Relationship between
Humans & Elks
Mantere, V. (2023): The relationship between humans and elks (Alces alces) in Northern Europe c. 12 000–1200 cal B.C. Tese doutoral Universidade de Turku (Finlàndia) ISBN: 978-951-29-9476-2
Sinopse
O tema desta dissertação é a relação entre humanos e alces no Norte da Europa durante o período de 12.000 a 1.200 cal A.C. O alce (Alces alces) teve uma importância extraordinária para as populações do norte durante vários milénios, sendo não só o animal de caça mais importante da zona da floresta boreal, mas também um animal de notável significado simbólico.
Ao reunir diferentes fontes de evidências e adotar uma perspetiva de longo prazo, este estudo visa desenvolver uma compreensão abrangente da importância dos alces para as populações humanas pré-históricas. O estudo explora a ascensão e declínio do simbolismo dos alces, suas diversas manifestações na zona da floresta boreal, bem como as qualidades das crenças pré-históricas e atividades relacionadas aos alces. O material de estudo consiste em restos osteológicos de alces, representações relacionadas a alces na arte rupestre de caçadores-coletores, bem como artefatos portáteis relacionados a alces.
A principal metodologia de investigação utilizada baseia-se em analogias relacionais deduzidas de noções gerais difundidas que decorrem de sociedades onde os alces foram caçados. Métodos de pesquisa adicionais incluem um estudo abrangente da literatura anterior, trabalho de campo em locais de arte rupestre, museus e coleções arqueológicas, bem como consultas com caçadores de alces e biólogos. O estudo mostra que as principais razões para o significado especial multimilenar do alce e o nascimento do simbolismo do alce foram o comportamento solitário do alce, a alta eficácia e o status de prestígio da caça ao alce, bem como a versatilidade e imprevisibilidade do alce como recurso.
Um argumento central do estudo é que havia duas razões fundamentais para a produção de representações de alces na arte rupestre e em artefatos: obter sucesso na caça e garantir a reprodução de alces para caça. Outro argumento central é que a vaca alce personificava o "governante da caça" ou "espírito mestre dos animais" dos alces, que tinha o controle final não apenas sobre o renascimento e a fertilidade, mas também sobre o sucesso da caça.
O foco na vaca alce como doadora de vida parece ter sido um tema-chave que persistiu durante vários milénios no Norte da Europa. Argumenta-se também que as figuras de alces na arte rupestre representam os alces como indivíduos.
As figuras representadas em locais comuns de arte rupestre sinalizavam a presença de humanos na paisagem e sua relação com os alces locais, enquanto as encontradas em grandes concentrações de arte rupestre estavam ligadas a encontros entre grupos de caçadores-coletores. Argumenta-se que os artefatos relacionados aos alces eram usados por diferentes tipos de indivíduos e em diferentes ambientes, mas ainda estavam relacionados a vários estágios do processo de caça aos alces.
O estudo sugere que todos os Caçadores tinham um relacionamento pessoal com o alce e/ou seu governante de caça, mas existiam diferenças no grau de sua proximidade, e essas diferenças se refletiam nas sociedades humanas. Conseqüentemente, os caçadores de alces mais habilidosos tornaram-se as autoridades mais respeitadas nos grupos de caça de alces.
Com o tempo, esses indivíduos passaram a ser considerados antepassados míticos que também foram retratados na arte rupestre. O declínio do simbolismo dos alces na região de estudo é explicado como resultante de múltiplos factores, incluindo mudanças no clima, a introdução de um novo conjunto de crenças relacionadas com a pastorícia, bem como um maior foco em outras espécies animais.
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