Como me disse uma vez um bom amigo (Lois Armada) no entanto me ensinava a machada polida que acabava de topar em um dos multiplos pavimentos perto dum muro (ou quase incrustada a ele?) em uma casa da Idade do Ferro -em concreto Ibérica- "aqui andavan sacraliçando com uma machada dos sus ancestrais"
Pois bem parece que em esta tumba dos Campos de Urnas da Polónia véu a suceder algo semelhante; um exemplo dos muitos que podemos topar de objetos de esses "passados" reformulados em um contexto distinto do que lhes deu origem. Por um lado poderíamos pensar em um reciclagem como objeto de função pratica, algumas machadas neolíticas tem sido identificadas (e reutilizadas como tales) as vezes pelos paisanos como pedras de afiar.
Mas também existe na tradição oral atribuições de uma origem sobrenatural que lhe atribuem qualidade magicas e protetoras, as chamadas "pedras de raio", que contam na tradição ocidental com uma longa história, que como mínimo nos leva a Antiguidade onde receberam o nome de Ceraunias, com o que posteriormente serão conhecidas de forma culta.
O estudo não indica que pudera haver um reúso prático das peças e aponta a um sentido simbólico, ideia que dado a escassez do enxoval (ou melhor dito o seu caráter fortemente seletivo) da tumba se veria reforçada. Ceraunia, amuleto protetor ou qualquer outro sentido?, o certo é que tem que haver alguma conexão entre estas peças e o simbolismo funerário de algum jeito.
Pode que tampouco escape a isto, o facto de que estas peças fossem recuperadas assim mesmo do contexto de tumbas neolíticas ou calcolíticas, nas quais podia subsistir ainda o esqueleto do cadáver, o qual puído influir também na ideia de associar o simbolismo mágico-religioso de estas peças a um contexto tão concreto como o funerário
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