sábado, 22 de março de 2025

Morte, memória e identidade em Bracara Augusta

Morte, memória e identidade

Braga, C. M. Vilas Boas (2018): Morte, memória e identidade: uma análise das práticas funerárias de Bracara Augusta. Tese doutoral apresentada na Universidade do Minho. 

Sinopse    
Este trabalho teve como principal objetivo a reconstituição das vivências da morte e das práticas sociais em torno dos contextos funerários romanos, partindo de uma análise detalhada das evidências materiais recuperadas pelas escavações das necrópoles de Bracara Augusta. 





Para tal foram considerados os dados provenientes de 22 núcleos de necrópoles distribuídas em torno do espaço suburbano da cidade romana e tardo-antiga. Foi nossa intenção estudar detalhadamente cada conjunto sepulcral, compreendendo o tipo de estruturas que lhe estavam associadas e como se organizava cada um dos espaços de enterramento nos distintos períodos cronológicos. 




Esta tarefa, num outro nível de análise, permitiu entender os ritmos de uso de cada núcleo de necrópole (descontinuidades/continuidades, pausas/retomas), em articulação com a importância estratégica dos eixos viários romanos a que se associavam, potenciando a recriação da topografia dos diversos espaços fúnebres (organização, disposição das sepulturas/construções, natureza dos rituais, variações cronológicas). 





Articulando essa análise com os dados da epigrafia funerária foi possível abordar o tema da(s) sociabilidade(s) da morte, bem como a evolução das práticas funerárias. Procedemos ainda a um estudo sistemático dos conjuntos votivos, não só de forma a afinar a cronologia de construção e de uso desses espaços, mas também com o intuito de reconhecer eventuais marcas rituais patentes nas peças, executando, simultaneamente, tarefas de categorização e de reconhecimento dos diversos tipos de construções funerárias. 


Por esta via, considerando que as necrópoles se constituem como lugares privilegiados para apreciar as mudanças culturais, procuramos reconhecer os fenómenos de assimilação ou resistência cultural subjacentes às práticas funerárias que possam elucidar sobre o processo de aculturação das populações indígenas ao longo do século I e compreender como a comunidade cívica urbana assimilou as novas práticas funerárias durante a Antiguidade Tardia, associadas à disseminação do Cristianismo. 






Para este estudo foram ainda tidos em conta os dados de natureza antropológica, carpológica e antracológica que permitem um conhecimento mais objetivo sobre as características dos procedimentos funerários.

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