segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Dragões Indo-europeus na Biblia e Ugarit

Unburning Fame

Wikander, O. (2017): Unburning Fame: Horses, Dragons, Beings of Smoke, and Other Indo-European Motifs in Ugarit and the Hebrew Bible. Coniectanea Biblica Old Testament Series. Eisenbrauns. Pennsilvania.  ISBN: 978-1-57506-762-9


Sinopse  
Neste livro, Ola Wikander estuda as influências indo-europeias no mundo literário da Bíblia Hebraica e dos textos ugaríticos, traçando uma série de motivos poéticos e outros conceitos originados nos meios linguísticos indo-europeus do grande Antigo Oriente Próximo (por exemplo, entre os anatólios e nas tradições indo-europeias transmitidas através de Mitanni) -e possivelmente em níveis anteriores, reconstrutíveis- à medida que influenciaram o que se tornou a cultura poética semítica do Noroeste. 


A metodologia utilizada é o que Wikander chama de “poética etimológica”: o estudo de estruturas poéticas e mitológicas transmitidas por meio de material lexical específico. Entre os temas estudados estão a “fumaça” como uma comparação para a vida humana, os grandes contos de luta contra a serpente do Noroeste Semítico em comparação com histórias semelhantes entre os falantes do indo-europeu (com foco na titulação dos combatentes e na reconstrução de heranças e fórmulas poéticas calqueadas), a etimologia do nome divino “Dagan” e a terminologia e ideias relacionadas às fronteiras e à vida fora das normas sociais estabelecidas, incluindo o conceito de gēr, o “peregrino” ou “estrangeiro residente”.


O estudo discute a importância dos primeiros empréstimos poéticos para traçar as interações entre contextos culturais e linguísticos e - usando a metodologia da “poética etimológica” - emprega esses motivos e sua história como forma de descobrir interpretações novas e exegeticamente relevantes de textos-chave. Passagens ugaríticas dos textos de Baal e Aqhat, bem como passagens bíblicas de (entre outros) Oséias, Salmos, 1 Reis e Juízes recebem novas interpretações.


Um dos motivos discutidos é o da utilização do calor destruidor como metáfora para o esquecimento de memórias culturais importantes e, consequentemente, da resiliência de tais memórias ser expressa como resistência à queima. Assim, trazer à luz estas ligações antigas entre a cultura indo-europeia e a cultura semítica do Noroeste é, num certo sentido, mostrar a sua “fama inquebrável”.

INDEX


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