quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A Princesa Argarica da Almoloya

Uma Glória Coroada

Um rico enterro exumado no sudeste da Península Ibérica sugere que as mulheres podem ter tido maior poder na cultura da Idade do Bronze do Argar do  que anteriormente se pensava 

Em um grande edifício no local palacial do povoado da La Almoloya, uma equipe de arqueólogos descobriu os restos mortais de um homem de 35 a 40 anos e uma mulher de entre 25 a 30 anos, que tinham enterrados em um grande jarro de cerâmica a meados do século XVII a.C. 

A sala onde o casal foi enterrado tinha uma plataforma elevada e bancos nos quatro lados que podiam acomodar mais de 50 pessoas. Parece ter servido como um importante espaço de encontro. 



O fato de a mulher e o homem terem sido enterrados no edifício mais imponente e amplo que conhecemos sugere que ambos estavam ligados à esfera política”, comenta o arqueólogo Roberto Risch, da Universidade Autônoma de Barcelona.


"Comparada com o homem, a mulher foi enterrada com uma variedade muito mais luxuosa de objetos de ouro e prata, incluindo um furador, tampões de ouvido com laços em espiral e um diadema de prata no topo da cabeça. 

A diadema é quase idêntico às coroas de prata encontradas nas sepulturas de outras quatro mulheres escavadas no século XIX no sítio do Argar, de onde esta cultura receve seu nome. Esses enterros, explica Risch, também continham mais objetos de alto valor do que os enterros masculinos contemporâneos. “Isso é um bom argumento para afirmar que as mulheres desempenharam um papel especial na organização econômica e política desta sociedade” diz Risch.


Traduzido desde: Archaeological Magazine


Artigo original:

Lull, V., Rihuete-Herrada C., Risch, R. et alii (2021): "Emblems and spaces of power during the Argaric Bronze Age at La Almoloya, Murcia" Antiquity 95/380 pp. 329-348  DOI10.15184/aqy.2021.8



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