domingo, 25 de junho de 2023

Um Sucellus viticultor?

SUCELLUS UND NANTOSUELTA

Kotterba, M. (2000): Sucellus und Nantosuelta. Untersuchungen zu einem gallo-römischen. Götterpaar in den Nordprovinzen des Imperium Romanum. Tese doutoral sostida na Universidade de Friburg


Deixamos aqui o enlace a esta tese doutoral, com uma hipótese curiosa sobre o caráter do deus gaulês Sucellus, ao nosso ver profundamente equivocada, mas que ainda assim pode ter certo interesse em quanto catalogo do material sobre este deus e a sua parelha Nantosuelta.

Sucellus de Vienne, os propios raios solares  rematam a sua vez por cabeças de martelo que remedam o atributo perdido do deus na estatueta.

Segundo o entendemos o erros maiores de este trabalho consistem por um lado em cair em um reducionismo que, ainda considerando as advocações particulares e mais profanas, não da conta de toda a complexidade das figuras divinas sem considerar o contexto mais amplo da divindade. como quadram os atributos solares com os que aparece associado em algumas representações como a de Vienne, ou a extensão tremendamente ampla na Gália deste deus, com a figura dum mero deus viticultor?. 


Um segundo erro é cair em um certo "utilitarismo" ao estilo dos söndegott usenerianos mais chatos, atribuindo e em certa forma trasladando uma mentalidade aos antigos que parece mais própria do nosso contexto secularizado e contemporâneo, o qual não esta muito longo -ou menos do que pudera parecer das teorias também "utilitaristas" no fundo dum Frazer que considerava a fim de contas a religião como um intento frustrado de Ciência prática inalcançável ao primitivo
Em tudo isto obviamente, existe um risco evidente de que tirando analiticamente destes pressupostos se termine fazendo disiecta menbra de um conjunto de crenças em origem coerentes e articuladas, entorpecendo a sua interpretação final como tal o convertendo, como sucede, o secuandario -ou mesmo- anecdotico no foco de atenção.

Como contraste aconselha-mos a leitura do modélico estudo que o nosso caro colega Valéry Raydon faz desde o ponto de vista mitológico e das correspondências entre Sucellus e o deus irlandês Dagda.


Sinopse: 
Esta dissertação centra-se num casal divino galo-romano, que, na história da ciência, tem sido interpretado de várias formas, muitas vezes contraditórias. Eles eram considerados deuses do submundo e dos mortos, bem como deuses do céu e dos campos elísios ou protetores da casa e da vida cotidiana ou patronos de artesãos como tanoeiros e muito mais. 


O presente trabalho baseia-se em mais de 240 monumentos, a maioria relativos ao deus (a deusa é encontrada em apenas 10 casos), que consistem principalmente em relevos de pedra e estatuetas de bronze.; apenas algumas inscrições são conhecidas. A análise dos atributos e da área de distribuição dos monumentos mostra que Sucellus deve ser claramente considerado o deus dos produtores de vinho. Seu martelo de cabo longo e de madeira era usado para cravar os postes em torno dos quais as uvas rastejavam e representava o início do trabalho. 


Os barris ilustram o processo de amadurecimento, bem como o transporte. O copo de vinho, que Sucellus oferece na mão, mostra o orgulho dos viticultores pelo produto final. As áreas onde se encontram os monumentos pertenciam às áreas vitícolas mais exclusivas da Gália romana e províncias adjacentes (e ainda estão entre as melhores até hoje). 


No caso de Nantosuelta, suas funções (que podem ter sido muito diferentes das de sua companheira) não podem ser descritas com clareza, pois são poucos os monumentos e seus atributos, por exemplo, a cornucópia, são pouco específicos. Ao catálogo de monumentos deste divino casal juntam-se cerca de uma centena de monumentos, até agora considerado pela ciência arqueológica como pertencente a Sucellus. A análise mostra que todos eles devem ser definidos de forma diferente.

INDEX


Descarregar a tese em: Sucellus und Nantosuelta

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