Os Touros que Habitam as Cidades de Beja
A iconografia do Touro na História de Beja e do seu território
Quando: 25 de Fevereiro
Onde: Beja
Dentro dos atos da exposição Memórias e Mitos - O Touro na Obra de Jorge Vieira celebrara-se um colóquio que levara por titulo Os Touros que Habitam as Cidades de Beja. A iconografia do Touro na História de Beja e do seu território. A exposição Memórias e Mitos tem como imensa mais-valia a proposta de diálogo que estabelece com a arqueologia e a história local. A associação de Beja e do território com a iconografia do touro é de profunda antiguidade e tem em Jorge Vieira mais um elo de construção de uma história singular.
O touro ocupou sempre uma posição destacada ao longo dos vários tempos da cidade de Beja. André de Resende na sua obra As Antiguidades da Lusitânia, escrita no século XVI, reportava a existência de dez cabeças de touro sobreviventes do período romano, atestando a ubiquidade desta representação no espaço urbano de Pax Iulia. Desintegrou-se o império, mas o vínculo deste espaço com o touro persistiu. Séculos depois, na Alta Idade Média o touro é insígnia da cidade, representado no seu brasão que, até aos dias de hoje permanece inalterado.
Recuando um pouco mais no tempo, para lá de dois mil e quinhentos anos, descobertas recentes numa zona a Oeste de Beja revelaram que a ligação do território à figura taurina poderá ser mais antiga. O Touro votivo de Cinco Reis, na sua pose majestática, porventura divina, vem unir-se a outros cúmplices da segunda metade do primeiro milénio a.C. e de época romana, que denunciam o touro como figura totémica. Já em época contemporânea, Isaclino Palma dá vida à lenda fundacional de Beja com uma peça escultória. Todavia, é verdadeiramente com a chegada de Jorge Vieira a Beja que se dá o sopro, o bafo taurino, prolongando a vida desta história extraordinária.
O coloquio tratara esta pressença arqueoologica e histórica do touro na cidade de Beja. Da lenda fundacional da cidade, aos touros da Idade do Ferro, com destaque para o Touro de Cinco Reis 8, passando pelos grandes bucrâneos em mármore de época romana, há matéria para ampla discussão e a pedir um maior debruçamento de especialistas e leigos. É inequívoca a persistência iconográfica/totémica deste animal ao longo de mais dois milénios no território de Beja.
Neste colóquio discutira-se os significados e razões para essa continuidade, malgrado possíveis transformações no seu entendimento. Pois, que outra cidade, feita de tantos viajantes e conquistadores, terá sonhado o touro em tão insistente repetição?. O coloquio decorrera no local do Centro de Arqueologia e Artes de Beja.
Programa:
15:00 h
Abertura
15:15 h
Do sacrifício do Touro à cidade de Beja do século XXI
André Tomé
15:45 h
Os touros pré-romanos do território de Beja
Ana Margarida Arruda
16:30 h
Célebres cabeças de BoI de mármore existentes em Beja
Maria da Conceição Lopes
17:15 - 18:00 h
Debate - Mesa Redonda
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