quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Pequenos "Indicios" do Passado

Acaba-se de publicar o achádego de âmbar báltico mais antigo da Europa Ocidental, datado no 4 Milénio em pleno Neolítico, e 1000 anos anterior ao que até agora era objeto mais antigo de esta resina fóssil (já de época campaniforme) ... e onde é que apareceu, pois num local tão longe na sua zona de origem como o Noreste da Península Ibérica no jazigo de Cova del Frade (Matadepera, Barcelona)


Em concreto, pequena conta de âmbar apareceu numa série de enterramentos dentro da caverna em níveis avançados do neolítico. Para a mesma cronologia se vem é certo que existe âmbar datado anteriormente -entre o 4300 - 4000 A.C- nos Países Baixos como se destaca numa conversa no twitter de um dos autores (aqui), neste caso se trata de material local do Mar do Norte ou Alemanha


Obviamente, como sempre, nestas questões o mais interessantes não é quem o tem mais antigo, mais grande (ou pequeno, as vezes a miniatura também é um grau) melhor, ou "mais melhor", senão o indício que nos oferece de contactos a muito longa distância, e o que isso implica no plano social e simbólico: Quanta rede de troca, economia do dom, interrelação pessoais tecidas, quanta instituição, ... quanta vida!, há aqui. Indicio que ao ser conectado e contextualizado com outros indícios. Como sintetizam os perfeitamente os autores do artigo:

"Objetos feitos de matérias-primas “exóticas” são elementos-chave da cultura material arqueológica. Do ponto de vista da produção, podem informar sobre comércio e intercâmbio, mobilidade e organização artesanal; os seus padrões de consumo estão frequentemente ligados a questões de estatuto social, identidade e género.

As redes culturais alargadas foram tão fundamentais no passado como o são no presente. Especificamente, as redes comerciais de longa distância poderiam permitir o acesso privilegiado ao conhecimento, às tecnologias, aos objetos e às relações sociais. Da mesma forma, a disponibilidade restrita de determinados materiais poderia ter gerado prestígio e outras formas de diferenciação social. ... É, portanto, importante considerar como o comércio de longa distância e o exotismo serviram como recursos simbólicos"

A Arqueologia se assenta não em outra coisa senão nesse "Paradigma Indiciário", e em esse sentido a partilha essa estranha virtude com a Micro-História ao jeito de Ginzburg, de fazer -parafraseando livremente a cantiga popular- falar ("cantar") tanto a uma coisa tão pequena. 

Para mais informação sobre este pequeno grande achádego, seu enquadramento e contexto remetemos aos leitores ao artigo original de Nature, saído justo hoje 
    

Artigo

Murillo-Barroso, M., Cólliga, A.M. & Martinón-Torres, M. (2023): "The earliest Baltic amber in Western Europe" Sci Rep 13, 14250   DOI: 10.1038/s41598-023-41293-0

   

Produção Cerámica em Los Millares

Producciones cerámicas especiales en 
el poblado fortificado calcolítico de 
Los Millares

Quando: 20 de Setembro
Onde: On-line


O dia 20 de Setembro as 21:30 horas (hora portuguesa) decorrera uma palestra organizada pela Associação para o Desenvolvimento da Cooperação em Arqueologia Peninsular (ADECAP) que será proferida pelos Juan Antonio Cámara Serrano, Alberto Dorado Alejos e Francisco Javier Castillo Gallego sob o titulo de "Producciones cerámicas especiales en el poblado fortificado calcolítico de Los Millares"

O povoado fortificado calcolítica de Los Millares (Santa Fé de Mondújar, Almería), ocupado entre aproximadamente 3200 e 2200 cal a.C., mostra ao longo da sua extensa sequência, uma série de alterações na produção cerâmica que afetam também os vasos mais cuidadosamente conservados. Prestigiado. Não só as produções deste tipo das fases mais antigas (cerâmica cinzenta, laranja e simbólica) desapareceram com o surgimento dos vasos em forma de sino, como as técnicas utilizadas para a sua confeção também se alteraram ao longo da segunda metade do século III. Milénio cal A.C.


Este trabalho oferecerá uma síntese das características técnicas destes tipos de recipientes e apresentará um quadro cronológico específico para a sua evolução com base em novas datações por índice de carbono.

A conferência pode ser seguida por Zoom em este enlace



Religião e Poética Germánica - Em breve


Early Germanic Poetics & Religion from Linguistic and Comparative Perspectives


Quando: 18 - 19 Setembro
Onde: Copenhague


O centro de pesquisa Roots of Europe – Language, Culture and Migrations da Universidade de Copenhague organiza um encontro de 2 dias baixo o título de "Poética e religião germânicas primitivas desde as perspetivas linguísticas e comparativas". 


Este encontro académico de dois dias irá mergulhar nos domínios cativantes da poética germânica primitiva e as suas conexões com as crenças religiosas a partir de uma perspetiva interdisciplinar que combina filologia, linguística e corporativismo. A conferência servirá como uma plataforma fundamental para discussões interdisciplinares e resultados de pesquisas multifacetadas.


A conferência cobrirá uma variedade de tópicos atraentes, incluindo:

- Características poéticas e significado religioso de textos nas primeiras línguas germânicas, incluindo nórdico antigo, inglês antigo e saxão antigo

- Análise comparativa de textos e mitos germânicos com os de outras tradições europeias e não europeias

- Análise linguística dos primeiros nomes mitológicos germânicos e terminologia religiosa

- Rituais e cerimônias nas primeiras tradições germânicas e sua relevância para a poética e o mito

- Divindades germânicas, sua representação em fontes germânicas e suas contrapartes em outras tradições

Descarregar programa aqui e livro de resumos aqui

Programa

Monday 18/09/2023

09.30 Welcome & Opening remarks

09.45-10.15
Old English b(e)aldor ‘prince’ and the luminous ruler
José Luis García Ramón

10.15-10.45
Archaisms and neologisms in the Old Norse poetic vocabulary
Guðrún Þórhallsdóttir

10.45-11.00 Coffee break

11.00-11.30
Wodan in Sachsen? Zur Suche nach ‚germanischem‘ Wissen im Heliand
Heike Sahm

11.30-12.00
Immersing in the Cult of Nerthus and Finding Paradise in Neorxnawang: Etymological Considerations and Cultic Connections between Germanic Deities and Their Natural Habitats
Corinna Scheungraber

12.00-13.30 Lunch break

13.30-14.00
Dwellings Undwindling II: The Germanic Horizon
Peter Jackson Rova

14.00-14.30
The roots *u̯el(h)-  in Germanic tradition
Birgit Anette Olsen

14.30-15.00 Coffee break

15.00-15.30
Revisiting Dumézil’s Loki: The Ossetic ‘Myth of the Wounded Sun’ Compared with its Scandinavian and Vedic Counterparts
Laura Massetti

15.30-16.00
Stars of the North: Indo-European Motifs in the Völuspa
Michael Janda

16.00-16.30
Old Norse Týr and Viðarr: solar turning points, wolves and the sky
Eldar Heide 

Tuesday 19/09/2023

9.30-10.00
Mythological collocations in the poetic Edda
Rudolf Simek

10.00-10.30
Collocations in Old English and Old Saxon religious poetry
Veronka Szoke

10.30-11.00
Old Norse Elves from a linguistic and comparative perspective
Riccardo Ginevra

11.00-11.15 Coffee break

11.15-11.45
Oat cuisine and orphaned motifs
Patrick Stiles

11.45-12.15
Fate and honey: Between Yggdrasill and Parnassos
Haukur Þorgeirsson and Joseph S. Hopkins

12.15-13.45 Lunch Break

13.45-14.15

What can we do with poetic riddles in Old Norse and Arabic?
Alaric Hall

14.15-14.45
What’s ‘Going On’ in Hárbarðsljóð? An Analysis of the Performative Nature of Hárbarðsljóð in a Comparative Context
Terry Gunnell

14.45-15.15 Coffee break

15.15-15.45
Charming the poetic mead: Egill’s Sonatorrek
Clive Tolley

15.45-16.15
Scribal Performance and Eddic Mythological Poems: 
From 13th-Century Sources to the Origins of Modern Editing
Frog

16.15 - 16.45
Ragnarøk: From Dawn to Dusk
Jonas Wellendorf

16.45 Closing remarks



+INFO no site de: Roots of Europe

Indo-European Linguistics Nº 10/1 - 2022

Indo-European Linguistics 
     
Nº 10/1 - 2022
  

INDEX

Message from the editors pp. 1–2
Joseph F. Eska & Ronald I. Kim

Allomorphy in the Hittite common gender accusative 
plural  pp. 3–32
Oscar Billing

Labiovelar loss and the rounding of syllabic liquids in Indo-Iranian pp. 33–87
John Clayton

Double nasal presents  pp. 88–106
Jay H. Jasanoff

More on ablaut patterns in the ḫi-conjugation pp. 107–128
H. Craig Melchert

‘Day’ and ‘night’ in Latin. The formation of temporal adjectives and adverbs pp. 129–150
Kanehiro Nishimura

Coordination strategies in Messapic  pp. 151–168
Reuben J. Pitts

Towards a new comparison of the pre-Proto-Tocharian and pre-Proto-Samoyed vowel systems pp. 169–213
Abel Radu Warries

A new prosodic reconstruction of Proto-Indo-European *-mon-stems  pp. 214–288
Anthony D. Yates


Ir ao número da revista: IE Linguistic Nº 10/1 - 2022

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Lobisomes, Guerreiros e Sacrificios - Livro

Werewolves, Warriors 

  & Winter Sacrifices   


Kaliff, A. & Østigård, T. (2022): Werewolves, Warriors and Winter Sacrifices: Unmasking Kivik and Indo-European Cosmology in Bronze Age Scandinavia. Occasional papers in archaeology Nº 75. Uppsala University. Uppsala.  ISSN: 1100-6358
 

Sinopse 
Este estudo é o primeiro a considerar o enigmático túmulo de Kivik, na Suécia, com as suas famosas lajes de arte rupestre num contexto agrícola e indo-europeu. Com base no trabalho do arqueólogo V. Gordon Childe e do antropólogo James G. Frazer, esta análise apresenta uma visão de mundo cultural e cosmológica aprofundada da Idade do Bronze escandinava. 



O pastoralismo e os bandos guerreiros eram partes essenciais da ecologia e da cosmologia; os noviços foram iniciados nessas irmandades como lobisomens. Ao colocarem máscaras ou mantos, tornaram-se antepassados e desempenharam um papel fundamental numa série de sacrifícios de inverno ligados ao ciclo agrícola. 


O mito do lobisomem contém resquícios de todos os rituais do ciclo de vida – desde o nascimento até a iniciação como guerreiro, casamento, morte e tornar-se um ancestral. 


Etnograficamente, a instituição cultural e cosmológica manifestada em Kivik pode ser identificada em partes da Europa até aos tempos modernos
  

INDEX

Preface

1. Kivik and Kingmakers  p. 15

2. Wolves and Warriors in Indo-European History  p. 42

3. Cattle, Cowlonialism and Indo-Europeanisation p. 70

4. Farming, Fertility and Frazer  p. 97

5. The Wild Hunt, Perchta and the Werewolf Thiess  
p. 135

6. ‘Carrying out Death’, Initiation and Leadership 
as Living Ancestors p. 165

7. Cult, Cult Houses and Kivik in Culture and Cosmology  
p. 195

8. Ethics, Archaeology and Indo-European Research History 
p. 219

Acknowledgements p. 230

Literature  p. 232


Descarregar o livro em: Werewolves, Warriors & Sacrifices
  

Postagem relacionada:  Cães, Lobos e Guerreiros

"O Devorador"

Ontem descobrimos graças a uma entrada no magnífico blogue de Irish Archaeology esta curiosa peça de madeira topada durante as escavações da rua Fishamble em Dublin. Uma magnifica mostra do artesanato viking de apenas 5 cm de diâmetro esculpido em uma peça única de madeira, cum oco para o passo de uma indicando um possível uso com pingente.  

A figura amostra a figura dum lobo que agarra com as suas gadoupas um objeto esferico se dispõe morder com as fauces abertas. Uma cena que Irish Archaeology interpreta claramente como uma referência a cena do Racknarok na que o lobo Fenhrir após ser liberado devora o sol ou a lua, tal é como é descrito na Edda Poética. 



Não nos deteremos agora no extenso tema do lobo/fera devoradora na Antiguidade e Idade Media, questão que preferimos deixar para outro dia, simplesmente destacar a curiosidade de esta extraordinaria pequena obra-mestra. Para uma descrição mais detalhada da peça e dos pormenores do seu achádego e referências remitimos ao leitor a entrada do blogue aqui


terça-feira, 29 de agosto de 2023

A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal - Livro

A CULTURA CASTREJA NO
 NO DE PORTUGAL

Silva, A. Coelho Ferreira Da (2007): A cultura castreja no Noroeste de Portugal. 2ª edição ampliada. Câmara Municipal, Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins e Centro de Arqueologia Castreja e Estudos Célticos. Paços de Ferreira. ISBN: 978-972-9408-28-1

   

Sinopse 
Afastado dos centros-motores do Mediterrâneo oriental e central assim como da Europa temperada, o Noroeste Peninsular fica como um território longínquo nas zonas periféricas no Continente europeu. 


Um vasto registo de influências de caráter exógeno sobretudo concretizadas a propósitos de elementos da cultura material torna manifesto um quadro de relações de longo curso no âmbito dos contactos atlânticos, mediterrânicos e continentais, suavizando a imagem de isolamento que a partir das alusões clássicas se foi divulgando como índice de uma área marginal.


A complexidade da natureza das componentes observadas fica como o melhor testemunho de que mais que uma finisterra esta zona geográfica foi um eixo de comunicação e polo de interesses e atração de uma economia mundo a escala europeia. 

INDEX

lntrodução

Capítulo I

O habitat castrejo: evolução e cronologias
 
Habitat, ocupação e organização do espaço

1. A lmplantação dos Povoados

2. A Estruturação dos Povoados

2.1. O sistema defensivo

2.2. O ordenamento urbano

Fase I - A emergência de povoados fortificados e a formação da identidade regional

Fase ll - A evolução do habitat e a afirmação de facies regionais

Fase lll - Proto-urbanismo e reordenamento territorial

Tabela Cronologica.

Dataçoes radiocarbónicas do Noroeste de Portugal e Galiza

lnventário das Estaçoes Castrejas do Noroeste de Portugal


Capítulo ll

Economia e Ergologia

1. Actividades de Subsistência

2. Actividades Artesanais

2.1. Cerâmica

Fase I .
Fase ll .
Fase lll .

Cerâmicas de importação mediterrânica

Cossoiros

Cerâmica - Anállse Descritiva

2.2. Metalurgia

1. Utensílios

2. Armas

3. Obiectos Cultuais

4. Obiectos de Adorno

5. FÍbulas

Metalurgia - Análise Descritiva

2.3.Ourivesaria

l.Torques, Colares Articulados e Lúnulas

2. Braceletes

3. Arrecadas e Aros de Cabelo

4.Varia

Ourivesaria - Análise Descritiva


Capítulo lll

A organização da sociedade 

1. O Grupo Familiar

2. As Unidades Suprafamiliares

2.1.OsCastros

2.2. Os Povos

3. A religião

lconografia e Epigrafia - Análise Descritiva

Conclusáo e Bibliografia

Conclusão

Bibliografia

Siglas e Abreviaturas

Estampas e Mapas

  

Descarrega o livro em:  Cultura Castreja no NO

Migrações e Narrações na Arqueologia

Migration Narratives in Archaeology


Hofmann, D., Frieman, C.J. & Nyland, A.J. (2023): Migration Narratives in Archaeology. Hot Archaeology Vol. 2. Sidestone Press. Leiden.  ISBN: 9789464262025  DOI: 10.59641/ukr271lm


Sinopse
A migração não é apenas um fenómeno recente, provocado por crises, mas uma parte fundamental da vida humana – e sempre foi assim. Este pequeno livro destina-se a todos os interessados ​​na migração humana no passado. 


Em textos curtos, primeiro desconstruem-se doze estereótipos comuns de migração que são frequentemente encontrados tanto em textos académicos como noutros meios de comunicação, tais como reportagens noticiosas. Embora a maioria dos nossos textos sejam escritos a partir de uma perspetiva arqueológica, eles também pretendem destacar sob a forma em como vemos a migração no presente. Por exemplo, as migrações são sempre violentas? Qual é o impacto demográfico da migração? Como é que a migração muda tanto os migrantes como as sociedades acolhedoras?


Uma segunda seção explica cinco métodos arqueológicos e científicos comuns usados ​​para rastrear migrações passadas, por exemplo, DNA antigo (aDNA), análise isotópica e métodos de obtenção de informações arqueológicas. Numa parte final, apresentamos sete estudos de caso selecionados do passado pré-histórico europeu, desde a Idade da Pedra até ao período de migração medieval. 


Cada texto é acompanhado por uma ilustração que funciona como um enganche para a reflexão crítica por si só – seja provocando risos, apresentando narrativas alternativas ou convidando respostas emotivas.

INDEX

An introduction to the series – HotAcademia and migration: 
Myths and realities explained
Bisserka Gaydarska, Laura Coltofean-Arizancu 
& Uroš Matić

Migration in the past and present – stereotypes, 
methods and stories
Daniela Hofmann, Catherine J. Frieman, Astrid Nyland


Migration stereotypes

Stereotype 1: Migration is a recent phenomenon
Stefan Burmeister

Stereotype 2: Migration is mass migration
Stefan Burmeister

Stereotype 3: Migration is a one-way, linear process
Martin Furholt

Stereotype 4: Migrants are a coherent group
Daniela Hofmann

Stereotype 5: Migrants give up their roots when they migrate
Astrid J. Nyland

Stereotype 6: Migrants will eventually assimilate
Daniela Hofmann

Stereotype 7: People don’t want to move
Stefan Burmeister

Stereotype 8: Migrations happen because of crises
Martin Furholt

Stereotype 9: Migrants will displace locals demographically
Tim Kerig

Stereotype 10: Genes determine your ethnicity
Eva Fernandez-Dominguez

Stereotype 11: Mobile women are a modern phenomenon
Samantha S. Reiter & Karin Frei

Stereotype 12: Migrations in the past were violent
Astrid J. Nyland


Studying migration in the past: the methods

Method 1: How to read an arrow on a map
Catherine J. Frieman

Method 2: Where do objects come from?
Catherine J. Frieman

Method 3: How languages spread
Rune Iversen

Method 4: Migration is in your bones!
Steinar Solheim

Method 5: How does ancient DNA work?
Eva Fernandez-Dominguez


Migration narratives

Narrative 1: Travelling by boat in the Stone Age
Knut Andreas Bergsvik

Narrative 2: How farming came to Europe
Daniela Hofmann

Narrative 3: Coping with new surroundings in Neolithic Norway
Almut Schülke

Narrative 4: Horses and wagons: technologies of mobility
Niels N. Johannsen

Narrative 5: Mobile women in the Bronze Age
Samantha S. Reiter & Karin Frei

Narrative 6: On the road – paths and routeways
Catherine J. Frieman

Narrative 7: Warriors on the loose? The Migration Period
Stefan Burmeister

Suggested reading


Descarregar o livro em:  Migration Narratives

Línguas e Epigrafias Paleohispânicas - Livro

Palaeohispanic Languages 
and Epigraphies


Garcia Sinner, A. & Velaza, J. (eds.) (2019): Palaeohispanic Languages and Epigraphies. Oxford University Press. Oxford.  ISBN: 978–0–19–879082–2


Sinopse
Além do fenício, do grego e do latim, pelo menos quatro sistemas de escrita foram usados ​​entre o século V a.C. e o primeiro século d.C. para escrever as línguas indígenas da Península Ibérica (as chamadas línguas paleo-hispânicas): tartessiano, ibérico, Celtiberiano e Lusitano. 


No total, estão preservadas mais de três mil inscrições naquele que é certamente o maior corpus de expressão epigráfica do mundo mediterrânico ocidental, com exceção da Península Itálica. O objetivo deste volume é apresentar os mais recentes estudos de ponta sobre essas epigrafias e sobre as línguas que elas transmitem. 


Utilizando uma abordagem multidisciplinar que se baseia na experiência dos principais especialistas na área, reúne uma ampla gama de perspectivas sobre os aspectos linguísticos, filológicos, epigráficos, numismáticos, históricos e arqueológicos das inscrições sobreviventes, e fornece novos insights inestimáveis ​​sobre a história social, econômica e cultural da Hispânia e do antigo Mediterrâneo ocidental. 


O estudo destas línguas é essencial para a nossa compreensão da alfabetização colonial fenícia e grega, que está na raiz do seu crescimento, bem como da difusão da alfabetização romana, que desempenhou um papel importante na expansão final do assim. chamadas línguas paleohispânicas 

   

INDEX

Preface

1. Method and methods: Studying Palaeohispanic languages 
as a discipline
 J. de Hoz

2. The Iberian peninsula in pre-Roman times: 
An archaeological and ethnographical survey 
A. Lorrio and J. Sanmartí

3. Phoenician epigraphy in the Iberian peninsula
J. Á. Zamora

4. Palaeohispanic writing systems: Classification, origin, 
and development 
J. Ferrer and N. Moncunill

5. The epigraphic and linguistic situation in the south-west 
of the Iberian peninsula 
 J. A. Correa and A. Guerra

6. The linguistic situation in the territory of Andalusia
 J. de Hoz

7. Iberian writing and language
 J. Velaza

8. Cultural and linguistic contacts in southern Gaul 
A. Mullen and C. Ruiz Darasse

9. The Vasco-Iberian theory 
E. Orduña

10. Writing and language in Celtiberia 
F. Beltrán and C. Jordán

11. Language and writing among the Lusitanians 
E. R. Luján

12. The parts of Hispania without epigraphy 
J. Gorrochategui and J. M. Vallejo

13. Coin evidence for Palaeohispanic languages 
P. P. Ripollès and A. G. Sinner

14. Writing, colonization, and Latinization 
in the Iberian peninsula 
 B. Díaz Ariño, M. J. Estarán, and I. Simón

Bibliography

Concordance of inscriptions

Index of sources


Disponivel em: Palaeohispanic Languages

Revue des Etudes Anciennes Nº 125/1 - 2023

Revue des Etudes Anciennes 

Nº 125/1 - 2023



INDEX

Articles

Ptolemaic Imperialism in Southern Anatolia: Caria, Lycia, 
Pamphylia and Cilicia
Christelle Fischer-Bovet 

Recomposer la linéarité dynastique de la famille
hasmonéenne: un défi pour l’auteur de 1 Maccabées
Michaël Girardin 

Polybe, les Grecs envoyés à Rome en 167 et leur statut
François Santoni 

Ante o post censuram? La cronologia della legazione 
di scipione Emiliano a Oriente
Manfredi Zanin 

Fuggire dalle proscrizioni lontano da Roma: 
il caso di Gaio Norbano 
Andrea Frizzera

The turma Salluitana and Pompey’s Iberian clientelae: 
a Critical Reassessment
Juan García González 

Sauve qui peut ! César arrive
Paul Marius Martin 

Titres honorifiques fondés sur le lexique de la parenté 
et dimension performative du langage métaphorique
Nicolas Williams-Garnier 

Castration thérapeutique et uirilitas : le traitement 
de l’épilepsie chez Célius Aurélien
Jean-Christophe Courtil  


Lectures critiques

La disparition de la cité? 
Julien Zurbach 



+INFO sobre a revista:  REA Nº 152/1 - 2023

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Uma olhada a Ganadaria do Neolítico Estépico



Num artigo publicado no último número de Antiquity revela-se a complexidade das praticas bandeiras da cultura de Cucuteni-Tripolye. O estudo analisa os restos faunístico do conhecido mega-site ucraniano de Maidanetske, e em base aos restos de isótopos estáveis, identificava uma varias práticas de pastoreio e a sua possível relação com a estrutura social e espacial dos assentamentos de esta cultura.


Maidanetske como outro assentamento da Cultura de Tripilia reflecte padrões de utilização dos animais que indicam uma explotação intensiva do gado como produtor de carne e leite, assim como instrumento de tração como indicam as patologias documentadas relacionadas com este tipo de atividade. Igualmente o gado também cumpria um papel relevante no mundo simbólico e social do tripilianos, sendo representado em figurinhas ceramicas, ou servido de oferenda funerária, como evidencia a presença de crânio colocados em sepulturas de Cucuteni-Tripolye, ou também como parte de banquetes cerimoniais como indicaria algum deposito intencional de restos de bovídeos.

figurinha ceràmica de touro, Cucuteni-Tripolye Medio, Museu de Moldova
O recente estudo proporciona novos dados sobre esta importância do gado em esta cultura neolítica Por um lado a proporção baixa de isótopos de carbono nos ossos tanto de caprinos como bovídeos indicam que estes se alimentavam em zonas abertas e não em florestas densas (o qual suporia uma maior acumulação de carbono no organismo), pelo que junto como o registo botânico amostra um processo de desflorestação para criar pastagem e vinculado a isto uma explotaçáo de tipo extensivo

Em esta desflorestação de zonas boscosa influíam assim além da ganadaria também a ampla explotaçáo agrícola do solo, e usos secundários das árvores para a construção de cabanas do assentamento e como combustível. O qual encaixa também com a localização dos assentamentos de Tripilya em zonas vinculadas as chairas aluviais dos rios da região. Embora um segundo cumulo de evidencias tanto no procedentes dos registos de isótopos de nitrogénio amostram que junto a este padrão ganadeiro existia outra forma de explotaçáo intensiva em pastagem que recebiam aportes de este elemento através do estrumo. Trabalhos anteriores demonstraram que rebanhos de ovinos que pastam intensamente como parte de grandes rebanhos multiespécies em pastagens espacialmente restritas.

chaira aluvial a beira do rio Dnieper, Ucrania

Os dados aportados por o artigo por tanto mostram a complexidade das técnicas de manejo e explotaçáo do meio da cultura tripiliana durante a sua fase de maior esplendor, com um sistema mixto de ganadaria que combina a pastagem extensiva em zonas abertas junto com pastagem intensiva em áreas limitadas, lotes de térreo acoutados, e submetidas intencionalmente a processos de fertilização.

O artigo se debruça também sobre as consequências que isto pode ter para entender as dinâmicas sociais e intercomunitárias, pranteando como a necessidade de espaços amplos para a gandaria extensiva e o limitado espaço entre os assentamentos tripilianos, sugere com muita probabilidade o estabelecimento de relações entre estas comunidades para gestionar o passo dos animais e os direitos de pastagem nos territórios de um e outra coumunidade. 

".. exigiu negociações intracomunitárias para garantir o acesso a pastagens de alta qualidade para animais valiosos, como as vacas leiteiras, sugerindo que as pastagens também podem ter desempenhado funções socialmente integradoras."

Algo que os afeiçoados a etnografia que tenham lido e estudado sobre os mecanismo de transumância e transterminância soara lhes resultara muito familiar. Igualmente as altas densidades humanas dos macro-assentamentos da cultura de Tripillya da que Maidanetske e um dos exemplos mais visíveis e evidentes junto com alguns elementos da  e organização planimétrica (como o agrupamento em bairros das casas) ou da arquitetura como a a presença de grande edifícios interpretados por Hofmann como casas comunais para atividade rituais e de agregação (assembleaias, cerimonias, banquetes)

reconstrução de uma "macro-estrutura" ou "casa comunal" da cultura de Cucuteni-Tripolye

Tudo isto sugerem igualmente o celebre ethos comunitário estaria conectado com a explotaçáo de tipo comunal do gado. Novamente aqui o exemplo etnográfico sugere analogias muito pertinente como sucede com o caso dos sistemas bem conhecidos de manejo comunal do gado de todo assentamento.


Sistemas como a vezeira conhecidos por estudos como o de Jorge Dias pelo qual que obrigava por turno a cada um dos vizinhos a fazer de pastor do rebanho comunal formado pela acumulação das reses de todos os membros da comunidade, ou os sistema de pastoreio estacionai como as conhecidas "alçadas" asturianas ou de branda -inverneira do contexto português e galego, em que uma parte da população tem um ritmo de vida itinerante entres lugares de pastoreio estacional no entanto outra parte da população queda fixada a um assentamentos permanente. 

Um terceiro grupo de animais estudado no artigo é o caso dos porcos. Em este sentido a proporção alta de nitrogénio no gado porcino mostra que ao contrário do que sucede em assentamentos neolíticos do VI Milénio os porcos de Maidaneske não se alimentavam em semiliberdade controlada em zona de floresta senão que eram submetidos a uma cria intensiva ao igual que parte dos bovídeos e ovicaprideos. De facto as elevadas submetidos de este elemento sugerem que ocasionalmente os porcos poderiam pastariam nos campos após a recolhida da colheita e sobre tudo se alimentariam dos excedentes e refugalhos da alimentação humana.


Temos assim em conjunto um sistema económico complexo que combina uma economia muito produtiva capaz de manter um< população muito densa as que encaixa o abjetivo de proto-urbano, ou segundo Chapman mesmo com a denominação de "urbanismo de baixa densidade"; com 3 estratégias de ganadaria evolucionadas diferenciadas que incluem duas formas complementarias (intensiva-extensiva) para bovídeos e ovicaprídeos e uma forma menos móvel para a cria do porcino. 

reconstrução do macro-sitio proto-urbano de Tripolye de Maidanetske

Um sistema sistema tremendamente complexo capaz de gestionar o médio e as relações em um território amplo, ao mesmo tempo que paralelamente no Oriente Próximo se da a evolução ao urbanismo, mas que ao contrario que em este caso mantêm um forte peso do formas de vida e uma ideologia profundamente comunitária, que evita ou ao menos ladearia os efeitos da desigualdade social.  
  

Artigo

Makarewicz, C., Hofmann, R., Videiko, M., & Müller, J. (2022). "Community negotiation and pasture partitioning at the Trypillia settlement of Maidanetske" Antiquity Nº 96/388 pp. 831-847. DOI:10.15184/aqy.2022.32  

Bibliografia complementaria:

Dias, J. (1981): Rio de Onor: Comunitarismo agro-pastoril. Presença. Lisboa. 

Dias, J. (1983): Vilarinho da Furna, Uma Aldeia comunitária. Imprensa Nacional Casa da Moeda. Lisboa. 

Chapman, J., Michail Yu. M., Bisserka, V., Gaydarska, N. & Burdo, D. (2014): "Architectural differentiation on a Trypillia mega-site: preliminary report on the excavation of a mega-structure at Nebelivka, Ukraine" Journal of Neolithic Archaeology Nº 16  pp. 135-156  DOI: 10.12766/jna.2014.4

Gaydarska, b., Nebbia, M. & Chapman, J. (2020) Trypillia Megasites in Context: Independent Urban. Development in Chalcolithic Eastern Europe" Cambridge Archaeological Journal, 30/1 pp.  97-121. DOI: 10.1017/S0959774319000301

Hofmann, R.; ,Müller, J., Shatilo, L.,et alii (2019): "Governing Tripolye: Integrative architecture in Tripolye settlements" PLoS ONE Nº 14/9: e0222243  DOI: 10.1371/journal.pone.0222243   


Gado e Pessoas - Livro


Cattle and People


Wright, E. & Catarina Ginja, C. (eds.) (2022): Cattle and People: Interdisciplinary Approaches to an Ancient Relationship. Archaeobiology Vol. 4. Lockwood Press. Columbus  ISBN: 978-1-948488-73-0


Sinopse 
Este volume tem origem numa sessão de conferência que teve lugar na conferência do Conselho Internacional de Arqueozoologia de 2018 em Ancara, Turquia, intitulada "Humanos e Gado: Perspectivas Interdisciplinares para uma Relação Antiga". 


O objetivo da sessão foi reunir zooarqueólogos e seus colegas de diversas outras áreas de pesquisa que trabalham nas interações entre o homem e o gado ao longo do tempo. As contribuições neste volume reflectem bem a amplitude do trabalho realizado sobre a antiga relação entre humanos e gado nos continentes da Europa, África e Ásia, e desde o final do Pleistoceno até ao período pós-medieval. 


Quase todos envolvem o estudo de vestígios arqueológicos de gado e utilizam diferentes métodos zooarqueológicos, mas também se destaca a combinação dessas abordagens com a etnografia, isótopos e genética.


INDEX

Section 1:  Prehistoric Human-Ca!le Interactions: 
Aurochs Hunting and Early Husbandry
 
1. The Aurochs in the European Pleistocene and Early 
Holocene: Origins, Evidence and Body Size 
Elizabeth Wright

2. The Cattle of Ludwinowo 7: Death, Dinner, and Deposition 
in the Linearbandkeramik Culture 
Emily V. Johnson, Rosalind E. Gillis, Joanna Pyzel, 
Arkadiusz Marciniak, Alan K. Outram

3. Origin and Diffusion of Cattle Herding in Northeastern Africa
 Joséphine Lesur

4. A Potential Early Cattle-Based Faunal Economy from 
the Indus Valley Civilization: Evidence from the 
Harappan Settlement of Bhirrana in Northern India 
Arati Deshpande-Mukherjee, Pankaj Goyal
 

Section 2: Historical Improvement and Intensification
 
5. On the Improvement of Cattle (Bos taurus) in the Cities 
of Roman Lusitania: Some Preliminary Results 
Cleia Detry, Silvia Valenzuela-Lamas, Simon J. M. Davis, 
Ana Elisabete Pires, Catarina Ginja

6. Change and Regionalism in British Cattle Husbandry 
in the Iron Age and Roman Period: An Osteometric 
Approach Colin Duval, Umberto Albarella

7. Cattle Husbandry in Late- and Postmedieval England: 
A Zooarchaeological Investigation of the 
Relationship between Town and Country 
Tamsyn Fraser, Idoia Grau-Sologestoa

8. An Archaeogenetics Study of Cattle Bones from Seventeenth 
Century Carnide, Lisbon, Portugal
 Irene Ureña, Silvia Guimarães, Simon J. M. Davis, Cleia Detry, 
Gülşah Merve Kılınç, Rute da Fonseca, Nicolas Dussex, Luciana Simões, Ludmilla Blaschikoff, António Muñoz-Merida, Umberto Albarella, 
José Matos, Anders Götherström, Ana Elisabete Pires, Catarina Ginja
 

Section 3: Symbolic and Ritual Importance
 
9. Bison and Aurochs, Emblematic Figures of the Upper 
Paleolithic in Southwestern Europe 
Carole Fritz, Jean-Philip Brugal, Philippe Fosse, 
Gilles Tosello

10. Emerging Inequalities at Animal Farm: Tracing the 
Symbolic Use of Cattle from the Late Neolithic to the 
Middle Bronze Age in Southern Portugal 
António Carlos Valera

11. Cattle for the Ancestors at Neolithic Çatalhöyük, Turkey 
Nerissa Russell

12. The Bovine Deposits from the Chalcolithic 
Ditched Enclosure of Camino de las Yeseras (Madrid, Spain) 
Corina Liesau, Patricia Ríos, Jorge Vega, Concepción Blasco, 
Roberto Menduiña, María de los Ángeles de Chorro, 
Cristina Cabrera, Eva-Marie Geigl, Carlos Arteaga
 

Section 4: Socio-Political Importance
 
13. Ethnoarchaeology of Cattle and Humans among Selected Communities in Manicaland, Eastern Zimbabwe 
Plan Shenjere-Nyabezi

14. Cattle and People in China: From the Neolithic to the Present 
Katherine Brunson, Brian Lander, Mindi Schneider

15. Cattle, Yaks, Traction, and the Bronze Age Spread 
of  Pastoralism into the Mongolian Steppe
Tuvshinjargal Tumubaatar, Cheryl A. Makarewicz
 
Index


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