A Evolução das Cistas Alpinas - Livro

Evolution of burial practices within Neolithic cist graves

Steuri, N. (2025): Evolution of burial practices within Neolithic cist graves. Tracking funerary customs in the Western Alpine region (4800–3800 BCE). OSPA: Open Series in Prehistoric Archaeology Vol. 6. Sidestone Press. Leiden. ISBN: 9789464280876 DOI: 10.59641/k93665nw 

Sinopse  

No V milênio A.C. as primeiras sociedades agrícolas dos Alpes Ocidentais desenvolveram práticas funerárias singulares, caracterizadas por sepulturas do tipo Chamblandes. Essas sepulturas em formato de caixa, construídas com lajes de pedra ou tábuas de madeira, intrigam os arqueólogos desde o século XIX, principalmente ao redor do Lago Genebra e do Alto Vale do Ródano. 

Este estudo investiga as origens, a distribuição e as características distintivas dessas sepulturas, especialmente sua importância transalpina, com foco extensivo em áreas até então pouco pesquisadas, como o Vale de Aosta, na Itália, ou a parte da Suíça de língua alemã. Ao aumentar significativamente o número de datações por radiocarbono disponíveis, bem como analisar de forma abrangente os bens funerários e o tratamento de restos mortais humanos no contexto das práticas funerárias, o estudo fornece novos aportes sobre a cronologia e as variações regionais das sepulturas do tipo Chamblandes.

 Esta pesquisa revela o surgimento contemporâneo do uso dessas sepulturas em vários vales alpinos e na margem sul do Lago Genebra por volta de 4800 A.C. , além de fornecer evidências do processo de sua subsequente disseminação e declínio acentuado de uso após 4000 A.C. As descobertas revelam práticas compartilhadas entre essas primeiras comunidades agrícolas, mas também indicam costumes funerários distintos entre os vales alpinos internos e o Planalto Suíço.

Destacam que as sociedades pré-históricas locais na região dos Alpes Ocidentais reagiram de forma semelhante à morte de um indivíduo dentro da comunidade, como demonstrado pela arquitetura dos túmulos e pelo tratamento de restos mortais humanos. Demonstram ainda que os Alpes não devem ser entendidos como barreiras, mas como um canal para trocas e interações sociais entre vales e passagens de montanha há mais de 6.000 anos. 

Essa compreensão diferenciada é essencial para pesquisas futuras, preparando o cenário para estudos sobre a estrutura social, mobilidade e dieta dessas populações neolíticas por meio de análises paleo-genéticas e isotópicas.

INDEX

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