Isto recordou-me a curioso reconstrução, que em termos de teoria de jogos, fizera do tema do individualismo vs. Comunitarismo o filosofo Brian Skyrms o qual tomou o caso das diferencia entre duas estratégias de caça: a do cervo e a da lebre, e a diversa implicação que cada uma tinha em essas duas dimensões.
Skyrms observava com as estratégias de caça individuais de pequenos animais podiam seguir a estratégia do caçador de lebres com armadilhas no entanto a caça de grandes pressas exigia ação coordenada e cooperação de grupos amplos, e ensaiava diversos cenários em base a experimentos mentais nos que segundo as circunstancias uma das duas condutas podiam resultar adaptativas sobre a outra.
Isto permitia a Skyrms reformular diversos dilemas de teoria jogos, e ver as inconsistências reais da variante clássica de outro como o dilema do prisioneiro pranteando uma reconstrução da origem do altruísmo que continuava o já pranteado na sua obra A Evolução do Contrato Social.
Além de isto o exemplo felídeo mostra igualmente que câmbios ambientais e a disponibilidade de recursos podem alterar os padrões de cooperação vs. isolamento, altruísmo vs. egoísmo nas espécie sociais, e me atreveria a dizer que o mesmo se poderia dizer do ser humano.
Isto também lembra uma observação feita pelo biólogo, geógrafo, etnógrafo E teórico social anarquista (ração principal pela qual é principalmente conhecido) russo Piotr Kropotkin quando em uma obra de critica do darwinismo social O Apoio Mutuo um fator de Evolução (vid. aqui) comentava o padrão diferencial que observou durante as suas explorações de juventude na Sibéria
Kropotkin comentou que existia uma peculiar correspondência nos ecossistemas: que a maior diversidade de vida vegetal e animal, maior era a proporção de condutas mutualistas e solidárias, mentes que em zonas de menor diversidade escasseavam esse tipo de relações, e os organismos mostravam padrões de autonomia e competência, do que inferiu que estes segundos locais deviam de ser áreas geograficamente degradadas por algum fato (a sobre-caça, desflorestação, câmbios climáticos e ambientais)
Não posso evitar que isto me lembre também certamente, não apenas as teorias de Stephen Jay-Gould (quem dedicou um artigo ao russo) ou Lynn Margulis sobre a importância da cooperação e das sinergias entre espécies no conjunto da evolução, mas igualmente o que, desde um ponto de vista "humanista", vem defendendo outro biólogo e teórico social Umberto Maturana (vid. aqui), quando enfatiza a relação entre ser e meio como uma unidade indivisível e mutuamente codeterminada.
Em este sentido as nossas "formas de vida" e interação com o entorno e entre nos mesmos não deixam de respostar ainda a este tipo de lógica, a nossa ecologia embora este mediada fundamentalmente pelo conceito de cultural, não deixa de ser em sim própria uma forma de ecologia, ainda que se desenrole em cidades e em comunidades globais: é uma "ecologia cultural", nem mais nem menos.
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