cognição estendida" ou "distribuída" faz que seja menos apremiante o role da "cognição" particular.


Mas ao mesmo tempo estas tecnologias cognitivas (escritura, arquivos, computação, etc.) são pré-requisitos necessários para o suporte de níveis de complexidade a uma maior escala (cidades, estados, globalização, etc.) para gerir a informação e a toma de decisões que estes implicam.


Temos aqui uma nova prolongação do que Renfrew denominou como o "Paradoxo do Sapiens" (Sapiens Paradox), o aparente hiato entre a emergência das capacidade cognitiva e nível cerebral e a sua expressão material em esse "fenótipo estendido" que em certa forma é a Cultura. Seria sui generis um segundo Paradoxo do Sapiens




Certamente, isto é uma hipótese, e como qualquer arqueólogo ou paleontólogo arguirá, necessita de muita mais evidência posterior para a sua confirmação ou falsação. Nenhuma hipótese esta plenamente confirmada quando se apresenta por primeira vez, senão não se seria uma hipótese, nem haveria hipóteses, nem ciência.



De momento pranteia uma serie de questões que dão para reflexionar, sobre os preconceitos assumidos sobre a evolução humana e social. Aos "neo-ilustrados" ingénuos coma Pinker não lhes sentara bem, de certo. De certo interessante


Bibliografia: 

De Silva, J.M., Traniello J. F. A., Claxton, A.r G. &  Fannin, L. D. (2021):  “When and Why Did Human Brains Decrease in Size? A New Change-Point Analysis and Insights From Brain Evolution in Ants” Frontiers in Ecology and Evolution DOI: 10.3389/fevo.2021.742639   

Renfrew, C.: "The Sapient Paradox: Social Interaction as a Foundation of Mind" palestra disponivel aqui


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Extranhas Crenças - Evans-Pritchard

 

Aproveitamos a postagem anterior para por aqui o documentário "Strange Beliefs: Sir Edward Evans-Pritchard" que dentro da serie documental Strangers Abroad fora emito nos anos 90 pela televisão britânica, disponibiliçado na canle Ayabaya do professor Alam Macfarlane criador do magnifico Anthropologist and other Ancerstors.




O filme percorre a formação de Pritchard como antropólogo, a importância do trabalho de campo, as divergências teóricas e pessoais com seu mestre Malinowski, dando uma visão da evolução e origem do seu pensamento e primeiras intuições, centrando-se sobre tudo na aporte de Evans-Pritchard a hora de valorizar o pensamento das sociedades não-europeia como lógico e racional em contra das teses correntes na antropologia ocidental desde o s. XIX.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Moleculas, Velorios e Termites

MOLECULAS, VELORIOS E TERMITES

Em uma realidade por é definição multicausal, na que não só há multiplex causas atuando, senão distintos níveis e estrato de causalidade, superpostos um ao outro em, solando-se em paralelo mais que entrecruzando usualmente, mas que formam em conjunto o tecido intrínseco, más não sempre obvio, do real, não se trata as vezes tanto de estabelecer a causas senão de perceber quais de elas são significativas, e sobre tudo, relevantes em cada plano contextual.


Há cousas que podem ser de tipo mais pragmático, instrumental, e outras que dificilmente poderiam parametrizar-se com os critérios das anterior, mas que fazem sentido em circunstâncias onde o feito de uma resposta baseada em uma causalidade instrumental ou monista pura não é uma boa opção, de certo. E mais, em algumas de estas circunstância pode mesmo ser uma opção, grosseira intelectualmente e ainda inadequada, mas também incomoda ou mesmo reprovável científica ou socialmente.


Ponhamos um caso hipotético, mas muito corrente. Assistir a o velório de um familiar de um bom amigo/a. Todos conhecemos esse tipo de situações e contexto, as frases feitas recorrentes nas que nos apoiamos como numa muleta um eivado, quando não sabemos de facto que dizer, e ao mesmo tempo queremos expressar o nosso pesar, e solidariade a pessoa que temos diante “Não somos nada”, “acompanho-te no sentimento”, e todas as perguntas associadas para mitigar o silencio subsequente e mitigar a tensão e a dor-contida, entre elas “e como foi?”, ante este tipo de perguntas, há respostas prefixadas e convencionais “foi-se bem”, “não sofreu muito apenas se enterrou”

Ninguém esperaria receber, um ex. aleatório, em estas circunstancia depois dum corrente “e como foi?” uma resposta do familiar ou amigo que fora uma longa descrição forense de como se produziu a óbito, seguida de uma descrição bioquímica de todos processos que sofre após o cadáver ate chegar ao rigor mortis, ou detalhe aspeitos mais macabros como quando as bactérias intestinais do defunto, ante o paro do metabolismo, se expandem famintas pelo torrente sanguíneos e empeçam a roer os ossos do esqueleto num ultimo e agonizante estertor.

É obvio que todas estas causalidades se bem cientificamente corretas e acordes axiomaticamente coa pergunta, não são obviamente o que nenhum nem outro esperaria, nem pode esperar. Ante estes profundamente humanos, demasiado humanos, uma resposta, uma causa, puramente física não nos satisfazeria em esses momento, e não é o que esperamos receber nem daríamos. Uma coisa são os sintomas mas a pergunta sobre  “como estou?” tem outras implicações. São perguntas existências, ou melhor dito “humanas” que complicam a resposta.


As vezes, quando nos perguntamos “porque?, esse "porque?” não é só que não esperemos resposta ou que esta seja retorica ou formal, e que necessitamos “outro tipo de resposta”, uma que seja congruente não apenas com o contexto, e satisfaça as condição de verdade lógica, senão que mais intimamente satisfaça pessoalmente a “nossa necessidade” concreta. Um porque não é tanto as vezes “um porque” a secas senão um “porque precisamente” a mim, a ele, a quem? …porque precisamente agora, daquela? … e sobre tudo porque as outras possibilidades, que excluiriam esse final, nunca se chegaram a atualizaram na realização final.

Pondo-nos menos transcendentes e volvendo a por pé a terra, e no “campo”, tudo isto me recorda a critica que Evans-Pritchard fizera na sua monografia sobre os Azande, a forma em como os antropólogos europeus tinham mirado ate daquela as práticas mágicas ou religiosas de outros povos e culturas diferentes da sua


Ele incidia a que em contra o que se considerava, a forma de entender as consequências da magia, não era irracional nem menos causal, que a dos europeus. De facto, a forma na que os zande pensavam sobre a magia se ajustava estrictamente ao mais ortodoxo principio de causalidade, e axiologicamente era irreprochável.

Ante o caso por exemplo de um homem que morrera ao cair-lhe derriba um graneiro (tipo o nosso horreo-cabaçeiro) o zande não via nenhuma incongruência em que a causa da morte fora o bruxearia, e que o cabaço se tivera derrubado porque as pilotes que o sustinham foram roídos pelas térmitas. 


Ante a incidência do antropólogo em este ultimo feito incontestável, os zande replicavam rapidamente e sem “claro, claro, mas porque estava justo ele lá?, .. e porque não outro?, porque caiu junto daquela?  Porque não em outro momento qualquer?”: Fora o bruxedo. Perguntas ante as que o antropólogo teve que calar, a opção teria sido volver a repetir o argumento das térmitas de novo, e isto não fazia muito sentido.

Com tudo muito, europeus e muitos antropólogos, segundo a argumentação de Evans-Pritchard  o  que tinham feito ate então era precisamente isso, voltar e voltar a falar das térmitas insistentemente, impossibilitados de admitir que estavam a desfocar a questão, mas também de fazer outra coisa que não foram variações sobre o mesmo tema salmodiado (e que se quitem as Goldberg) repetidamente, procediam aginha a qualificar qualquer coisa que se escapara do leito do paradigma termitano como irracional, primitivo e salvagem, sem molestar sequer em entende-lo, para que se é irracional, primitivo ….?, se repetiam a sim mesmos.


No contexto cientifico isto não deixa de ser praticamente o mesmo ou como mínimo muito parecido. “As estadísticas mentem ou não??” … a pergunta, já espeça bem (mas no mau sentido): “as estadísticas -simplesmente- fazem coisas?” … o que importa é que coisas lhes pedimos que façam, para que? ou Porque?.  De facto, como é bem sabido as estadísticas são, a parte de bastante tautológicas, muito sensíbeis as premissas de partida, seguramente por isso mesmo. Metaforicamente pode-se dizer que isto tem quase o rango de uma Lei Física. 

Dizem que o descobridor da teoria do “Caos” topou-se com esta por um (des-)afortunado acaso.  Tudo empeçou quando estava a processar uma ingente cadeia de dados e variáveis para estabelecer um modelo preditivo muito mais preciso com o que prognosticar o tempo que ia fazer o dia seguinte. Quando o algoritmo de turno estava a todo trote, galopando veloz nas equações diferenciais, de repente o computador teve um imprevista, daquela eles -os computadores- eram mais grandes mais não mais listos, tinham uma memoria muito diminuta num corpo desproporcionado, qual dinossáuros. De facto, aquela impressionante mole de cabres e chips, colgou-se.

Isto obrigou a reiniciar fastidiosamente o cacharro e volver a começar a serie onde quedara (ou a menos desde onde se posse recuperar), agora já se consegui concluir sem problemas. Mas outro dia que replicaram o mesmo processo tendo como material justo mesma informação  que aquele dia, observaram logo uma clara e visível divergência entre os gráficos de um e outro momento.


Existia um ponto no que ambos gráficos divergiam, primeiro de forma praticamente impercetível, logo mais e mais, e iba acentuando-se, até que estes apenas ter nada em comum.  Era o ponto, no que o computador gripara e se cortara bruscamente a serie, tendo que volver a iniciar, esse novo começo supus exponencialmente uma diferencia em princípio aparentemente irrelevante mais que in crescendo dava resultado finalmente a dois conclusões fundamente divergentes do que formalmente era o mesmo processo.


O processo mesmo era sensível as “condições iniciais”, mas como entender esse “inicial”? topologicamente qualquer ponto dentro de uma serie determinada poderia ao menos de forma potencial ser considerado como  “inicial” (depende de onde decidamos -ou podamos -o do computador não foi um ato voluntario-  empeçar), qualquer ponto anterior é “inicial” de para o seguinte, defini-lo como tal é apenas um convenção independentemente de que tenhamos controle sobre o estado do processo em esse ponto ou não

Num experimento o ideal é isso, o que se trata e de controlar as condições para evitar distorções eventuais, mas elo implica, acoutar muito esta, e isto a sua vez uma redução intensiva dos fatores que atuam, e por tanto uma redução extrema das causas potenciais associadas, que finalmente puderam alterar a trajetória que se pretende seguir no seu decurso canónico hipotetiçado no modelo de partida.

Em sistemas complexos, como o Tempo ou a Sociedade, isto é impossível, precisamente por essa “sensibilidade as premissas iniciais” e a sua “indeterminação topológica” intrínseca. Os átomos complicam-se menos a vida, são mais rotinarios, e para que cala-lo, se parecem bastante uns a outros: visto um átomo de carbono vistos todos seus isótopos, e vivem em ecossistemas simples e fechados como num zoo, com regulas muito estritas. Os seres humanos não.


Não funcionamos assim, para desgracia de qualquer “engenheiro social” (se alguma vez tal coisa existiu? ou o tentou … postular, se postulou) ou “conspirador” na sombra. Suas utopias e estratégias napoleónicas estão condenadas de antemão a realidade perpetua. Nunca imos controlar todas a variáveis, nem sequer as conheceremos ao completo, são mais esquivas que o eletrão, e nunca saberemos em que momento vai concorrer algo que o alterara todo, ou qual é o evento (ou a conjuntura) que marcara uma viragem no decurso de uma determinada estrutura processual.


Este foi o grande descobrimento da “Teoria do Caos”, formalizar algo que in nuce a sabedoria popular já vinha afirmado de forma muito mais pedestre (“o tempo não há quem o entenda!”,  “a políteca não que a entenda!”, “não há quem entenda nada!!”), por isso nunca poderemos saber com seguridade que tempo vai fazer além dos 3 dias vista que nos da o metereólogo, nem predizer quem ganhara as eleições dentro de 10 anos, ou que números saíram no Gordo da lotaria do Natal.



E isso que a lotaria e a metereóloga são coisas muito muitíssimo mais simples do que é que qualquer sociedade humana. É por isto, que não me considero reducionista, mas tampouco Indeterminista, nem outros muitos pares associados.


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Estatuas-Menhir de Occitânia - Livro


   Les statues-menhirs et la fin du Néolithique en Occitanie


AA.VV: Les statues-menhirs et la fin du Néolithique en Occitanie. Service régional de l´archaeologie d´Occitanie, 2022   ISBN: 978-2-11-167718-0


Sinopse:

Poucos vestígios arqueológicos permitem compreender o universo espiritual das populações neolíticas. As estátuas-menires estão entre essas raridades, pois seu estudo cuidadoso revela parcialmente crenças antigas e seu lugar nessas sociedades.


As estátuas-menires são pedras esculpidas, depois erguidas, representando um ser humano. Eles também trazem representações de atributos físicos característicos do rosto e do corpo, bem como peças de vestuário e objetos.


Descobertas recentes permitem situar no seu meio e oferecer uma nova visão do conhecimento adquirido por meio da pesquisa e entender melhor a mensagem que transmitiram, dentro das sociedades do final do Neolítico na Europa e na Occitânia. Este trabalho permite, pela primeira vez, apresentar o inventário completo das estátuas-menhires da Occitânia restituídas no contexto social e cultural do final do período neolítico. 

  

Descarregar o livro:  Statues-menhirs en Occitanie

sábado, 3 de setembro de 2022

Felídeos, Homens e a Caça do Cervo



Há umas horas acabam de dar um interessante documentário sobre os grandes felídeos. Na parte que tratava ao puma comentava-se a oscilação de estes predadores, entre comportamentos comunitários ou mais individualistas, de acordo com o meio e a disponibilidade ou não de recursos; a maior numero de pressas maior grau praticas comunitárias, a menor numero predominância de caça solitária mas não necessariamente de consumo da presa, que podia adequar-se ainda assim a padrões comunitários pelos que a comida é partilhada por vários indivíduos.

Isto recordou-me a curioso reconstrução, que em termos de teoria de jogos, fizera do tema do individualismo vs. Comunitarismo o filosofo Brian Skyrms o qual tomou o caso das diferencia entre duas estratégias de caça: a do cervo e a da lebre, e a diversa implicação que cada uma tinha em essas duas dimensões.

Skyrms observava com as estratégias de caça individuais de pequenos animais podiam seguir a estratégia do caçador de lebres com armadilhas no entanto a caça de grandes pressas exigia ação coordenada e cooperação de grupos amplos, e ensaiava diversos cenários em base a experimentos mentais nos que segundo as circunstancias uma das duas condutas podiam resultar adaptativas sobre a outra.

Isto permitia a Skyrms reformular diversos dilemas de teoria jogos, e ver as inconsistências reais da variante clássica de outro como o dilema do prisioneiro pranteando uma reconstrução da origem do altruísmo que continuava o já pranteado na sua obra A Evolução do Contrato Social.

Além de isto o exemplo felídeo mostra igualmente que câmbios ambientais e a disponibilidade de recursos podem alterar os padrões de cooperação vs. isolamento, altruísmo vs. egoísmo nas espécie sociais, e me atreveria a dizer que o mesmo se poderia dizer do ser humano.

Isto também lembra uma observação feita pelo biólogo, geógrafo, etnógrafo E teórico social anarquista (ração principal pela qual é principalmente conhecido) russo Piotr Kropotkin quando em uma obra de critica do darwinismo social O Apoio Mutuo um fator de Evolução (vid. aqui) comentava o padrão diferencial que observou durante as suas explorações de juventude na Sibéria

Kropotkin comentou que existia uma peculiar correspondência nos ecossistemas: que a maior diversidade de vida vegetal e animal, maior era a proporção de condutas mutualistas e solidárias, mentes que em zonas de menor diversidade escasseavam esse tipo de relações, e os organismos mostravam padrões de autonomia e competência, do que inferiu que estes segundos locais deviam de ser áreas geograficamente degradadas por algum fato (a sobre-caça, desflorestação, câmbios climáticos e ambientais)

Não posso evitar que isto me lembre também certamente, não apenas as teorias de Stephen Jay-Gould (quem dedicou um artigo ao russo) ou Lynn Margulis sobre a importância da cooperação e das sinergias entre espécies no conjunto da evolução, mas igualmente o que, desde um ponto de vista "humanista", vem defendendo outro biólogo e teórico social Umberto Maturana (vid. aqui), quando enfatiza a relação entre ser e meio como uma unidade indivisível e mutuamente codeterminada. 

Em este sentido as nossas "formas de vida" e interação com o entorno e entre nos mesmos não deixam de  respostar ainda a este tipo de lógica, a nossa ecologia embora este mediada fundamentalmente pelo conceito de cultural, não deixa de ser em sim própria uma forma de ecologia, ainda que se desenrole em cidades e em comunidades globais: é uma "ecologia cultural", nem mais nem menos.

     

Bibliografia: 

Gould, St. Jay (1988): "Kropotkin was no crackpot." Natural History Nº 97/7, 1988, pp. 12-21 acessível em marxist.org

Kropotkin, P. A. (2020): El apoyo mutuo. Un factor de evolución. Pepitas de Calabaza. Logronho

Skyrms, B. (2004): The Stag Hunt and the Evolution of Social Structure. Cambridge University Press, Cambridge

Skyrms, B. (2014) [1996]:  Evolution of the Social Contract. Cambridge University Press. Cambridge.