Representações antropomórficas na arte
móvel da Proto-história do Vale do Sabor
Silva, A. M. Barros (2020): Representações antropomórficas na arte móvel da Proto-história do Vale do Sabor (Trás-os-Montes Oriental). Dissertação de Mestrado apresentada na Universidade do Minho.
Sinopse:
Nesta dissertação apresentamos o estudo das imagens antropomórficas identificadas na arte rupestre móvel sidérica do vale do Sabor, nomeadamente nos sítios fortificados do Castelinho e de Crestelos. Nestas duas estações foram contabilizadas 25 lajes de xisto com 39 antropomorfos gravados, compostos essencialmente por cavaleiros.
A análise das figuras humanas permitiu perceber que estamos perante representações associadas às elites equestres, que utilizavam as imagens dos seus antepassados e dos equídeos, animais de valor e prestígio, para legitimarem o seu poder. Estas elites surgem normalmente em cenas de caça ao javali, ao cervídeo e ao lobo ou raposa, empunhando sobretudo armas de arremesso, como lanças ou javalinas.
Assim sendo, é muito provável que estejamos na presença de imagens típicas de comunidades agro-pastoris. Por outro lado, o estudo dos contextos levou-nos a considerar estarmos perante sítios religioso simbólicos, onde se praticavam rituais fundacionais, apotropaicos e sacralizadores associados às muralhas, assim como às suas estruturas de armazenamento.
A análise dos contextos, dos paralelos iconográficos, do armamento vinculado aos antropomorfos e das narrativas, permitiu integrar as representações humana, sobre suportes móveis, do vale do Sabor, na II Idade do Ferro, mais concretamente entre o século IV e I a.C. As conclusões aqui apresentadas não têm um carácter definitivo, devendo no futuro ser refutadas ou confirmadas mediante o estudo da restante coleção de gravuras do Castelinho e de Crestelos.
Nestes dois sítios foram contabilizados no total 625 suportes móveis, sendo, portanto, o vale do Sabor a zona da Península Ibérica onde foram registadas mais peças do género.
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