FUNERARY AND RELIGIOUS COMMEMORATION IN THE ROMAN EPIGRAPHY OF THE AUTRIGONES
Sinopse:
A tese apresenta o estudo de monumentos epigráficos funerários e religiosos localizados na área de Autrigões desde a época romana. Para isso, realiza-se um corpus atualizado e completo das inscrições através da sua autópsia e da compilação bibliográfica. Com base nessas fontes, analisa-se o contexto e as características das práticas funerárias na área, podendo identificar tanto os processos presentes no Império como um todo quanto os particulares típicos da Hispânia ou da região.
O estudo da cronologia sugere um período que se iniciaria a partir do reinado de Augusto e que teve uma produção relativamente abundante até, possivelmente, a segunda metade do século III. Pensamos, no entanto, que alguns fatores poderão sugerir uma produção algo mais tardia: a tipologia dos monumentos responde na maior parte dos casos a modelos romanos. A estela é o suporte mais utilizado e o calcário é o material predominante. Quanto à decoração, repetem-se temas conhecidos em todo o mundo clássico, como motivos geométricos, vegetais e astrais.
Podemos assinalar, no entanto, que, pelo menos com algumas excepções, não se observa uma qualidade notável. O seu estudo da epigrafia permite perceber quem eram as pessoas representadas nos epitáfios, tanto os defuntos como os dedicantes, abordando-se ademais a relação que os unia, e qual pudera ser seu significado social.
Temas como quais eram os grupos sociais mais representados?; quais eram as qualidades ou valores morais que predominavam? e os aspetos diferenciais das mortes infantis, entre outros, são analisados minuciosamente. No caso das inscrições religiosas, o seu estudo permite observar práticas comemorativas de tipo romano tanto entre as dedicatórias às divindades locais como latinas.
A prática epigráfica mostra um complexo processo de transferência cultural através do qual os ritos foram reformulados e adaptados à uma nova realidade. A análise dos nomes pessoais mostra um uso majoritário de estruturas nominais romanas, embora estejam presentes antropónimos de tipologia indígena, mas na maioria das vezes já inseridos dentro do sistema romano.
Em conclusão, aprecia-se um conjunto em que se reproduzem as práticas comemorativas romanas de tipo funerário e religioso, tanto nas suas características externas como internas, adaptando-as em certa medida às realidades locais mas seguindo as tendências gerais do Império.
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