Becoming Equestrian
Katherine S . Kanne (2018): Becoming Equestrian: People and Horses in Bronze Age Hungary. Tese doutoral apresentada na Northwestrn University. DOI: 10.21985/n2-6cte-r339
Sinopse
As pessoas e os cavalos têm uma história profunda, co-construída e co-evolutiva em comum. Esta dissertação avalia as mudanças sociopolíticas da Idade do Bronze Húngara (2.800 – 800 A.C.) no contexto de mudanças de longo prazo nas relações entre humanos e cavalos. Na Idade do Bronze, presume-se que os cavalos impulsionaram o desenvolvimento de sistemas políticos complexos governados por aristocracias guerreiras de elite e condutores de bigas que transformaram o Velho Mundo. Os cavaleiros são colocados no centro da economia política, nas intersecções dos transportes e do controlo do comércio, da guerra, das instituições guerreiras e das ideologias. Nesta dissertação este modelo de economia política, é desafiado por uma arqueologia multiespécies, que investiga o papel das novas interações entre humanos e cavalos, suspeitas de sustentar estas transformações.
Com uma metodologia integrada, a primeira a combinar zooarqueologia, bioarqueologia, análise de isótopos estáveis, através do estudo de cultura material e o mapeamento GIS, analisam-se os dados de sete assentamentos e dez cemitérios. Encontram-se assim os primeiros cavaleiros da história, as primeiras patologias pós-cranianas em cavalos, as primeiras evidências de criação e troca especializada em cavalos, mas nenhuma evidência de carruagem. A primeira equitação não era restrita por classe ou sexo, e há poucos indícios de controle da elite na produção, propriedade ou uso de cavalos na Idade do Bronze húngara.
Isto cria um problema interpretativo para a abordagem da economia política, que antecipa que os cavalos foram cooptados pelas elites aspirantes nas suas tentativas de criar riqueza e governar as finanças. Esta fase das relações homem-cavalo ainda não foi definida pelo poder equestre como um poder sociopolítico abrangente. O hipismo surgiu no início da Idade do Bronze; a politização dos cavalos veio depois. Só no final da Idade do Bronze os cavalos foram claramente incorporados nas buscas de poder e na guerra.
Mesmo assim, os cavalos emergem tão importantes na resistência ao poder centralizado como um veículo para consolidá-lo. Os resultados desta dissertação minam a proposta de disseminação generalizada das aristocracias guerreiras no início da Idade do Bronze europeia. Desmontar o guerreiro de elite de sua carruagem complica uma antiga mas persistente grande narrativa da Idade do Bronze que tem no seu cerne um domínio antropocêntrico de elite da natureza, animais, mulheres, plebeus, moradores rurais e outros ao longo do tempo.
Pastores comuns, plebeus e mulheres deram contribuições iguais para o desenvolvimento das sociedades complexas da Idade do Bronze europeia com e através dos cavalos.
INDEX
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