quarta-feira, 31 de maio de 2023

Passado Pagão, Presente Cristão na Irlanda

Pagan Past and Christian Present

McCone, K. (1991): Pagan Past and Christian Present in Early Irish Literature. Maynooth Monographs Nº 3. An Sagart. Maynooth


Sinopse
A abordagem integrada da vasta literatura  da Irlanda medieval tem sido prejudicada por uma tendência de dividisão em géneros seculares e eclesiásticos, o primeiro escrito principalmente em irlandês antigo ou médio e o último em latim ou vernáculo. 


Os medievalistas que lidam com fontes obviamente eclesiásticas, especialmente as hiberno-latinas mais facilmente acessíveis, têm vindo cada vez mais a reconhecer a necessidade de leitura ampla, atualizada, eruditamente sofisticada, e a razoavelmente focada na perspetiva do resto ocidental medieval , de orientação bíblica e patrística. 


Este livro examina vários aspetos nos que se misturam elementos com bíblicos e outros importados pelo meio monástico responsável da extensa produção literária em latim e vernáculo. da Irlanda da Alta Idade Média. Argumenta-se que essa mistura cultural foi informada por uma estrutura geral coerente firmemente enraizada, com adaptações apropriadas, dentro uma cosmovisão cristã.

INDEX


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Quando a Praga arribou as Ilhas



"e de seus corpos botim fazia dos cãos e todas 
as aves de rapina
... às mulas primeiro atacava 
e aos veloçes cãos, 
depois aos homens mesmos
,a aguda seta atirando, 
alcançava, e frequentemente 
de continuo jeito as piras de cadaveres ardiam" 
     (Ilia, I.1-50)




Nos últimos anos tem-se estudado as origens e filogenia das primeiras mostras da bateria Yersinia Pestis causa da Peste Negra, conhecida sobre tudo pela sua fase Bubònica. Varias linhagens extintas de este patógeno foram identificadas em um período que vai desde faz 5000 a 2.500 antes do pressente. As pesquisas dos ultimas décadas sugerem que uma de estas linhagens: a LNBA (Late Neolithic-Bronze Age) se espalhou por Europa junto com grupos humanos provenientes da estepe Eurasiática.  

jáziga de Levens Park, Cumbria (Inglaterra)

No entanto a linhagem LNBA observada com mais frequência não possui o gene  ymt (LNBA ymt-) que potencia a virulência da bateria. As primeiras evidências conhecidas de linhagens com o gene ymt (LNBA ymt+) foi encontrada em um indivíduo de faz 3800 anos em Samara (Rússia), e num indivíduo faz 3300 topado em Alava (Espanha). Com tudo não estava claro ainda a extensão geográfica do patógeno e da possível epidemia no contexto europeu.

filogenia dos genes do Yersenia Pestis na Eurasia

A este respeito o recente artigo publicado hoje em Nature Communications vem a aportar a primeira evidencia da presencia da Yersenia Pestis nas Ilhas Britânicas em 3 indivíduos datados faz 4000 anos. Os dos primeiros indivíduos positivos foram identificados em um enterramento em massa em Charterhouse Warren (Somerset). O terceiro procede de um cairn localizado em Levens (Cumbria).  A cronologia coincidente dos dois caso e a sua situação geográfica (um sito ao Norte e o outro no Sul da Inglaterra) parecem sugerir um ampla difusão do patógeno. 

diagrama filogenético das variantes da Yersenias Pestis com cronologia

No caso de Charterhouse Warren de 34 individuos apenas dois puderam ser identifados como portador da bacteria. O contexto massivo do enterramento e a violencia sofrida pelos restos dos cadaveres evocam as fossas comuns das mortandades mais cantastroficas da Peste Negra no s. XIV e XVII, mas a analise osteologica e a abundancia de lessoes perimortem parecem desvotar esta interpretação e identificar o deposito com o resultado de um evento de violencia (possivelmente bélico). O individuo de  Levens por contra apressenta um enterramente seguindo as convenções tipica de um enterramento usual.




A variante da Yersenia Pestis topada na Grã Bretanha apresenta similitudes com a pressente em Centro-europa, favorecendo a hipótese de que teria chegado desde lá com fruto da alta mobilidade do neolítico vinculada ao fenómeno Campaniforme. 



Fica ainda por elucidar a capacidade de infeção pois o clado britânico sofreu grandes perdas de seu genoma, incluindo o suposto fator de virulência yap, e sua incidência na mudança demográfica que mostra entre o neolítico e a Idade do Bronze, com o declinio das populações de origem neolítico, um evento genético especialmente marcado no caso das Ilhas Britânicas

Artigo: 

Swali, P., Schulting, R., Gilardet, A. et al. (2023): "Yersinia pestis genomes reveal plague in Britain 4000 years ago." Nature Communication Nº14, 2930  DOI: 10.1038/s41467-023-38393-w


Sobre os Reis

ON KINGS


Sahlins, M. & Graeber, D. (2017): On Kings. HAU. Chicago. ISBN: 978-0-9861325-0-6


Sinopse
Na antropologia, tanto quanto na imaginação popular, os reis são figuras de fascínio e intriga, heróis ou tiranos de maneiras que presidentes e primeiros-ministros nunca poderiam ser. Esta coleção de ensaios de dois dos antropólogos mais ilustres do mundo -David Graeber e Marshall Sahlins- exploram o que a realeza realmente é, histórica e antropologicamente. 


Como eles mostram, os reis são símbolos de mais do que apenas soberania: de fato, o estudo da realeza oferece uma janela única para dilemas fundamentais relativos à própria natureza do poder, significado e condição humana.


Refletindo sobre questões como temporalidade, alteridade, pirataria e utopia - para não mencionar o divino, o estranho, o numinoso e o bestial - Graeber e Sahlins exploram o papel dos reis como eles existiram em todo o mundo, do BaKongo ao os astecas aos Shilluk e além. Ricamente entregue com a sagacidade e análise afiada característica de Graeber e Sahlins, este livro abre novos caminhos para o estudo antropológico desta figura política fascinante e onipresente.


INDEX

Preface p. xiii

introduction  p. 1
David Graeber and Marshall Sahlins

chapter.1 The original political society p. 23
Marshall Sahlins

chapter 2. The divine kingship of the Shilluk: On violence, 
utopia, and the human condition  p.65
David Graeber

chapter 3. The atemporal dimensions of history: 
In the old Kongo kingdom, for example p. 139
Marshall Sahlins

chapter 4.  The stranger-kingship of the Mexica p. 223
Marshall Sahlins

chapter 5. The people as nursemaids of the king: 
Notes on monarchs as children, women’s uprisings, and the 
return of the ancestral dead in central Madagascar  p. 249
David Graeber

chapter 6. The cultural politics of core–periphery 
relations  p. 345
Marshall Sahlins

chapter 7. Notes on the politics of divine kingship: ~
Or, elements for an archaeology of sovereignty  p. 377
David Graeber

Bibliography p. 465

Index p. 515


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A Sociedade Política Original



Deixamos aqui esta palestra proferida pelo defunto antropologo Marshall Sahlins dentro das Hocard Lectures, e intitulada a "The Original Political Society" no Centre for Ethnographic Theory, SOAS University of London o dia 29 Abril de 2016.

Sinopse:
Mesmo as chamadas sociedades igualitárias e pouco estruturadas conhecidas pela antropologia, incluindo caçadores como os inuítes ou os aborígines australianos, são, na estrutura e na prática, segmentos subordinados de políticas cósmicas inclusivas, ordenadas e governadas por divindades, ancestrais, mestres de espécies e outras metapessoas semelhantes. dotado de poderes de vida e morte sobre a população humana. 



Precisamos de algo como uma revolução copernicana na perspectiva antropológica: da sociedade humana como centro de um universo no qual ela projeta suas próprias formas -ou seja, da sabedoria equivocada durkheimiana ou estrutural-funcional– às realidades etnográficas da a dependência das pessoas dos poderes abrangentes de doação de vida e morte, eles próprios de atributos humanos, que governam a ordem terrena, o bem-estar e a existência. existem seres reais no céu, mesmo onde não há chefes na terra.


Archäologischer Anzeiger Nº 2 - 2022

Archäologischer Anzeiger 

Nº 2 - 2022  

    

INDEX

Gold Embroidery. A Sophisticated Technique for 
Early Mycenaean Swords and Daggers pp.1–127 
Eleni Konstantinidi-Syvridi, Nikolas Papadimitriou, 
Akis Goumas, Maria Kontaki

Sappho, Korinna und die anderen. Eine Kopienkritik des Frauenbildnisses Typus Astor-Schliemann pp. 1–18
Dietrich Willers
 
Ein Paradeigma für Apollon. Neues zum ältesten 
erhaltenen Baubericht aus Didyma (I.Didyma 20) pp.1–24
Helmut Lotz, Sebastian Prignitz
 
Architekturforschungen in Didyma I. Fußmaßwert und 
Maßplanung am Jüngeren Apollontempel: unterlassene Zahlenharmonien pp. 1–74
Lothar Haselberger

Il Piccolo Tempio di Monte Sant’Angelo a Terracina 
nuove ricerche pp. 1–34
Francesca Diosono, Paul Scheding

A Landscape of Surveillance. Investigating Hellenistic 
Fortifications and Potential Networks of Interaction
 in the Pergamon Micro-Region  pp. 1–80
Bernhard Ludwig, Daniel Knitter, Christina Williamson

Cartonnage to Plaster. Mummy Masks of the Ptolemaic 
and Early Roman Periods from Tuna el-Gebel
Asja Müller, Ahmed Derbala pp. 1–45

Der Fluss Sarno. Schnittstelle in der Entwicklung der 
Küstenregion Pompejis zwischen Umweltbedingungen und Siedlungsdynamiken pp. 1–37
Florian Seiler
 
Pergamon – Die Arbeiten in der Kampagne 2021 pp. 1–197
Felix Pirson



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Machadas e Tumbas - Um reciclagem de simbolos


Como me disse uma vez um bom amigo (Lois Armada) no entanto me ensinava a machada polida que acabava de topar em um dos multiplos pavimentos perto dum muro (ou quase incrustada a ele?) em uma casa da Idade do Ferro -em concreto Ibérica- "aqui andavan sacraliçando com uma machada dos sus ancestrais" 

Pois bem parece que em esta tumba dos Campos de Urnas da Polónia véu a suceder algo semelhante; um exemplo dos muitos que podemos topar de objetos de esses "passados" reformulados em um contexto distinto do que lhes deu origem. Por um lado poderíamos pensar em um reciclagem como objeto de função pratica, algumas machadas neolíticas tem sido identificadas (e reutilizadas como tales) as vezes pelos paisanos como pedras de afiar. 

Mas também existe na tradição oral atribuições de uma origem sobrenatural que lhe atribuem qualidade magicas e protetoras, as chamadas "pedras de raio", que contam na tradição ocidental com uma longa história, que como mínimo nos leva a Antiguidade onde receberam o nome de Ceraunias, com o que posteriormente serão conhecidas de forma culta.

O "Martelo de São Martinho de Tours", machada polida neolítica reaproveitada em esta reliquia vinculada a lenda do santo. Museum Catharijneconvent, Utrecht

O estudo não indica que pudera haver um reúso prático das peças e aponta a um sentido simbólico, ideia que dado a escassez do enxoval (ou melhor dito o seu caráter fortemente seletivo) da tumba se veria reforçada. Ceraunia, amuleto protetor ou qualquer outro sentido?, o certo é que tem que haver alguma conexão entre estas peças e o simbolismo funerário de algum jeito.

Enterramento Nº 527 da necropole dos Campos de Urnas de Miłosławice com indicação do deposito de machados neoltíticos

Pode que tampouco escape a isto, o facto de que estas peças fossem recuperadas assim mesmo do contexto de tumbas neolíticas ou calcolíticas, nas quais podia subsistir ainda o esqueleto do cadáver, o qual puído influir também na ideia de associar o simbolismo mágico-religioso de estas peças a um contexto tão concreto como o funerário


Artigo:

Kufel-Diakowska, B., Chłoń, M., & Baron, J. (2022). "A Neolithic ground stone tool as an Early Iron Age funerary gift" Antiquity pp. 1-7 DOI: 10.15184/aqy.2022.124


No(s) Limite(s) da Teoria Arqueológica - Livro

Archaeological Theory 
at the Edge(s)

Babić, S. & Milosavljević, M. (2023):  Archaeological Theory at the Edge(s). Faculty of Philosophy, University of Belgrade. Belgrade. ISBN: 978-86-6427-212-4

    
   
Sinopse
Esta coleção apresenta nove artigos que tratam de algumas das questões atualmente no topo da agenda da arqueologia teórica, escritos por autores situados no limite – em uma das comunidades acadêmicas geralmente consideradas como destinatários (muitas vezes relutantes) em vez de participantes ativos no debate.


O volume cobre um vasto escopo das questões epistemológicas mais relevantes na arqueologia atual, mas principalmente desafiam o clichê desgastado da arqueologia como um hobby antiquário empoeirado e colonial, repressentando uma importante contribuição para o debate atual sobre o papel da teoria arqueológica no contexto interdisciplinar de pesquisa sobre as origens da humanidade e da cultura e mostra a direção que a arqueologia contemporânea deve tomar. 


objetivo não da obra não é tanto compilar uma visão geral e definitiva da teoria arqueológica. Certamente existem muitos outros tópicos e abordagens na arqueologia hoje que não estão representados neste volume. ´


A intenção tem sido exemplificar algumas das respostas possíveis às discussões em curso e defender uma constante renegociação dos nossos pressupostos teóricos, tendo em conta a diversidade das experiências humanas e as materialidades que as acompanham.


INDEX

Archaeological theory at the edge(s) p. 7 
Staša Babić

Freud’s archaeology  p. 13
Marko Teodorski

Neolithisation of the Balkans: One hundred years of research  
p. 33
Selena Vitezović

Self-reflexive turn to ontological debates in archaeology ´
p. 55 
Zorica Kuzmanović

A changing place of Greek black– and red-figure pottery in archaeological method and theory: From evolution of style 
to entanglement and objects’ ontology  p.71
Ivan Vranić

Hegemony and “relational associations” in the Roman Empire  
p. 89 
Vladimir D. Mihajlović

“Inventing” hunter-gatherers (and others): Human-animal 
relations, narratives, and the diversity of lived experience  p. 115
Ivana Živaljević

One step forward, two steps back: Egyptology and Third 
Science Revolution  p.135 
Uroš Matić

Where archaeology and wildlife management meet: The relevance 
of studying the Holocene history of human-wildlife interactions in 
the Central Balkans for regional conservation efforts p. 153
Sonja Vuković, Dimitrije Marković, Amalia Sabanov

Heritage and its communities: The Vinča case  p.167
Tatjana Cvjetićanin


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Archeologické RozhledyNº 74/4 - 2022

Archeologické Rozhledy 
    
74/4 - 2022   

  

INDEX

Organic water vessels from a Linearbandkeramik well in
 Mohelnice, North Moravia  pp. 435-461
Ivana Vostrovská, Petr Kočár, Romana Kočárová, 
Bernhard Muigg, Kristýna Urbanová

A taphonomic approach to Corded Ware culture 
mortuary practices in Moravia pp. 462-478
Anna Pankowská

Late Bronze Age spears in the ‘floor’ from 
Velem-Szent Vid, Hungary pp. 479-504
János Gábor Tarbay

Did they leave or not? A critical perspective on the 
beginnings of the La Tène period in Bohemia pp. 505-537
Dagmar Dreslerová, Natalie Venclová, Peter Demján, 
René Kyselý, Václav Matoušek

News

50 years of petroarchaeology. The 6th International 
Petroarchaeological Symposium, Wrocław 
24.–25. 9. 2020, Poland  pp. 538-540
Antonín Přichystal, Pavel Burgert

Review

Pavel Vařeka a kolektiv autorů: Svědectví archeologie 
o tzv. cikánském táboře v Letech. pp. 541-543
Jan Hasil


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terça-feira, 30 de maio de 2023

Chandragupta a criação de um Heroi

CHANDRAGUPTA MAURYA

Jansari, S. (2023): Chandragupta Maurya. The creation of a national hero in India. UCL Press. Londres. ISBN: 9781800083882


Sinopse: 
Tomamos como certo que algumas figuras históricas se tornam heróis e outras não. Chandragupta Maurya evoluiu de um governante obscuro para um ícone nacional contemporâneo. O momento-chave na formação desse herói indiano foi um encontro às margens do rio Indo entre Chandragupta e Seleuco, fundador do império selêucida e um dos generais de Alexandre, o Grande, em c.305-3 aC. 

Tetradracna de Seleuco I, 312-280 A.C  

Este evento significativo foi um momento de pacificação no final do conflito. Mas não existe nenhum relato confiável em fontes antigas, e nem mesmo está claro qual governante saiu vitorioso na batalha. Essa incerteza permitiu aos historiadores britânicos e indianos dos séculos XIX e XX interpretar as fontes de maneiras radicalmente diferentes. 

Chandragupt Maurya recebe ao enviado grego Megasthenes na sua corte de Patliputra

Com Chandragupta representando a Índia e Seleuco representando a Grã-Bretanha, os estudiosos britânicos argumentaram que Seleuco derrotou Chandragupta, enquanto os acadêmicos indianos afirmaram o contrário. A escrita e a receção da história influenciam fundamentalmente a forma como nos relacionamos com o passado, e a evolução da relação colonial e pós-colonial entre a Grã-Bretanha e a Índia é crucial aqui. 

pegadas dos pés de Chandragupta Maurya no outeiro de Chandragiri

Na Índia, a imagem de Chandragupta como um herói idealizado que derrotou o invasor estrangeiro prevaleceu e encontrou expressão na cultura popular contemporânea. Em peças, filmes, séries de televisão, histórias em quadrinhos e romances históricos, Chandragupta é o poderoso e virtuoso governante hindu por excelência. O caminho para essa posição elevada é traçado neste livro.


INDEX

Acknowledgements

Abbreviations

Introduction

Part I: Setting the scene in antiquity

1 Chandragupta and Seleucus: a clash by the banks
 of the Indus

2 Megasthenes: travelling between empires


Part II: Establishing the narrative

3 Sir William Jones and James Mill: synchronising histories 
and creating a divide

4 Embedding the divide: Writing under the shadow ´
of the British Raj

5 Reaction and transformation: reshaping history 
for a new era

Part III: Antiquity, art and contemporary popular culture

6 A national project of a different sort: Representations of 
Chandragupta in the Birla Mandirs

7 Wimbledon to New Delhi: A statue of Chandragupta
 in the Indian Parliament

8 Chandragupta on Stage and Screen

9 Chandragupta in popular literature

Bibliography

Index
 

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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Jean Haudry (1934 - 2023)

Ontem dia 28 morria o indo-europeias e sancritologo Jean Haudry. Formado École Normale Supérieure e discipulo de especialistas de bulto dentro da linguistica indo-europeia como  Louis Renou, André Martinet, Émile Benveniste e Michel Lejeune. Lecionou sucessivamente nas universidades de Montpellier e Paris como assistente de latim e lingüística, antes de ser nomeado professor de sânscrito e gramática comparada na a Universidade de Lyon. 
Defendeu uma tese em 1977 e, cinco anos depois, fundou um Instituto de Estudos Indo-Europeus na mesma universidade. Além disso, Jean Haudry foi eleito diretor de estudos de gramática comparativa de línguas indo-européias no IV sseção da École Pratique des Hautes Etudes em 1976. Tornou-se professor emérito em 1998 na Universidade de Lion III. 



Além das polémicas publicas sobre a afiliaçâo política que escureceram a su figura, a obra de Haudry tem alguns elementos de fondo interesse para repensar alguns elementos da tradição indo-europeia, como a reelaboraçào que na sua obra "La religion cosmique des Indo-Européens" (1987) fez do trifuncionalismo dumeziliano reinterpretado em termos cosmologicos

Um esquema que mostra uma estrutura espacial do mundo, dividido em três espaços celeste (1ª função), atmosférico (2ª função) e ctónico (3ª função), esta construção espacial teria um reflexo termporal, que num plano micro se fundaria no curso visível diário do sol em 3 etapas (aurora - dia - ocaso/noite) associadas a cada uma das zonas cosmológicas e as cores que os caracterizam no esquema trifuncional (vermelhor (2ª função) - branco (1ª função) - preto/et alii (3ª função)). 

Em um plano mais amplo este esquema temporal se prolonga ao ciclo anual, estruturado pela dicotomia entre uma metade escura/ctónica do ano e outra luminosa / celeste conectadas por um ponto liminar de transiçáo primaveral (associada metaforicamente a deusa Aurora) entre ambos. 


No fundo segundo Haudry o esquema trifuncional seria uma evolução particular de um esquema primário mais básico dual dividido em dois metades antagónicas escura/luminosa que ele considera poderia corresponder mesmo com um estagio de pensamento pré-neolítico que subsistiria em elaborações posteriores mais complexa já de tipo triple.

~
Haudry também pesquisou sobre outros elementos da tradição indo-europeia como o simbolismo do fogo no ritual, ou abstrações como a tríade pensamento-palavra-acçáo como estruturante de uma welstanschaum de estes povos e que analisou num interessante livro com esse mesmo título. Uma hipótese especialmente polémica foi a sua recuperação da ideia exposta a inícios do século XX pelo político indu Bal Gangahar Tilak sobre um suposto origem circum-polar dos indo-europeus, a qual foi geralmente rejeitada pela maioria dos especialistas.


Trabalhador incansável há pouco de um mês Jean Haudry sacava ao prelo a sua ultima obra o Lexique de la tradition indo-européenne, concebida como uma grande soma da sua pesquisa durante este anos. Entre os discípulos de Haudry figuram especialistas como estudioso das religiões indo-europeias Philip Jouet ou o nosso chorado e caro amigo Eulogio Losada Badia, que foi em vida catedrático de sânscrito na Sorbona.


sábado, 27 de maio de 2023

Os cavaleiros da Arte Rupestre de Marrocos


Les Cavaliers du Maroc dans l´art rupestre

Bravin, A. (2023): Les cavaliers du Maroc dans l'art rupestre du Haut Atlas et de la vallée du Draa. Tese apressentada 0 19 décembre 2014 na l’Université d’Aix-Marseille.


Sinopse
As paredes rochosas do Norte de África e do Saara são adornadas com milhares de representações de figuras a cavalo e a pé, isoladas ou rodeadas de animais como a gazela e o antílope, ora o cão, ora o dromedário. Estas imagens gravadas ou pintadas são emblemáticas da última fase da arte rupestre, conhecida como “Libyco-Berber”.


Constituem uma presença difusa num imenso território, hoje quase todo coberto pela aridez e castigado por tempestades de areia. O tema principal é o cavaleiro, armado de lança e escudo, que parece participar de cenas de caça ou enfrentar outros cavaleiros e infantes em duelos ou batalhas.


Assim como estas formas de representação é estereotipada e convencional, as fontes clássicas latinas e gregas nos deram uma imagem igualmente convencional deles, a de hábeis cavaleiros e guerreiros especializados em escaramuças e emboscadas, indisciplinados e corajosos


A autora toma consideração a situação de Marrocos entre a Pré-história e a História e estuda não só os cavaleiros mas também um complexo conjunto de temas como armas, escudos, outras figuras antropomórficas, zoomórficas, símbolos, cenas de caça, cenas de batalha e inscrições. Igualmente para uma melhor compreensão das gravuras dos cavaleiros.


A autora também leva em consideração outros tipos de iconografia como a estela de Kabilia (Argélia), as primeiras moedas do norte da África e também os mosaicos romanos da Tunísia, com o objetivo de observar semelhanças e diferenças, a fim de obter informações extras para datar mais precisamente estas manifestações rupestres.

INDEX


Descarregar o livro em: Academia.edu

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Variedades do Urbanismo - Clima e Asentamento

Workshop - Varieties of Urbanism, Settlement Dynamics and
 Climate Change 

   
Quando: 2-3 Junho
Onde: Edimburgo

A School of History, Classics and Archaeology da Universidade de Edimburgo organiza um worshop baixo o titulo "Varieties of Urbanism, Settlement Dynamics and Climate Change" que terá lugar os próximos dias 1-3 de Juhho, Descarregar o programa

Programa


Oppida na Europa Barbara - Livro

Oppida: The Beginning 
of Urbanisation  

Cunliffe, B. & Rowley, T. (1975): Oppida: the Beginnings of Urbanisation in Barbarian Europe: Papers presented to a Conference at Oxford, October 1975. BAR British Archaeological Reports International Series 11. BAR Publishing. Oxford.  ISBN: 9780904531466


Os dois últimos séculos do primeiro milênio A.C. viu uma mudança radical nos sistemas sociais e econômicos de grande parte da Europa Central e Ocidental a ascensão da sociedade urbana. As cidades não eram novidade no continente europeu.

A Itália e a Grécia há muito desenvolveram uma estrutura urbana, e já existiam cidades ao longo das costas mediterrâneas da Espanha e da França e das costas do Mar Negro da Bulgária e da Romênia, uma distribuição que foi em grande parte resultado da colonização grega anterior. . No entanto, na Europa bárbara, nos séculos IV e III, a sociedade era organizada de maneira muito diferente. Era um período de agitação, movimentos populares e convulsões sociais.

No final do século II, na França central e na Romênia, é possível traçar, através da arqueologia e da literatura contemporânea, os primeiros passos para o surgimento de um sistema estatal. Quase a mesma mudança é sugerida, apenas por evidências arqueológicas, como tendo ocorrido por volta desta vez nos territórios vizinhos da Iugoslávia, Hungria, Tchecoslováquia, sul da Alemanha, regiões alpinas e sudeste da Grã-Bretanha.

Em todas essas regiões, uma grande reorientação do padrão de assentamento pode ser detectada. As comunidades parecem ter se aglutinado em grandes assentamentos nucleados, defendidos ou indefesos, que por conveniência são geralmente referidos como oppida. 



Os oppida eram essencialmente centros nos quais se concentravam certos serviços, por exemplo, a troca, a redistribuição, a manufactura e, claro, os sistemas jurídico, administrativo e religioso, todos necessários à efectiva articulação de uma sociedade cada vez mais complexa.


INDEX

Preface

Town and Market in Iron Age Europe

External Trade as a Stimulus to Urbanisation

The Late Pre-Roman Age in Hungary with Special 
Reference to Oppida

Earliest Settlements with Urban Character in Central Europe

The Growth of Urban Society in France

The Origins of Urbanisation in Britain

The Growth of Settlements in the Later 
Iron Age in Lincolnshire

Coinage, Oppida, and the Rise of Belgic Power in 
South-Eastern Britain

Key to Coin Distribution Maps



Disponivel em: Oppida the Beginning of Urbanisation

Decolonizar o Imperio Romano



Deixamos aqui o vídeo de esta magnífica palestra proferida o passado dia 16 de maio dentro da serie de webinars organizados pelo TRAC 2023 pelo professor David Mattingly e que teve por titulo "Decolonising the Roman Empire. A view from North Africa" ~

A palestra oferece algumas reflexões decorrentes de um projeto de livro recentemente concluído (Between Sahara and Sea. Africa in the Roman Empire, no prelo Michigan University Press, agosto de 2023). Concebido como um gêmeo de um livro anterior (An Imperial Possession. Britain in the Roman Empire, Penguin 2006), o livro continua a explorar a aplicação de aspectos do pensamento pós-colonial ao estudo do império romano. 


Em consonância com os desenvolvimentos disciplinares mais recentes, o novo livro também se ocupa da questão de como se pode procurar ativamente descolonizar a narrativa, tentando de desenvolver uma teoria da identidade discrepante em relação a diferentes grupos nas sociedades provinciais romanas.