RETOUR SUR LE DON
Beaucage, P. (1995): Retour sur le Don. monográfico de Anthropologie et Sociétés Vol 19 Nº 1-2
Sinopse:
Podemos dizer que a noção de troca, ao lado das de estrutura e função, fundou toda a antropologia social do século XX. Para se convencer disso, basta folhear as obras que marcaram época: a monografia de Malinowski sobre as cerimônias do Kula, o estudo comparativo de Lévi-Strauss sobre os sistemas de parentesco ou o de Leach sobre a organização política do terras altas da Birmânia. A noção de troca abrange bens, pessoas e símbolos; está associado ao equilíbrio nas relações sociais, à reciprocidade: os humanos em sociedade normalmente trocam, caso contrário, é conflito, guerra.
Podemos dizer que a noção de troca, ao lado das de estrutura e função, fundou toda a antropologia social do século XX. Para se convencer disso, basta folhear as obras que marcaram época: a monografia de Malinowski sobre as cerimônias do Kula, o estudo comparativo de Lévi-Strauss sobre os sistemas de parentesco ou o de Leach sobre a organização política do terras altas da Birmânia. A noção de troca abrange bens, pessoas e símbolos; está associado ao equilíbrio nas relações sociais, à reciprocidade: os humanos em sociedade normalmente trocam, caso contrário, é conflito, guerra.
Em última termo, para a antropologia social, a troca, em suas diversas formas e com suas diversas conotações (mercados, transferências, dádivas recíprocas), é a própria sociedade.As discussões atuais lembram o longo debate que opôs, na década de 1960 a formalistas e substantivistas. O formalismo, cujo postulado básico é a universalidade de economizar, pode de fato ser visto como uma variante do utilitarismo: os humanos trocam, conforme agem, de acordo com seus interesses materiais. Os substantivistas opunham-lhe uma concepção de troca bem mausseana: nas sociedades primitivas e arcaicas, ela era, segundo eles, regida por normas de reciprocidade e redistribuição.
Para os pesquisadores, ambos têm em comum o descaso com uma dimensão essencial: o dom, a gratuidade, presente também nas sociedades tradicionais e nas nossas sociedades modernas. E tudo para voltar ao Ensaio sobre o dom, de Mauss, que parece não ter envelhecido. As ondas que ele levanta ainda vão além do domínio bastante restrito da antropologia econômica para questionar de forma mais geral a teoria social: o parentesco, a política, os movimentos sociais.
De este jeito, pode ser interessante tentar responder a uma dupla pergunta: por que raramente vamos além de Mauss na reflexão sobre a troca - dádiva, ou o que dá no mesmo, por que a primeira síntese sobre esse tema o fez aparecem tão tarde na etnologia?. Um olhar para além de Mauss-Malinowski revela que a troca esteve longe de ocupar um lugar importante na antropologia durante o primeiro século de sua existência: ela só o adquiriu quando o funcionalismo substituiu definitivamente o evolucionismo, mudança que correspondeu a uma profunda mutação no pensamento ocidental.
INDEX
Présentation. Échange et société : avant et après Mauss PDF
Pierre Beaucage
Le don : espace imaginaire normatif et secret des acteurs PDF
André Petitat
Les « bonnes raisons » de donner PDF
Jacques T. Godbout
Marcel Mauss, l'ethnologie et la politique: le don PDF
Marcel Fournier
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