segunda-feira, 31 de julho de 2023

Profecia, Destino e Memoria no Mundo Celta


Prophecy, Fate and Memory in the Early Medieval Celtic World

Wooding, J. & Olson, L. (edit.) (2020): Prophecy, Fate and Memory in the Early Medieval Celtic World. Sydney Celtic Studies. University of Sydney Press. 
 

Sinopse
Profecia, destino e memória no mundo celta primitivo e medieval reúne uma coleção de estudos que exploram de perto aspetos da cultura e da história das nações de língua celta. 

As fontes não narrativas e abordagens interdisciplinares lançam nova luz sobre questões tradicionais sobre a comemoração, fontes de autoridade política e a natureza da identidade religiosa. Os principais estudiosos e pesquisadores em início de carreira trazem hermenêutica de estudos de religião e crítica literária ao lado de metodologias filológicas e históricas mais tradicionais.


Todos os estudos neste livro trazem para suas tarefas específicas um reconhecimento da importância da religião na visão de mundo da antiguidade e da Idade Média. As abordagens recolhidas em este volume refletem uma virada crítica nos estudos celtas que se mostraram imensamente produtivos nas últimas duas décadas.



INDEX

Introduction: Crafted Memories and Binding Futures p. 1
Jonathan M. Wooding

1. Poeninus and the Romanisation of the Celtic Alps p. 14
Bernard Mees

2. Landscapes, Myth-Making and Memory: Ecclesiastical 
Landholding in Early Medieval Ireland p. 34
Tomás Ó Carragáin

3. Remembering and Forgetting Holy Men and their Places: 
An Inscription from Llanllŷr, Wales p. 52
Jonathan M. Wooding

4. Early Irish Peregrinatio as Salvation History p. 76
Meredith D. Cutrer

5. Insular Influences on Carolingian and Ottonian 
Literature and Art p. 92
Penelope Nash

6. The De xii abusivis saeculi and Prophetic Tradition in 
Seventh-Century Ireland p.124
Constant J. Mews

7. Memories of Gildas: Gildas and the Collectio canonum 
Hibernensis p.148
Stephen Joyce

8. Armes Prydein as a Legacy of Gildas p. 170
Lynette Olson

9. A Woman’s Fate: Deirdre and Gráinne throughout Literature 
p. 188
Roxanne T. Bodsworth

10. ‘No Remission without Satisfaction’: Canonical Influences on 
Secular Lawmaking in High Medieval Scotland  p. 208
Cynthia J. Neville

11. Esoteric Tourism in Scotland: Rosslyn Chapel, 
The Da Vinci Code, and the Appeal of the ‘New Age’p. 246
Carole M. Cusack

About the Authors p. 270

Index  p. 274



+INFO sobre o livro em: Profecy, Fate & Memory

domingo, 30 de julho de 2023

IpoTESI di Preistoria Nº 5 - 2022

IpoTESI di Preistoria

Nº 5 - 2022  

    

INDEX

Articoli di convegno 

Introduzione al Seminario pp. 1-4
Elisabetta Borgna, Susi Corazza

La fascia costiera adriatica tra la foce del Po e il margine appenninico nell’età del Bronzo: ambiente risorse e popolamento pp. 5-22
Maurizio Cattani
 
Tra Adige e Po: Adria prima di Adria e Este prima di Este pp. 23-36
Fiorenza Bortolami, Giovanna Gambacurta, Carla Pirazzini
 
Dinamiche antropiche nel Bronzo Medio e Recente nella Bassa Pianura Friulana pp. 37-54
Giovanni Tasca, Giacomo Vinci
 
Tra fiume e laguna: Ca’ Baredi-Canale Anfora e le origini del paesaggio aquileiese nell’età del Bronzo Media e Recente pp. 55-92
Elisabetta Borgna, Susi Corazza
 
Dinamiche di insediamento nella Slovenia centrale nel Bronzo Medio e Recente (orizzonte Oloris – Podsmreka) pp. 93-120
Brina Škvor Jernejčič, Elena Leghissa, Barbara Brezigar
 
Siti fortificati e ceramiche dell’età del Bronzo nell’area attorno a Rovigno, costa occidentale dell’Istria pp. 121-138
Anja Hellmuth Kramberger, Sebastian Müller, Maja Čuka


La palafitta dell'età del Bronzo di Dossetto di Nogara (Verona). Scavo 1999 pp. 139-179
Luciano Salzani, Alfonsina Amato, Alessandro Canci, Silvia D’Aquino, Marco Marchesini, Nicoletta Martinelli, Gregorio Oxilia, Umberto Tecchiati

 
Recensioni

Angela Bosco, 3D Surveying Methods and Digital Information Management for Archaeological Heritage, BAR International Series 3091, BAR Publishing, 2022 pp. 181-182
Cristiano Putzolu
 
Gábor V. Szabó, Bronze Age Treasures in Hungary. The Quest for Buried Weapons, Tools and Jewellery, Hereditas Archaeologica Hungariae, Archaeolingua Foundation. Institute of Archaeology, Research Centre for the Humanities, 2019, Budapest. pp. 183-184
Claudio Cavazzuti


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sábado, 29 de julho de 2023

Deformação craniana entre os Yamnaya e Além




Faz dois dias justo lia um artigo recentemente publicado na revista Archaeological & Anthropological Sciences no que se re-estudava o crânio de um indivíduo enterrado num túmulo do Bronze Inicial na localidade de Smeeni no sul da atual Roménia. O interesse de este crânio esta no facto de ser a evidência mais antiga disponível nos Balcãs de a pratica da deformação intencional do crânio para conseguir uma forma artificialmente alongada da cabeça na idade adulta. 


Pessoalmente conhecia a prática da deformação craniano além dos casos do continente americano através sobre tudo do célebre caso dos hunos do período das Invasões Barbaras. São muito conhecida a deformação cranial que este grupo étnico praticava. 

a direita moeda de Khingila I fundador do reino dos Hunos Alchon em Batriana, 450 D.C; esquerda cranio topado em Samarcanda (Uzbekistão), circa 600–800 D.C

É frequente entre os especialistas de este período utilizar este rasgo morfológico como identificativo de necrópoles ou indivíduos adscritos esta etnia centro-asiática ou a mesmo de indivíduos segunda geração assimilados dentro da koine huna, ou ainda das elites povos submetidos, ou vassalos do reino huno, como se observa em alguns cemitérios alanos e burgûndios, mas desconhecia totalmente a presença em épocas tão antigas na Estepe Euroasiática deste costume. pelo que o tema suscitou inmediatamente meu interesse. 

síntese dos enterramentos yamnaya de Smeeni, Roménia

O crânio pertence a um varão adulto de entre 30 e 40 anos, e segundo os autores do artigo seria resultado de uma ação deliberada mediante pressão para alterar a forma craniana do sujeito desde criança já com uma possível prolongação do uso de estas técnicas durante a adolescência. É interessante a este respeito a descrição que se do método ussado para isto, inferida através das evidências osteológicas:

"A remodelação ocorreu durante a infância, na primeiros anos de vida, por compressão circular simétrica, mais provavelmente com o auxílio de bandas ou fitas estreitas e flexíveis feitas de fibras, tecidos vegetais ou peles de animais. Consideramos que as bandages foram aplicadas na cabeça deste indivíduo logo após o nascimento e envolvendo o seu crânio com força. Um curativo começou a partir do topo da cabeça (a região pós-coronária) para a parte de trás da cabeça (a região na proximidade do ponto cranial inion), enquanto a segunda bandage, de a testa (acima das órbitas) em direção ao lado superior do parte posterior da cabeça (parte posterior dos parietais). Supõe-se que, geralmente, as ligaduras foram removidas em torno a idade de 1,5–2 (máximo 5), quando a criança foi desleitada"

A Alguns autores como Erik Trinkaus tem argumentado em base a restos da Cova de Shanidar (Irak) que a pratica da deformação intencional do crânio pudera ser praticada já pelos neandertais. Para o homo sapiens a evidência mais antiga de esta procede dos jazigos paleolíticos da Cova de Zhoukoudian e Houtaomuga na atual China. 

distintas perspetivas do crânio da Cova  Zhoukoudian

Dentro do mesmo período se enquadra também os caso de deformação craniana de Nacurrie região do Rio Murray na Austrália. Este ultimo caso é de interesse, no entanto como estudou nos anos 30 Beatrice Blackwood a prática da deformação craniana seguia existindo entre alguns povos de Oceania como os Arawe.  Já no neolítico constata-se de novo na fase de este período de Shanidar, em Jerico (Israel), no Tell-es-Sultan, Diga a Ramad e Bougras (Síria), nos jazigos iranianos de Tepe Gani Dareh, Ali Kosh, Choga Sefid, Tepe Abdul Housein, Tepe Ghenil, e finalmente em Ashikli Höyük, Salat Jami, Hakemi Use na Anatõlia. Esta prática tem continuidade durante o Calcolítico e Bronze Inicial no Oriente Próximo e desde lá parece estende-se a outras áreas chegando até o Cáucaso e Crimeia e Asia Central.

dois casos de deformação craniana na Oceânia: a esquerda crânio  de Nacurri 1, direita: bebe arawa com a cabeça vendada e mãe, Nova Bretanha, 1934

Tudo isto sugere que partindo do núcleo Próximo Oriental o costume da deformação craniana foi-se gradualmente expandindo a Anatólia, e leste do Mediterrâneo, e já no Calcolítico-Bronze Inicial também entre as populações da área compreendida entre o Norte do Cáucaso, Don e Volga, ainda que observando-se nestas zonas uma incidência menor de esta prática da que se topa no Oriente Próximo. 

distintos metodos de deformaçâo craniana segundo Meiklejohn et alii

Evidências de este costume aparecem nos jazigos de   Polutepe e Ismayilbeytepe no Azerbaijão, Chiaturi na Georgia, Ginchi e Velikent III no Dagestão, e Aknalich na Arménia. Também aparece nos Balcães em Durankulak (Bulgária) e na Grécia em no jazigo de Tharrounia. 

reconstrução digital da cabeça do Homem de Kennewick

No Ocidente da Europa tem-se sugerido casos de deformação craniana, se bem controversos, durante o Neolítico em Jammes, Belleville  and Bonifacio e Guiry todos na França. Diferente via séria, obviamente, a que conduziria esta prática ao continente americano, casos como o do Home de Kennewick poderiam vincular a sua chegada a colonização paleolítica deste Asia Oriental.


Casos de deformação craniana em Eurásia, Oceânia e América segundo o estudo de Ni et alii

Na estepe eurasiática a prática da deformação do crânio das crianças não amostra muita frequência e parece ter-se espalhado mais lentamente, e os corpos que amostram isto mais antigo aparecem vinculados a cultura Yamnaya e a Cultura das Catacumbas. Recentemente se tem assinalado similitudes entre as técnicas de deformação do crânio dos Yamnaya e da Cultura das Catacumbas com as da cultura Okunet do Sul da Sibéria, indicando possíveis contactos a longa distancia entre áreas tão afastadas geograficamente como as de estas culturas pré-históricas. 

distintos pormenores do crânio do homem de Smeeni e reconstrução  hipotético da colocação das ligaduras tendo em conta as deformações produzidas na fisionomia da cabeça

Com tudo a escassa incidência no mundo yamnaya de este costume sugere que nunca cumpriu a função de identificador étnico que adquiriu por contra entre algumas populações da estepe em tempos já históricos como os hunos e os avaros. Uma possibilidade ao respeito é interpretar o cranio deformado como um marcador de status de certos linhagens ou condições sociais, ou bem mesmo funcionar secundariamente como marcador étnico em contextos nos que uma nova elite intrusiva poderia tentar manter um certo diferencialismo através de esta prática, como sugerem hipoteticamente os autores do artigo para o esqueleto do túmulo de Smeeni vinculado a cultura yamnaya


Artigo: 

Frînculeasa, A,; Simalcsik, A.;Petruneac, M.; Focşăneanu, M.;Robert Sîrbu, R. & Frînculeasa, M.N. (2023): "From the Eurasian steppe to the Lower Danube: the tradition of intentional cranial deformation during the Bronze Age" Archaeological & Anthropological Sciences  Nº 15/8 pp. 1-17 DOI: 10.1007/s12520-023-01826-0


Outras referências: 

Brown, P. (2010): "Nacurrie 1: Mark of ancient Java, or a caring mother’s hands, in terminal Pleistocene Australia?"Journal of Human Evolution Nº 59  pp. 168-187 DOI: 10.1016/j.jhevol.2010.05.007

Chech M.; Grove C.P.; Thorne A & Trinkaus E. (1999): "A New Reconstruction of the Shanidar 5 Cranium" Paléorient  Nº 25/2  pp. 143-146  DOI: 10.3406/paleo.1999.4692

Kazarnitsky, A.A.; Gromov, A.V.; Evgeniia N. Uchaneva, E. N. & Pugacheva, E.V. (2023): "Cranial deformation in the northwestern Caspian Sea region in the Bronze Age: Siberian parallels" International Journal of Osteoarchaeology Nº 33 pp. 26–38  DOI: 10.1002/oa.3171

Mayall, P.; Pilbrow, V. & Bitadze, L. (2017): "Migrating Huns and modified heads: Eigenshape analysis comparing intentionally modified crania from Hungary and Georgia in the Migration Period of Europe" PLoS One Nº 12/2: e0171064  DOI10.1371/journal.pone.0171064

Meiklejohn C.; Agelarakis A.; Akkermans P. A.; Smith P.E.L. & Solecki R. (1992): "Artificial cranial deformation in the Proto-neolithic and Neolithic Near East and its possible origin : Evidence from four sites" Paléorient  Nº 18/2  pp. 83-97  DOI: 10.3406/paleo.1992.4574

Ni, X.; Qiang Li, Q.; Stidham, T.A.;Yang, Y.; Ji, Q.; Jin, Ch. & Samiullah, Z. (2020): "Earliest-known intentionally deformed human cranium from Asia" Archaeological & Anthropological Sciences  Nº 12:93  DOI: 10.1007/s12520-023-01826-0


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Trabajos de Prehistoria Nº 80/1 - 2023

TRABAJOS DE PREHISTORIA   
   
 Nº 80/1 - 2023  

INDEX

Editorial: Cambio y continuidad en Trabajos de Prehistoria. 
Homenaje a M.ª Isabel Martínez Navarrete
Moreno García Marta, Susana González Reyero, Gonzalo Aranda Jiménez, Dirk Brandherm, Primitiva Bueno Ramírez, María Cruz Berrocal, Teresa Chapa Brunet, Pedro Díaz-del-Río Español, Armando González Martín, Victorino Mayoral Herrera, Ignacio Montero Ruiz, Paloma de la Peña, Carmen Rísquez Cuenca, Ignacio de la Torre Sáinz, Juan Manuel Vicent García, Raquel Vilaça

In Memoriam

In memoriam Alfredo Moure Romanillo (1949-2023)
Pablo Arias Cabal, Rodrigo de Balbín Behrmann


Artículos

MULTIPALEOIBERIA: hacia un nuevo escenario sobre las dinámicas de poblamiento y adaptaciones culturales de los últimos neandertales y primeros humanos modernos en el interior de la península ibérica
Manuel Alcaraz-Castaño

El horizonte neolítico de las cerámicas esgrafiadas de la Cova d’En Pardo y la Cova del Randero (Alicante). Estilo y relaciones sociales en 
el Mediterráneo occidental durante el V milenio cal AC
Silvia Martínez Amorós, Gabriel García Atiénzar, Consuelo Roca de Togores Muñoz, Jorge Agatángelo Soler Díaz

Aproximación a la distribución del espacio funerario 
en El Argar (Antas, Almería)
Sergio Ibarz Navarro, Mercedes Murillo-Barroso, 
Borja Legarra Herrero

Un santuario doméstico del siglo VII a. C. de culto a Hathor-Astarté 
en el Cerro de San Vicente (Salamanca, España)
Antonio Blanco González, Juan Jesús Padilla Fernández, Cristina Alario García, Carlos Macarro Alcalde, Alberto Dorado Alejos, Rocío Pazos García, Rosana Cerezo Fernández, Chapon Linda, 
Alejandra Sánchez Polo

Las fíbulas de caballito y jinete “tipo Castellares”: Un símbolo compartido por los jefes de caballería de los pueblos 
prerromanos de la meseta
Juan Pereira, Teresa Chapa Brunet, Ignacio Montero Ruiz, Salvador Rovira Llorens, Cristina Charro Lobato, Alicia Rodero Riaza, 
Ana Cabrera Díez


Noticiario

Nuevo adorno-colgante grabado magdaleniense del yacimiento 
de Aizkoltxo (Mendaro, Gipuzkoa)
Blanca Ochoa, Daniel Ruiz-González, Erik Arevalo-Muñoz, Javier Alberdi-Urdalleta, Juan Mari Arruabarrena-Astiazaran, 
José Antonio Mujika-Alustiza

Tecnología del marfil: herramientas, técnicas y modos de producción 
en la Edad del Cobre de la península ibérica. Valencina de la 
Concepción (Sevilla) como caso de estudio
Miriam Luciañez-Triviño


Recensiones y Crónica científica

Jean Guilaine. Femmes d’hier. Images, mythes et réalités du 
féminin néolithique. Odile Jacob. París, 2022.
Primitiva Bueno Ramírez


Miguel Ángel de Blas Cortina y Manuel Suárez Fernández. Las explotaciones de cobre en la Sierra del Aramo (Riosa, Asturias), ca. 2500-1400 a. de C. Instituto de Estudios Asturianos. Oviedo, 2022
Salvador Rovira Llorens

.Jean Guilaine, Dominique Garcia, Jean Gascó y Enrique Aragón Núñez. Rochelongue (Agde, Hérault) - Lingots et bronzes protohistoriques par centaines dans la mer. Collection Mondes anciens. Presses
 Universitaires de la Méditerranée. Montpellier, 2022
Raimon Graells i Fabregat

Margarita Gleba, Beatriz Marín-Aguilera y Bela Dimova (eds.). Making cities, economies of production and urbanization in Mediterranean Europe, 1000–500 BC. McDonald Institute for Archaeological 
Arturo Ruiz Rodríguez

Sonia Machause, Carmen Rueda, Ignasi Grau y Réjane Roure (eds.). Rock & Ritual. Caves, Rocky Places and Religious Practices in the Ancient Mediterranean. Collection Mondes anciens. Presses universitaires 
de la Méditerranée. Montpellier, 2021
Jaime Vives-Ferrándiz Sánchez

Crónica. Encuentros de Reflexión Estratégica de la Conexión-Arqueología (Consejo Superior de Investigaciones Científicas, CSIC)
Silvia Valenzuela Lamas, M.ª Ángeles Utrero Agudo, 
Elías López-Romero



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quarta-feira, 26 de julho de 2023

A Feitiçeira Nórdica, Mente e Materialidade - Livro

The Norse Sorceress

Gardeła, L.; Bønding, S., & Pentz, P. (2023): The Norse Sorceress: Mind and Materiality in the Viking. Oxbow Books. Oxford.  ISBN: 9781789259537


Sinopse 
A literatura nórdica antiga está repleta de descrições de atos mágicos que permitem que especialistas em rituais de vários tipos manipulem o mundo ao seu redor, vejam o futuro ou o passado distante, mudem as condições climáticas, influenciem os resultados das batalhas e muito mais. 

Embora os praticantes de magia sejam conhecidos sob inúmeros termos, o mais icônico deles é a völva. Como figura central do famoso poema mitológico Völuspá (A Profecia da Völva), a völva inspira respeito e medo. Em textos não mitológicos, mulheres semelhantes são retratadas como membros cruciais, embora um tanto peculiares, da sociedade. Sempre velados em mistério, os völur e sua espécie capturaram a imaginação acadêmica e popular por séculos.


Reunindo estudiosos de várias formações disciplinares, este volume fornece novos insights sobre a realidade da magia e seus agentes no mundo viking, além das páginas dos textos medievais. Ele explora novas trajetórias para o estudo de mentalidades, crenças e rituais passados, bem como as ferramentas empregadas nessas práticas e os indivíduos que as exerciam. 


Ao fazê-lo, o volume aborda várias questões atuais da pesquisa da Era Viking, incluindo os complexos emaranhados da mente e da materialidade, as atitudes culturais em relação aos animais e ao mundo natural e as construções culturais de gênero e sexualidade. Ao abordar esses temas complexos, oferece uma imagem diferenciada da völva e dos trabalhadores mágicos relacionados em seu contexto cultural. Ele atrairá um público amplo, diversificado e internacional, incluindo especialistas no campo dos estudos vikings e nórdicos antigos, mas também vários entusiastas não profissionais da história.


The Norse Sorceress: Mind and Materiality in the Viking World é um dos principais resultados do projeto Tanken bag Tingene (Pensamentos por trás das coisas), realizado no Museu Nacional da Dinamarca de 2020 a 2023 e financiado pela Fundação Krogager.


INDEX

Part 1: Norse myths, rituals, and material culture

An introduction to Old Norse religion(s) and magic

The theoretical and methodological framework: 
Researching the Viking mind

Gods and other supra-human entities: Communication 
and manipulation with the Otherworld(s)

The völva’s ritual repertoire between magic and divination

Between the material and immaterial: People, texts, and 
object-agencies in the Viking mind

Religious objects in the Viking world

Gender in the Viking world

Folklore as a resource on Old Nordic religion and belief: 
Folkloric perspectives on the völva

Part 2: Places and spaces: Rituals and their setting

Inside, outside and in-between: An overview of the spaces 
and places of Norse rituals

Rituals in temples and other ‘holy buildings’

Rituals in the hall

Rituals in domestic work and outbuildings

Rituals in the open landscape

Hoard depositions at elite sites

Processions Funerary practices

Off with their heads: Ritualised executions and human 
sacrifices in the Viking world

Women and sacrifice: Victims, catalysts, agents 
or orchestrators?

Surely every live man fades among the dead:Fear and desire 
in the afterlife of Viking Age graves

Part 3: Animals in ritual practices

Animals in Old Norse religion: An introduction

Birds in Late Iron Age and Viking Period pre-Christian religions 
and iconography

Horses in Viking Age ritual action

Dogs and wolves

Snakes

The workshops and themes of the Oseberg carvings

Part 4: Ritual specialists

Ritual specialists in the Viking world: An introduction

Gender, prophecies, and magic: Ritual performances in 
Denmark before the Viking Age

Female sacral leadership: An onomastic-archaeological perspective

The sexual ambiguity of seiðr performers

The archaeology of Viking Age ritual specialists: 
An introduction

Case study 1: Fyrkat IV

Case study 2: The Birka sorcerers

Case study 3: Klinta

Case study 4: Gutdalen

Case study 5: Gerdrup and Trekroner-Grydehøj

Part 5: The sorcerer’s toolkit

Introducing the sorcerer’s toolkit

Magic staffs

Amulets and talismans

Case study 1: Miniature chairs

Case study 2: Miniature animals

Case study 3: Miniature weapons: Swords, spears, 
axes, shields, helmets

Case study 4: Wearing a banner: Cloak pins with 
miniature weather vanes

Case study 5: Miniature wheels

Case study 6: Beads from völva graves and analogous 
hoards Nordic masking traditions and the völva
Narcotics and make-up



Descarregar o livro em: The Norse Sorceress 

II Conferência em Mitologia Nórdica

II Conferência Digital em Mitologia Nórdica - XI Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos

Quando: 18-20 outubro
Onde: On-line


Estão completando os 268 anos da publicação do livro Introduction à L'histoire du Danemarch (Introdução à História da Dinamarca), de Paul Henri Mallet, o marco inaugurador do chamado Renascimento Nórdico. A partir dele, o Ocidente viu proliferar não somente um interesse, mas um verdadeiro modismo cultural sobre o mundo nórdico. 


Além de dezenas de traduções das Eddas e sagas islandesas para as línguas vernaculares modernas, a Arte e os nacionalismos vão encontrar um material sem precedentes para as suas produções intelectuais. Durante o século XIX, a Mitologia Nórdica ocupou também um espaço importante na academia europeia, proliferando livros sobre História com temas escandinavos, além das diversas ficções literárias que cativaram um grande interesse público. 


A literatura e os quadrinhos no século XX vão ser os principais espaços mediáticos para a difusão dos mitos nórdicos, mas hoje em dia eles também estão presentes na televisão, cinema e jogos eletrónicos e até mesmo na religião, com o neopaganismo. Estudar e difundir pesquisas académicas de temas míticos serão os principais objetivos da atual edição do CEVE, o mais importante espaço académico da América Latina para a área da Escandinavística Medieval.



Para isto a edição de este ano da conferência de Mitologia e Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos organizada pelo NEVE (Nucleo de Estudos Vikings e Escandinavos) abordara durante três dias no mês de outubro de quatro áreas temáticas nas que se encontra envolvida a pesquisa actul sob o mundo viking e da sua receção:

1 - Mitologia Nórdica no Medievo I: fontes literárias (sagas islandesas, poesia escáldica, Eddas, crónicas). Análise literária e traduções.

2 - Mitologia Nórdica no Medievo II: História e sociedade. Representações dos mitos como reflexo das estruturas sociais. Aspetos culturais. A relação do mito com os cultos, ritos e crenças pré-cristãs. A representação do viking e a sua relação com os mitos.

3 - Mitologia Nórdica no Medievo III: aspetos materiais e arqueológicos. Os mitos nas estelas, pedras rúnicas, objetos móveis e iconografia. Templos pré-cristãos e mitos. Fontes têxteis e iconografia. As representações da Mitologia Nórdica em igrejas medievais.

4 - A receção dos mitos nórdicos após o Medievo: as representações literárias, artísticas, históricas e mediáticas do Renascimento ao século XXI. Cinema, quadrinhos, música, jogos eletrónicos, televisão e mídias audiovisuais. Os mitos nos livros didáticos, paradidáticos e sua aplicação no ensino. Mitografia e historiografia dos mitos nórdicos.

A conferência decorrera on-line e a inscrição pode fazer-se de balde até o 17 de outubro no web do evento aqui

Programa


Dia 18:

08:45 - 09:00 h. Apertura

09:00-11:00 h. Conferência 1 - Raising Mjölnir: Norse 
Mythology in Icelandic National Culture
Simon Halink (Fryske Akademy)

14:00 - 16:00 h. Conferência 2 - Beyond “Temples” and “Pagan 
Priests”: Understanding the concept of “hof” in early Medieval Iceland
Grégory Cathaneo 
(École Pratique des Hautes Études/Sorbonne)

16:30-18:30 h. Sessão de comunicações I

19 - 21 h. Minicurso, : Introdução ao estudo das sagas lendárias
André de Oliveira e Thais de Matos Barbosa


Dia 19:

09:00 - 11:00 h. Conferência 3 - The Sagas are in earth 
as the Edda is in heaven 
Gísli Sigurðsson (Universidade da Islândia)

14:00 - 16:30 h. Sessão de comunicações 2

17:00 - 19:00 h. Sessão de comunicações 3

19:30 - 22:00 h. Mesa redonda 1 - Mitos nórdicos e sociedade: 

- “Eles chamaram-no de escravo”: uma análise preliminar 
da representação dos subalternos na poesia éddica
Patrick Zanon (UFF)

- "Procurando as Deusas Germânicas"
Pablo Gomes de Miranda - (NEVE)

- "A natureza do dragão nórdico: monstruosidade e sociedade"
Miguel Andrade (Universidade de Lisboa)


Dia 20: 

09:00 - 11:00 h. Conferência 4 - Ragnarøkr: Myth, history, 
and medievalisms in times of climate change
Andrea Maraschi (Università degli Studi di Bologna)

14:00 - 16:30 h. Sessão de comunicações 4

19:00 - 22:00 h. Mesa redonda 2 - Mitos nórdicos e recepção:

-"Loki na arte Oitocentista" 
Glezia Alves de Melo (NEVE)

-"Odin na série Vikings"
Alberto Robles Delgado (NEVE)

-"A Edda em Prosa para os jovens" 
Luciana de Campos (NEVE)

22:00 - 22:30 h. Encerramento 


terça-feira, 25 de julho de 2023

Existe um Estado Medieval? Um Debate

STATE DEBATE

Gibson, N. P. (2023): State Debate & Knowledge Collaboration among Jews, Christians, Zoroastrians, and Muslims in the Abbasid Near East, II. Medieval Worlds. Comparative & interdisciplinary studies Vol. 18. ÖAW - Austrian Academy of Science. ISSN: 2412-3196


Sinopse
Um ensaio abrangente sobre o "estado" romano define o cenário a partir do qual o autor e mais seis estudiosos de diferentes campos da história medieval chinesa, bizantina e europeia desenvolvem uma estimulante discussão. Eles examinam, aplicam, rejeitam e adaptam conceitos e abordagens sobre a política na Antiguidade e Idade Média e se envolvem em um discurso crítico sobre a teoria política nos estudos históricos.

Este debate pranteia a questão de saber se o conceito de "estado" pode ser usado de forma adquedada no contexto dos estudos medievais. O artigo de abertura de Brent D. Shaw aborda a organização política do império romano e desenvolve um argumento abrangente de com que padrões, ele deve ser considerado um estado ou não. 


Os seis comentários de Nicola Di Cosmo (História Chinesa), Stefano Gasparri e Cristina La Rocca, Hans-Werner Goetz, Régine Le Jan (História Medieval Europeia), John Haldon e Yannis Stouraitis (História Bizantina) utilizam seus próprios campos de conhecimento para fornecer visões teóricas e pragmáticas sobre o possível significado do conceito de estado para as entidades políticas da Antiguidade e da Idade Média.


A segunda seção temática versa sobre a colaboração no ambito do Conhecimento entre Judeus, Cristãos, Zoroastrianos e Muçulmanos no Oriente Próximo Abássida, com o editor convidado Nathan P. Gibson, apresenta estudos de caso que analisam cuidadosamente textos filosóficos em busca de evidências de contato com um "outro" na religião ou filosofia. Além disso, dois artigos exploram quais ferramentas e abordagens digitais no eido da história medieval.


INDEX

Editorial  p, 2
Ingrid Hartl - Walter Pohl

Debate. Was There a Medieval "State"?  p. 3

Was the Roman State a State? p. 3
Brent D. Shaw

Premodern States: Concepts and Challenges p. 37
John Haldon

The Organisation and Peculiarities of the Lombard State 
in the 8th Century p. 41
Stefano Gasparri & Cristina La Rocca

Comment p. 45
Régine Le Jan

Comment p. 48
Nicola Di Cosmo

Comment p. 52
Hans-Werner Goetz

The Roman State from a Byzantine Perspective p. 54
Yannis Stouraitis

Comments on the Commentators p. 58
Brent D. Shaw

Handwritten Arithmetic Treatises in German (1400-1550). A First Assessment of the Sources Based on the Exemplary Corpus 
Held by the Austrian National Library  p. 72
Michaela Wiesinger,  Christina Jackel, Norbert Orbán

Peacemaking after Defeat in England in 991 and Northern 
Song China in 1005  p. 108
Andrew Wareham

Sleepy Animals: Barhebraeus (1226-1286 CE) on Sleeping 
and Dreaming among Animals p. 137
Jens Ole Schmitt

The Ideas of Pseudo-Empedocles in Baghdad Mysticism of the 
Ninth-Tenth Centuries CE: Al-Ḥallāj’s Cosmology p. 159
Pavel Basharin

John Zacharias Aktouarios (c. 1275-1330) and His Treatise On Psychic Pneuma: Critical Edition of the Greek Text with German Translation 
and Medical-Historical Commentary Progress and Current Results 
of the Research Project  p. 182
Isabel Grimm-Stadelmann

Communities of Knowledge: Interreligious Networks of Scholars 
in Ibn Abī Uṣaybiʿa’s History of the Physicians (Project Report)  
p. 196
Nathan P. Gibson - Robin Schmahl

Off the Record: On Studying Lost Arabic Books and their Networks  
p. 219
Nadine Löhr

Labeling Religious Affiliation in Ibn Abī Uṣaybiʿa’s History 
of Physicians: A Quest  p. 246
Nathan P. Gibson


Descarregar o volume em:  State Debate

Antropologia Política e Economica

Introduction to economic and political anthropology


Deixamos aqui um conjunto de leturas proferidas pelo antropologo Alan Macfarlane quatro palestras sobre antropologia econômica e quatro sobre antropologia política, nas quais se explicam os conceitos básicos e abordagens, ministradas para alunos do primeiro ano em Arqueologia e Antropologia e Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Cambridge em 2006

   

Lecture 1 - The production of wealth


Lecture 2 -  The distribution of wealth


Lecture 3 - The exchange of wealth


Lecture 4 - Consumption, technology and final overview


Lecture 5 - Theory in political anthropology  and the state 


Lecture 6 - Nations, feud and war 


Lecture 7 - Law and conflict resolution


Lecture 8 - Enemies and friends of the state 



sábado, 22 de julho de 2023

Uma Antropologia do Universo Encantado

The New Science of the Enchanted Universe

Sahlins, M. (2022): The New Science of the Enchanted Universe: An Anthropology of Most of Humanity. Princeton University Press. Princeton & Oxford.  ISBN: 9780691215921


Sinopse 
Para a perspetiva da modernidade ocidental, a humanidade habita um cosmos desencantado. Deuses, espíritos e ancestrais nos deixaram para um além transcendente, não mais vivendo em nosso meio e estando envolvidos em todos os assuntos da vida quotidiana, do trivial ao terrível. No entanto, a grande maioria das culturas ao longo da história humana trata os espíritos como pessoas muito reais, membros de uma sociedade cósmica que interagem com os humanos e controlam seu destino. 


Na maioria das culturas, ainda hoje, as pessoas são apenas uma pequena parte de um universo encantado mal interpretado pelas categorias transcendentes de “religião” e “sobrenatural”. "A Nova Ciência do Universo Encantado" mostra como antropólogos e outros cientistas sociais devem repensar essas culturas da imanência e estudá-las desde os seus próprios códigos culturais

a divindade inuite Sedna. senhora do mar e dos animais marinhos

Neste reveladora obra póstuma Marshall Sahlins anuncia um novo método e estabelece uma agenda emocionante para o campo. Ele leva os leitores ao redor do mundo, de Inuíte do Círculo Polar Ártico a pastores Dinka da África Oriental, de jardineiros Araweté da Amazónia a horticultores das Ilhas Trobriand. 


No processo, Sahlins lança uma nova luz sobre as etnografias clássicas e contemporâneas que descrevem essas culturas de imanência e revela como mesmo nas esferas aparentemente mundanas e demasiado humanas da “economia” e da “política” emergem à medida que as pessoas negociam e, finalmente, usurpam os poderes dos deuses.




A "Nova Ciência do Universo Encantado" oferece um roteiro para uma nova prática de antropologia que leva a sério o universo encantado e suas transformações da antiga Mesopotâmia à América contemporânea.


INDEX

Prologue  p. vii

Acknowledgments p. ix

Introduction  p. 1

1 Human Finitude  p. 16

2 Immanence  p. 34

3 Metapersons  p. 70

4 The Cosmic Polity  p. 124

Afterword  p. 174

Bibliography p. 177

Index  p. 187



+INFO sobre o livro em: New Science of Enchanted Universe

sexta-feira, 21 de julho de 2023

OCEANIA Nº 93/2 - 2023

OCEANIA 

Nº  93/2 - 2023

  

INDEX

Coercive Exchange: Magic, Agency and the Gift in 
a Melanesian Society pp. 78-92 
Richard Eves

Achievement, Ascription, and Mana: A Step beyond Binary 
Opposition in Studying Leadership in Oceania 
pp. 93-108
Francois-Xavier Faucounau

The Larrakia Kinship Terminology: Asymmetrical 
Cross-Cousin Marriage and Omaha Skewing pp. 109-136 
Mark Harvey

Stalked by the Malignant Father's Spirit: A Case of Patricide among the Yagwoia (PNG) pp. 137-164
Jadran Mimica

‘Stalked by the Malignant Father's Spirit:     
A Case of Patricide  
among the Yagwoia (PNG)’ by Jadran Mimica: 
A Critical Appraisal pp. 165-178 
Gillian Gillison

Sama Bajo Resilience in the Time of COVID pp. 179-190
Nur Isiyana Wianti,  Andrew McWilliam


Book Reviews

In the Shadow of the Palms: More-Than-Human Becomings in West Papua. By Sophie Chao. Durham, NC, USA and London, UK: Duke University Press. 2022. p. 191
Nicholas Bainton

Linguistic Organisation and Native Title: The Wik Case, Australia. 
By Peter Sutton and Ken Hale. Canberra, Australia: ANU Press. 2021 
pp. 192-194
Alan Rumsey



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