Shaking the Tree, Breaking the Bough
Frazer’s Golden Bough at 100
Quando: 10-12 Fevereiro
Onde: Melbourne
Faz uns anos cumpriu-se o centenário do conclussão com o volume numero 13 da 3ª edição, a definitiva e enciclopedica já, da celebre "Rama Dourada" (The Golden Bough) do antropólogo e classicista escocês James George Frazer, obra fundacional da chamada interpretação do Mito e Ritual, a que se adscreveu logo a chamada Escola de Cambridge.
A obra de Frazer se bem tem sido criticada abundosamente desde aquela pelas suas comparações indiscriminadas e as próprias tachas da sua interpretação do ritual em geral e do ritual do bosco Nemi e mais em geral pela sua visão as suas interpretações da religião, com ração considerada eurocêntricas e primitivista, isto é bem conhecido e não compre explica-lo de novo nem insistir em objeções bem conhecidas e até tópicas.
"O Bosco Sagrado" do pintor Arnold Böcklin, 1882
Embora com esta criticas o certo é que a obra de Frazer segue a estar ainda hoje de atualidade, se bem de forma parcial e matizada em parte por novas aproximações, corrigidas por dois séculos de trabalho de campo, através da discussão sobre o conceito de realeza sagrada, na que a obra frazeriana segue ser "inspirador" e um referencia bibliográfica recorrente e quase de rigor, veja-se as contribuições de De Heusch, Sahlins, Girard, Burkert, ou a mais velho franzerianismo heterodoxo de Hocart
Além de estes avatares fragmentários do frazerianos na atualidade, a obra do escocês também deve ser lida em perspetiva historiográfica em relação com o enorme impacto que teve em disciplinas como a Antropologia ou a Historia, principalmente na Historia Antiga mas também com alguma incursão em outro períodos históricos como fora o notável Os Reis Taumaturgos de Marc Bloch.
Henrique II curando as escrófulas após a sua consagração em Reihms, Livro das Horas de Hernique II
A Rama Dourada foi um dos primeiros exemplos de rutura da fronteira entre os estudos clássicos e a etnografia do povos extraeuropeus, não sem certo escândalo entre alguns contemporâneos ante a heresia de misturar ao idealizado mundo de gregos e romanos com a realidade dos "selvagens" africanos, asiáticos, etc. contemporâneos. Não obstante aquela escandalosa comunhão dos Estudos Clássicos com a antropologia chegará para quedar-se
o Oba, monarca sagrado do Reino do Benim, British Museum
Embora as suas teoria gerais tenham sido rejeitadas, a obra magna de Frazer segue jogando hoje como ontem o papel de "inspirador", de catalisador do pensamento (muitas vezes tão diverso do seu); mais que uma escola ou hipótese concreta esse talvez seja o seu legado mais relevante, o qual tampouco escapa ao atraente estilo e qualidade literária da prosa de The Golden Bough, ao que como leitor eu mesmo sucumbi na minha juventudee
a cena da "Rama Doura" na Eneida segundo uma pintura de William Turner, 18
Em este contexto e aproveitando o caráter centenário da obra fundamental do antropólogo escocês a Folklore Society decidiu organizar um conferência dedicada avaliam a influência contínua de Sir James G. Frazer e sua magnum opus The Golden Bough nas Humanidades em geral e em dentro de elas em varias disciplinas concretas (Antropologia, Folclorística, Estudos Bíblicos e Orientais, Historia, Literatura, etc.). A conferência organizada pelos Dras. Caroline Tully e Stephanie L. Budin, sob os auspícios da Universidade de Melbourne, e decorrera desde a sexta-feira, 10 de fevereiro ao domingo, 12 de fevereiro de 2023.
As palestras duram 20/40 minutos (oradores principais) cada, com um curto período de perguntas e respostas depois. A conferência ocorre via Zoom. Para solicitar um link do Zoom, escreva para Goldenboughconference@gmail.com. As gravações das apresentações estarão disponíveis para os participantes da conferência.
+INFO no site da: Folklore Society
Sem comentários:
Enviar um comentário