segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Occidens - Uma base de dados sob a expanção romana em Occidente

A base de dados Occidens. La Expansión romana en Occidente parte dum projecto para o estudo da expansação romana no Occidente durante a época republicana, o projecto centrase principalmente en Hispania mas expande a perspectiva comparando a situaçao hispana coa doutros territorios occidentais, especialmente o caso de Sicilia e das Galias, tratando de estabelecer se existe um modelo comum na forma em que os representantes do poder romano interatuam coas comunidades indigenas e como reacçonan assim mesmo estas, prestando especial atenção aos aspeitos politicos, militares, juridicos e diplomáticos

Como parte deste projecto a dados Occidens recolhe toda a bibliografia actualizada sobre esta temática inicialmente, desde o ano 1995, se bem progresivamente se espera que vaia incluindo obras de referencia anteriores a esta data. Occidens consititue pelo tanto um recurso de grande utilidade pola diplomacia antiga e os primeiros processos de contato entre o Imperio Romano e as sociedades indigenas occidentais.


Ir à base de dados: Occidens

sábado, 27 de agosto de 2011

A Roma que "nunca foi"

Quando um se encontra um capítulo em uma síntese geral -mas atualizada- como é a recente Europa Romana, com um título como "As Implicações culturais da Conquista" a primeira intuição sería certamente, de não conhecer a trajetória prévia e teorias do seu autor Nicola Terrenato, pensar que o que nos vamos topar e uma mais das versões standard adicadas a glosar o profundo impacto romano na transformação cultural do resto da Europa do seu tempo. Emporisso o que aqui encontramos  é precisamente tudo o contrario, pois o que se nos oferece nestas páginas é sobre tudo, uma revisão “em negativo” precisamente dessas "implicações" e supostas influências.

O autor enfrenta o que poderíamos denominar, fazendo um simil filosófico, como uma crítica a "conceção herdada", não já sobre o que se entende por romanização, senão em realidade de algo mais amplo a própria perceção de Roma e o mundo romano. Esta se define por uma reinterpretação ao longo da história resultado do prestígio "herdado"do greco-romano no mundo post-clássico e com um especial ponto de inflexão no que se refere ao aparecimento dos Estados modernos, que monopolizaram a  Roma como uma imagem especular na que ver refletidas as suas próprias práticas de expressão do poder, em realidade inovadoras, e que pouco tinham que ver com a natureza real do fenómeno romano

os Coloniçadores romanos "civiliçadores" e indigenas "salvagens"

Assim os estados europeus justificaram em Roma tanto as políticas e a ideologia centralizadora, nos seus múltiplos aspectos, económicos administrativos, ao mesmo tempo que tomavam este modelo de uma Roma centralizadora e intervencionista como praxis da sua ação no mundo colonial. Terrenato observa paradoxalmente que conquanto o ocaso da ideologia do estado nacional e a descolonização socavam estes usos simbólicos, estes simulacros do romano, dentro das novas interpretações que saíram dessa crítica se seguiu mantendo a mesma imagem de fundo que servia de paisagem à velha ideologia, a de uma Roma tudo-poderosa cujo impacto -já fosse político, administrativo, ou, nomeadamente, económico-  em uns povos definidos como poderes "mais moles", menos organizados, ou -mais moderna e antropologicamente- com un chisco "segmentários" devia de produzir de necessidade profundas mudanças em todos os âmbitos de vida, e um troco cultural tão inexorável como profundo. Neste sentido o artigo de Terranato apresenta-se a tarefa pouco ao uso de "de-construir" um por um os fragmentos desta paisagem histórica que foi estaticamente assumido como imagem do que se supôs o contacto entre Roma e o mundo não-romano


Por um lado - entende- há que definir a diversidade desse mundo não-romano, distinguindo entre um núcleo "interior" constituído pela área mediterrânea, onde se levavam produzindo interações culturais prévias durante séculos e onde a conquista romano não tem uma relevância maior que outras circunstâncias, ao respeito, Terrenato que é conhecido pelos seus estudos sobre os relacionamentos entre as elites etruscas, itálicas e romanas a partires do seu conhecido modelo de "negociaçao" entre elites dominantes, observa que as instituições políticas e económicas que entendemos como romanas são o resultado de uma longa confluência resultado de um prolongado contacto no que o elemento romano frequentemente se mostra finalmente como um equivalente, uma lingua franca instituçonal, util para agilizar relações. Mas noutros casos, como sucedera nas zonas mais helénicas, se fara sem problemas a um lado para deixar o seu posto preponderante às instituições gregas prévias e mesmo ao próprio idioma grego que seguira a ser uma lingua vehicular principal em tudo o mediterraneo oriental.

um dos bronzes de Botorrita, um texto legal celtiberico em época romana

Por outro lado no que o autor define como "círculo exterior" entendido como a periferia do mundo mediterrâneo e -entre ela- o ocidente europeu se aprecia pelo contrário uma receção de elementos do conjunto que já era forjado na koiné mediterrânea, mas cujo grau de influência não foi igual em todas as feições da vida. Terrenato observa que a influência romana prefere começar por aqueles contextos ou lugares onde o prévio era mais próximo ao que já era conhecido no Mediterrâneo, embora estas influências atuarem sobretudo em determinados elementos que incluiam sobretudo às elites da sociedade, em especial no que se refere aos seus relacionamentos com o Estado e a administração romana, mais que no que se refere as próprias estruturas locais

Em muitos lugares as antigas solidariedades e clientelas políticas seguiriam em poder dos mesmos grupos que em certa forma aproveitaram o novo contexto para manter o status quo, e promocionar-se politicamente no império, mentres que no âmbito local as cousas podiam a seguir a desenrolar-se ainda -mais ou menos- nos mesmos termos. Ao respeito Terrenato põe em dúvida elementos tradicionalmente tão definidores da romanidade como a extensão da cultura jurídica:

"À luz destas considerações básicas, parece já evidente que a tão cacarejada afirmação de que o sistema legal romano mudou a cultura ocidental para sempre jamais é mais bem falsa. Uma rápida olhada ao direito medieval fora dos mundos bizantino e árabe revela que as práticas e os conceitos romanos que sobrevivia ao derrube do império ocidental são mínimos. Como muito, a conjuntura na Europa continental assinala a existência de um substrato de direito consuetudinário pronto para ressurgir assim que dissolveram-se umas estruturas imperiais que já começavam a ceder."

Assim a imagem tópica que temos do direito romano responde mais, por tanto, à revalorización tardomedieval e sobretudo Moderna do antigo direito romano, tomado como modelo pelo direito público europeu a partir da Renacimento. Com elo Terrenato recolhe o legado de algumas contribuições prévias desde as surgidas em torno da questão do "Direito Vulgar" que tras permanecer "invisivel" agroma de supeto na tardoantiguidade, até as mais recentes, que se centraram em pôr em questão a extensão real do direito romano, sobre tudo para o mundo grego-oriental, mas também ocidental,  falando-se em ocasiões mesmo dun certo "conflito de leis".

Em certa forma, como há tempo destacamos em uma palestra vai uns anos a própria imagem que temos do direito romano como "um tudo" em si proprio, uniforme e acabado, a modo de um Manual ou Código Civil com a que se costuma perceber aquel, deve mais às recopilações jurídicas da tardo-antiguidade que ao eido longamente pluralista e até algo inconexo, mas -ou precisamente por isso- profundamente fecundo da  literatura jurídica antiga.  Natureza algo caótica a que precisamente essas codificações pretendiam pôr coto e fim. Embora quando estes códigos se elaboram as estruturas políticas e administrativas do Imperio estavam já -ao menos no ocidente- em franca recessão  e careciam da capacidade de pôr em practica este programa nuns círculos locais que comezabam a acostumar-se, cada vez mais, a substituir no âmbito bis-a-bis à "autoridade ausente", e que -cecais- nunca estivo em geral tampouco demasiado presente alem das capitais provinciais e conventuais

Em resume o contributo de Terrenato a este volumem, descreve-nos a pluralidad e diversidade de um processo mais complexo do que com frequência se descreveu, e do que em certos âmbitos académicos e geográficos cada vez se receia mais em definir como "romanização". Desde as instituições formalmente romanas da Etruria, ou a koiné jurídica helenística, sincretiçadas com as formas e terminologias jurídicas latinas, às "Civitates Virtuais" rurais, sem núcleo urbano real tras de sim, e algo "tribais" ainda em certa forma, que atopamos nos lugares mais ocidentais do Império, da Britania ao Danubio, Germania, ou, mesmo, e como nega-lo, a nossa Gallaecia. Um mundo onde um africano podia chegar a emperador ainda que a sua irmã apenas falai bem o latim, e do se tenhem assumido retrospetivamente demasiadas coisas.

Estas e outras feições, alem do jurídico e administrativo,  como a língua, a onomástica, ou a arte provincial,  são analisadas de uma maneira brilhante e com soltura por Terrenato nesta breve mas  preciosa síntese do que o mundo romano foi e -sobretudo-  do que "nunca foi".  Uma leitura muito recomendavel
 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

As Curias da Hispania Romana


Las sedes de los Ordines decurionum en Hispania 
Análisis e Interpretación de la curia en las ciudades hispanorromanas


Instituto Arqueológico de Merida
14-16 Setembro


Programa:

Quarta-feira 14 de Setembro

Apresentação e aspetos gerais

09.00 Inauguração e apresentação

Conferência inaugural

09.30 Maxime quidem curia in primis est facienda ad dignitatem município sive civitatis (Vitruve, V.2.1)
J. C. Balty, Université de Paris-Sorbonne

10.30 La curia a través de las fuentes epigráficas
Angel Ventura. Universidade de Córdoba

11.30 Pausa-Café

Província Tarraconense

12.00 La curia de Emporion
X. Aquilué. Iberia Graeca, Centro de Documentação sobre o comércio e a presença grega em Iberia.

12.45 Una curia provincial en Tarraco?
J. Ruíz de Arbulo e R. Mar, Universidade Rovira i Virgili / Instituto Catalão de Arqueologia Clássica

13.30 Colóquio

Tarde

16.00 La curia de Saguntum
C. Aranegui e J. L. Jiménez, Universidade de Valencia

16.45 Las curias y la basílica del foro de Valentia
A. Ribera, SIAM. Câmara municipal de Valencia J. L Jiménez, Universidade de Valencia
I. Escrivá, Universidade de Valencia

17.30 La curia de Labitolosa
 M. Magallón, Universidade de Saragoça
P. Sillières, Université de Bordeaux e M.Navarro, Université de Bordeaux III

18.15 Pausa café

18.30 El proyecto del Foro de Clunia. Espacio y Función
M.A de La Iglesia, Universidade de Valladolid
F. Tuset, Universidade de Barcelona

19.15 El foro de Asturica Augusta (Astorga, León). Un espacio público singular
Mª A. Sevillano, Museu Romano de Astorga

20.00 Colóquio


Quinta-feira 15 Setembro

Manhã

09.00 La curia de Carthago Nova
J. M. Noguera, Universidade de Múrcia M. Martín, Museu Arqueológico Municipal de Cartagena
B. Soler, Instituto de Arqueologia - Mérida

09.45 La curia de Lucentum
M. Olcina, A. Guilabert e Tendero Museu Arqueológico Provincial de Alicante

11.15 Pausa-café

11.45 La curia del foro de Segobriga
J.M. Abascal, Universidade de Alicante
R. Cebrián, Parque Arqueológico de Segóbriga

12.30 La curia del foro de Valeria: Problemas de arquitectura y topografía en las fases tardorrepublicana e imperial.
A. Fuentes. Universidade Autónoma de Madrid
R. Escobar. Escavações Arqueológicas em Valeria

13.15 Colóquio

Tarde

Província Bética

16.00 La curia de Baelo Claudia: las dos propuestas de localización
P. Silliéres, Université de Bordeaux III

16.45 La curia de la ciudad hispanorromana de Arucci / Turobriga
J.M. Campos, e J. Bermejo, Universidade de Huelva

18.15 Pausa-café

18.30 La curia de Ilipa
O. Robríguez, Universidade de Sevilla

19.15 Coloquio


Sexta-feira 16 de Setembro

Manhã

Província Lusitania

09.00 La curia de Augusta Emérita
R. Ayerbe, T. Barrientos e F. Palma, Consórcio da Cidade Monumental de Mérida

09.45 Curia Ordinis Caparensis
E. Cerrillo, Universidade de Extremadura

10.30 A Curia de Seilium: Problemáticas e resultados científicos recentes
M. Salete Da Ponte-te. Escoa Superior de Tecnologia (Tomar)

11.15 Pausa-café

11.45 Cúria e basilica na evoluçao do fórum de Conímbriga
 V. H. Correia, Museu Monografico de Conímbriga

12.30 Colóquio


+INFO no site do:  IAM

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Roma e as Identidades - Novo livro



Roma Generadora de Identidades

Caballos Rufino, A. & S. Lefèvbre (eds.)
Roma Generadora de Identidades. La Esperiencia Hispana
Casa de Velázquez e Universidade de Sevilha
Madrid, 2011
ISBN 9788496820517


 Sinopse: 
 Junto aos dois sistemas organizativos gerados na Antiguidade -o da polis e o do Estado- o organigrama  administrativo provincial implantado pelos romanos acabaria jogando um papel não depreciável na experiência quotidiana dos habitantes do Império. O objetivo desta monografia coletiva, centrada de forma não exclusiva em Hispânia, consiste em identificar a maneira em que esta nova forma de vertebraçao, a província, sem substituir às anteriores, pôde começar a se assumir como novo critério de referência, e inclusive de identificação. Desenvolvem-se aqui as propostas teóricas da temática e, desde a República à Antiguidade tardia, em âmbitos diversos e desde óticas plurais e complementares, analisam-se os processos pelos que se pôde ir gerando uma identidade provincial, bem como as fórmulas de expressão, o alcance e os limites desta, manifestando respostas diferenciadas segundo as diferentes regiões.


INDEX

Introducción por Antonio Caballos y Sabine Lefebvre   p.1

Patrick Le Roux
Identités civiques, identités provinciales dans l’Empire romain    p.7

Fernando Wulff Alonso
 Hablando de identidades: reflexiones historiográficas sobre Italia
entre la República y el Imperio   p. 21

Francisco Pina Polo
Etnia, ciudad y provincia en la Hispania republicana  p.39

Francisco Beltrán Lloris
… «Et sola omnivm provinciarvm vires svas postqvam victa
est intellexit». Una aproximación a Hispania como referente
identitario en el mundo romano   p.55

Alexandra Dardenay
La diffusion iconographique des mythes fondateurs de Rome
dans l’Occident romain : spécificités hispaniques  p. 79

Rudolf Haensch
L’attitude des gouverneurs envers leurs provinces  p. 97

Milagros Navarro Caballero
Grupo, cultura y territorio: referencias onomásticas «identitarias»
de los celtíberos y de los restantes pueblos del norte de la Citerior  p. 107

Francisco Javier Navarro Santana
El gobierno de la Tarraconense y la identidad provincial  p. 141

Sabine Lefebvre
Onomastique et identité provinciale : le cas de « Lusitanus » p. 153

Susana Marcos
Espace géographique, espace politique : la frontière provinciale
lusitanienne, une limite déterminante?   p. 171

Antonio Caballos Rufino
La Bética como referente identificador en la documentación epigráfica  p. 185

Myriam A. Gordón Peral
Estructura funcional y vertebración provincial: el conventus Hispalensis  p. 209

Genaro Chic García
Los elementos económicos en la integración de la provincia
Bética  p. 225

Enrique Melchor Gil
Élites supralocales en la Bética: entre la civitas y la provincia   p. 267

Aarón A. Reyes Domínguez
La imagen como soporte de difusión ideológica en la provincia  p. 301

Manfred Hainzmann
«Provinz-Identität» und «nationale» Identität. Das Beispiel Noricums  p. 321

Laurent Brassous
L’identification des capitales administratives du diocèse des Espagnes  p. 337

Fuentes literarias p. 355

Bibliografía   p. 359
Resúmenes   p. 413
Résumés       p. 421
Abstracts      p. 429


+INFO no site da:  Casa de Velazquez

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Genética paleolítica dos Europeus


Um Estudo de ADN trastoca as teorias das Origens europeias
 
O novo estudo é um golpe à ideia de que a maioria dos homens europeus som descendentes de agricultores que migraram do Oriente Próximo 5.000-10.000 anos.

Os descobrimentos desafiam investigações anteriores anteriores que mostravam que os marcadores genéticos dos agricultores deslocaram a os caçadores indígenas da Europa.

As investigações mais recentes inclina-se para ideia de traçar uma linha de descendia para a maioria dos homens da Europa que chegue até os caçadores da idade da pedra. Mas os autores afirmam que mais trabalho ainda e necessário para poder responder a esta questão. O estudo, realizado por uma equipa internacional, é publicado na revista Proceedings of the Royal Society B. mostra que os humanos modernos se estabeleceram na Europa faz perto de 40.000 anos - durante um tempo conhecido como o Paleolítico.


Estas pessoas sobreviveram a Idade de Gelo durante 20.000 anos atrás, ao retirar-se para refúgios relativamente quentes no sul do continente, antes de expandir-se de novo para o norte da Europa quando o gelo se derreteu. Só alguns milhares de anos depois de que Europa fora repovoada por estes caçadores, o continente passou por um importante cambio cultural. Os Agricultores desgraçarem-se para o oeste da zona que hoje é Turquia, trazendo com eles uma nova economia e modo de vida. Em que medida os europeus modernos som descendentes de que esses primeiros agricultores ou dos os indígenas caçadores que se estabeleceram no continente milhares de anos antes é uma questão que genera um acalorado debate. Os resultados variam segundo os marcadores genéticos estudados e estão sujeitos a diferentes interpretações.

Árvore genealógica
O mais recente estudo centrou no cromossoma Y - um pacote de ADN que é herdado de forma mas ou menos inalterada de pais a filhos. Os cromossomas Y das pessoas de atuais podem ser classificados em diferentes tipos, ou linhagens, que - em verdadeira medida - refletem as suas origens geográficas.



Mais de 100 milhões de homens europeus carregar um tipo chamado R-M269, portanto identificar quando esse grupo genético se espalhado é vital para a compreensão do povoamento da Europa. O R-M269 é o mais comum na Europa Ocidental, atingindo frequências de 90% ou mais em Espanha, Irlanda e Gales. O Neolítico foi um momento de mudança cultural importante na Europa, mas este tipo de distribuição alcança o seu mais alto na beira atlântica.

Patricia Balaresque e os seus colegas da Universidade de Leicester publicou um artigo um artigo em 2010 mostrando que a diversidade genética de R-M269 aumenta à medida que nos move ao lês-te - alcançando um bico em Anatólia (a Turquia moderna).

A diversidade genética é usada como uma medida de idade; linhagens que estiveram presentes ao comprido tempo acumulam mais diversidade. Assim, este princípio pode ser usado para estimar a idade de uma população. Quando a equipa de Leicester estimaram desde quantos anos o R-M269 estiver presentes a diferentes populações em toda a Europa, encontraram que essas idades eram mais ajeitadas para uma expansão no período neolítico (entre 5.000 e 10.000 anos atrás).

Comparação entre a frequência de aplogrupos do cromossoma E entre sardos e anatolios (Morelli et alii, 2010)



As conclusões da equipa receberam apoio em dois artigos, um publicado em agosto de 2010 e o outro em junho deste ano. Mas um estudo que apareceu o ano passado apoiou a ideia de uma origem mais antiga, no Paleolítico, para o R-M269.

Estimações de idade
Agora, uma equipa no que se incluen Cristian Capelli e George Busby na Universidade de Oxford tevem explorado a questão. Os seus resultados, com base numa amostra de mais de 4.500 homens da Europa e da Ásia ocidental, não mostraram tendências geográficas na diversidade de R-M269. Tais tendências seriam  esperáveis se a linhagem se tinha expandido da Anatólia com os agricultores neolíticos.

Ademais, sugerem que alguns dos marcadores do cromossoma Y são menos fiáveis que outros para estimar as idades de linhagens genéticas. Por estas razões, eles argumentam que as atuais ferramentas analíticas são inadequadas para descrever a expansão do R-M269.

Estudo de ADN a partir de restos antigos poderia atirar mais luz sobre as origens europeias. De facto, o Dr. Capelli e a sua equipa dizem que o problema se estende a outros estudos de linhagens do cromossoma Y: já que datas com base na análise de marcadores de ADN convencional pode ser "sistematicamente subestimado", segundo dizem em Proceedings B.

O Dr Capelli destacou que o seu estudo não pode ainda responder à pergunta de quando o omnipresente R-M269 se expandiu por Europa, malia o seu laboratório está realizando mais trabalho sobre o assunto. "Por enquanto não é possível afirmar nada sobre a idade desta linhagem", disse à BBC News, "Eu diria que estamos pondo o bola no meio do campo". Outro dos com coautores o Dr. Jim Wilson, da Universidade de Edimburgo, explicou: "Estimar a data em que uma linhagem ancestral se originou é uma interessante aplicação da genética, mas, desgraçadamente, está cheia de dificuldades."

 A frequência cada vez maior de R-M269 na Europa Ocidental, junto com outros dados, fora vista por alguns investigadores como uma indicação de que genes do Paleolítico Europeu sobreviveram nesta região -. A origem mais recente para R-M269 no Neolítico ainda é possível. Mas os investigadores apontam que, trá-lo advento da agricultura, as populações da Europa explodiram demograficamente, o que significa que, de entrada, seria mais difícil para os novos imigrantes deslocar a antiga população local.

( BBC News 23/08/2011, Paul Rincon )


Referências

- Balaresque P, Bowden GR, Adams SM, Leung H-Y, King TE, et al. : "A Predominantly Neolithic Origin for European Paternal Lineages" PLoS Biol 8/1  DOI: 10.1371/journal.pbio.1000285

- Busby, G.B.J, Capelli, Ch. et alii, "The peopling of Europe and the cautionary tale of Y chromosome lineage R-M269" Proc. R. Soc. B24, 2011  DOI: 10.1098/rspb.2011.1044

- Morelli L, Contu D, Santoni F, Whalen MB, Francalacci P, et al., "A Comparison of Y-Chromosome Variation in Sardinia and Anatolia Is More Consistent with Cultural Rather than Demic Diffusion of Agriculture" PLoS ONE 5/4 2010   DOI: 10.1371/journal.pone.0010419

- Myres1 N. M, Rootsi S, Lin A. A, Järve M. et alii: "A major Y-chromosome haplogroup R1b Holocene era founder effect in Central and Western Europe" EJHG 19, 2011  pp. 95–101  DOI: 10.1038/ejhg.2010.146 
 
- Sjödin P, François O, "Wave-of-Advance Models of the Diffusion of the Y Chromosome Haplogroup R1b1b2 in Europe" PLoS ONE 6/6 2011   DOI: 10.1371/journal.pone.0021592
 

Pode que também te interesse:  Lingua dos nossos Pães?

O JIA 2012 vem-se a Compostela


V Jornadas de Jovens em 
Investigação Arqueológica

Arqueologia para o S. XXI

9 - 12 Maio
Santiago de Compostela 


Um ano mais depois já de quatro ediçoes as JIA achega-se este ano a Galiza, onde o Instituto de Ciências do Patrimonio (Incipit) toma o relevo da Complutense, a Autonoma de Barcelona, e a Univ. do Algarve, já encarregadas de organização em edições anteriores. As JIA; as Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica nasceram da necessidade de contar com uma plataforma de encontro de jovens investigadores e pesquisadoras em Arqueologia em Espanha. Depois da primeira das reuniões mantidas em 2008, o evento ultrapassou largamente tanto os limites administrativos como as expectativas iniciais. Desde o princípio tratou-se de dar cabida a todos os discursos e todas as visões da jovem investigação arqueológica, pensando que dessa maneira seria possível criar um foro onde ninguém ficasse excluído.

Impulsionar o trabalho jovem é olhar para o futuro e estas jornadas, antes de mais nada, ajudam a apagar fronteiras e a acercar posturas para levar a cabo essa projeção comum. As jornadas de 2008 e 2009 (Madrid), 2010 (Barcelona) e 2011 (Faro) foram um sucesso e consolidarom um projeto que se faz agora indispensável. As JIA são, em definitiva, um evento científico a nível peninsular realizado por e para jovens investigadores/as em Arqueologia, entendendo como tal a quem não lera a sua tese doctoral. O debate e a reflexão sobre a disciplina arqueológica são as bases principais sobre as que se sustentam as Jornadas.


Aqui poderdes ler a proposta das JIA 2012 e consultar os prazos para apresentar propostas:


JIA 2012




+INFO no site do JIA 2012

Journal Archaeological Method & Theory 18/ 3

   
Journal of Archaeological Method and Theory
18/ 3 2011


Empirical Urban Theory for Archaeologists  pp. 167-192
Michael E. Smith

Archaeological Visualization: Towards an Archaeological 
Information Science (AISc)  pp. 193-223
Marcos Llobera

Studying Pleistocene Neanderthal and cave hyena Dietary Habits: Combining Isotopic and Archaeozoological Analyses  pp. 224-255
Gerrit Leendert Dusseldorp

High Dynamic Range Imaging for Archaeological Recording  
pp. 256-271
David Wheatley


Ir ao número de:  J. Arch Method & Theory

terça-feira, 23 de agosto de 2011

VII Simpósio sobre os Celtiberos


VII Simpósio sobre os Celtiberos

Novas Descobertas, Novas Interpretações

 
Daroca (Saragoça), 
12 a 14 de Dezembro de 2011


O objetivo do VII Simpósio sobre os Celtiberos: Novas Descobertas. Novas Interpretações é dar a conhecer as últimas contribuições realizadas nis diferentes aspetos que conformam a etapa celtibérica.
Os temas a tratar agrupam-se em seis sessões
 
               O Processo Formativo.
               Poblamiento, Sociedade e Economia.
               Cosmología e Ritual.
               Celtiberos e Romanos.
               Gestão e Desenvolvimento

Ao igual que nos anteriores Simposia o âmbito espacial abarca a Celtiberia, localizada em torno do Sistema Ibério central, e os territórios próximos do alto e médio Ebro e vales médios do Douro e Tejo. Isto é, além dos celtiberos, inclui também aos berones, vacceos e carpetanos, bem como aos iberos vizinhos da faixa direita do Ebro médio, dada a estreita vinculação das comunidades que se assentaram nestes territórios com os seus vizinhos celtíberos.
 
As entidades organizadoras da reunião são: Centro de Estudos Celtibéricos de Segeda, Centro de Estudos Darocenses da Instituição Fernando o Católico, Fundação Segeda - Centro Celtibérico, Grupo de Excelência Hiberus e a Universidade de Saragoça. Colabora o Museu de Molina de Aragão. 

Está aberto a comunicações que serão selecionadas, depois da sua avaliação, pelo comité científico

Data limite de apresentação de comunicações: 10 de setembro

Data limite de inscrição: 1 de dezembro.


+INFO no site do Colóquio:  Celtiberica.es

sábado, 20 de agosto de 2011

*SELGĀ - Fontes para os Estudos Célticos

Um dos problemas que qualquer que tenha certa interesse e este a se iniciar nos Estudos Célticos e sem duvida a necessidade, tarde ou cedo, de ter que votar mão, a parte dos textos clássicos ao uso (dos que há edições como a dedicada a religião de Schwiker), da ingente quantidade de informação ao respetio se pode atopar na matéria literária recolhida pelos copistas galeses e irlandeses. Mas mentres que as referências dos autores clássicos são acessíveis em traduções e edições publicadas e re-publicadas regularmente, não ocorre o mesmo com este segundo tipo de fontes. 

Ao respeito a descoberta de edições de textos, traduções e reproduções fotográficas, ou manuscritos, pode resultar uma lavoura certamente difícil para um novo pesquisador que intente encetar a sua carreira nesta área
Embora nos últimos anos pudemos achar muitos projetos isolados têm sido principiados, nas últimas década, para cobrir esta eiva e para facilitar o acesso e a investigação sobre as fontes célticas, valendo-se da ferramenta mais ao dispor para muitos e que mais esta a agilizar nos últimos tempos a pesquisa científica, a internet. No obstante a natureza ilhada destes esforços supõe em certa forma um limite que míngua a utilidade destas ferramentas, pelo que se faz necessária uma ferramenta que permita criar sinergias nas lavouras de procura on-line entre estes recursos particulares

Neste sentido, *Selgā é uma base de dados que pretende cobrir esta lacuna, apresentando-se como um índice no que se recollam os textos e manuscritos relevantes para o campo dos estudos célticos, oferecendo um enlace comodo e singelo à base de dados ou recurso online original, convertendo-se assim num autentico “catalogo de materiais e fontes primárias para os Estudos Celticos” como reza o seu sobrenome.

*Selgā é um recurso wiki localiçado dentro da web da Stichting A. G. van Hamel voor Keltische Studies (Fundação A. G. Van Hamel para os Estudos Celtas), o proprio nome escolhido para dar-lhe nome é um jogo de palavras baseado no termo corrente para as buscas na internet “search”, traduzido livremente através do proto-celtico reconstruido  *selgā "caça" (> AI selg "caça"; > MG  hela "caçar"), com o qual se reflite assim mesmo a natureza ardua de andar “a caça” do texto concreto.

O tipo de textos que se recolhem no *Selgā são os seguintes:

 1) Textos e manuscritos escritos por falantes de qualquer das
  línguas celtas (como o irlandês ou galês):  
      a).tanto em língua vernácula
      b).em outras línguas além da sua língua nativa, nomeadamente
      Latina.
 2) Textos escritos por "estrangeiros" - a partir dos autores clássicos
  de John Derricke - sobre os povos de língua céltica
 3) Textos e manuscritos disponíveis para o mundo de língua celta,
  tais como textos apócrifos, Isidoro de Sevilha, bestiários, etc
 4) Engadidos; textos usados como comparanda nos Estudos
  Célticos.

*Selgā apresenta-se como um projecto aberto a colaboração e que pretende ir crescendo e incluindo novos dados e informação que seja generada dentro do âmbito dos estudos Célticos Assim a uso de um banco de dados on-line tem a grande vantagem, primeiro, que ele pode ser actualizado continuamente, ampliado e corrigido, segundo, que ela pode oferecer facilidades de pesquisa boa e de fácil navegação, e o terceiro, que as ligações externas podem ser feitas para publicações relevantes, texto / imagem arquivos e bancos de dados na web, como Internet ArchiveISOS, CELT e Welsh Prose


Ir ao site do:  *Selgā

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Artes Rupestres - II Mesa Redonda


Estudo, Conservação e Musealização de Maciços Rochosos e Monumentos Funerários 

Onde - Universidade do Porto - Faculdade de Letras (Anfiteatro Nobre)
Datas - 10, 11 e 12 de Novembro


1ª Sessão - Dia 10 - Manhã

8,30 h - Distribuição da documentação

9,00 h - Sessão de Abertura

Objectivos e Paradigmas do Estudo, Conservação, Musealização e Divulgação de Sítios com Arte Rupestre

9,30 h - Conferência: Estudo, conservação e musealização in situ: idiossincrasias e paradigmas das sociedades contemporâneas (título provisório) - Susana Oliveira Jorge

10,15 h - Conferência: Balanço sobre experiências de conservação e de gestão no Parque Arqueológico do Vale do Côa (título provisório) - António Pedro Batarda Fernandes

11,00 h - Coffee Break

11,20 h - Comunicação: Enquadramento e opções de estudo e conservação de sítios arqueológicos com arte rupestre no território abrangido pela barragem do Alqueva - António Carlos Silva

11,40 h - Comunicação

12,00 h - Debate

13,00 h - Intervalo para almorço


2ª Sessão - Dia 10 - Tarde

15,00 h - Conferência: Métodos de preservação in situ de maciços rochosos com arte rupestre no Vale do Sabor. Estudos preliminares - Sofia Figueiredo e Joaquim Garcia

15,45 h - Conferência: Estudio, preservación y gestión de abrigos con pinturas rupestres en la Región de Murcia en el contexto del Arco Mediterráneo de la Península Ibérica - Miguel San Nicolás del Toro

16,30 h - Conferência: Programa de Conservação e gestão da Gruta do Escoural, Montemor-o-Novo - António Carlos Silva

17,15 h - Coffee Break

17,30 h - Comunicação: Resultados e perspectivas sobre o estudo e conservação de pintura rupestre nos maciços de Las Batuecas - Salamanca, Espanha (título provisório) - Milagros Bartolomé Rubio, Julián Bécares Pérez e Gaspar Alonso Gavilán

17,50 h - Comunicação

18,10 h - Debate

19,10 h - Fim do primeiro dia de trabalhos

Posters 

Arqueohoje, Ltd: Programa de estudo, conservação e musealização dos Abrigos da Serra de Passos/Santa Comba - Mirandela


3ª Sessão - Dia 11 - Manhã

Objectivos e Paradigmas do Estudo, Conservação, Musealização e Divulgação de Monumentos Funerários

9,00 h - Conferência: Objectivo e paradigmas da relação do estudo com os discursos da conservação e musealização de monumentos funerários - Domingos de Jesus Cruz

9,45 h - Conferência: Programas gráficos en megalitos ibéricos. Retos de información y conservación - Primitiva Bueno Ramírez e Rodrigo de Balbín Behrmann

10,30 h - Conferência: Puesta en valor de los monumentos megalíticos en la Meseta Norte: passado, presente y propuestas de futuro - Manuel Ángel Rojo Guerra, Cristina Tejedor Rodríguez, Germán Delibes de Castro, Jesus María del Val Recio e Angel Palomino Lázaro

11,15 h - Coffee Break

11,30 h - Comunicação 1 11,50 h

- Comunicação 2 12,10 h

- Debate 13,10 h - Intervalo para almoço


4ª Sessão - Dia 11 - Tarde

15,00 h - Conferência: El Dolmen de Dombate - Coruña: estudio arqueologico y conservación (título provisório) - Fernando Carrera Ramírez, Manuel Lestón e Francisco J. Vidal Pérez

15,45 h - Conferência: O restauro e a valorização de monumentos megalíticos: da inocência das soluções aos resultados efectivos - Pedro Sobral de Carvalho

16,30 h - Comunicação: Paradigmas da continuidade: A Anta da Arquinha da Moura (Tondela) - Pedro Sobral de Carvalho, Joaquim Garcia e João Perpétuo

16,50 h - Coffee Break

17,10 h - Comunicações

17,50 h - Debate 19,30 h

-Sessão de Encerramento

Posters

Maria de Jesus Sanches: O Dólmen do Castelo-Jou (Murça-Portugal). Intervenção de estudo, de conservação e de restauro.

Domingos J. Cruz e André Tomás Santos: O Dólmen da Lameira dos Pastores (Cinfães, Viseu): estudo e levantamento das pinturas de um esteio da câmara.

Domingos J. Cruz e André Tomás Santos: O Dólmen de Chão do Brinco (Cinfães, Resende): levantamento das gravuras dos esteios da câmara.


Dia 12: visita a monumentos e maciços rochosos com arte rupestre da Beira Alta.


+INFO no site de:  Artes Rupestres

Uma Longa Noite de Pedras

Vejo agora em A Pedra do Encanto  um dos bloges de Bea Comendador os resultados da Longa Noite de Pedras, a jornada divulgativa de visita noturna aos petroglifos de Bamio, e que foi um multitudinario exito, certamente inesperado pela organizadora, pero nao por elo menos merecido. Desde aqui a nossa noraboa.


+INFO disto em:  A Pedra do Encanto
 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"Avistando" Petroglifos em Vilagarcia

Depois de anos de que por méios radiofónicos se difundissem, e ainda fossem multitudinarias em todo o Estado iniciativas tão peculiares como "Alerta OVNI" ou "Noite de Avistamentos Extraterrestres", enchendo os nossos montes com a mas diversa fauna humana: de personagens com suficiente optimismo, muito tempo livre e, sem duvida, demasiada paciência, depois disso ...e por fim, agora -já era hora!- a alguém se lhe ocorre a ideia de dedicar uma noite inteira ao "Avistamento de Petroglifos", pasatempo ao meu entender bastante mais productivo que o anterior.

A próxima noite da quinta-feira os que esten por Vilagarcia de Arousa ou possam achegar-se poderão desfrutar desta interessante inciativa de divulgação organizada pelo Ateneo de Arousa e a Câmara municipal de Vilagarcia e com a nossa colega Bea Comendador como "estrela invitada" da noite. Aguardamos que por está vez os arqueofilos lhes ganhemos a mão aos fans de E.T.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os Petroglifos Atlânticos de Astorga

Petroglifos de Peña Fadiel cos Montes de Leão ao fundo

De vez em quando a arqueologia nos oferece achádegos espetaculares e, em certa forma provocadores, que guardam entre sim um mínimo comum denominador, o de que “isso não devera estar ali”, são restos, objetos ou elementos que pela sua excecionalidade ou simplesmente por escapar da localização que os mapas de distribuição ao uso lhes atribuem, propõem interessantes perguntas e – sobretudo- dúvidas sobre o nosso conhecimento firme do passado: Assim uns barcos demasiado mediterrâneos em uma laje muito ao Norde, uma  Estela com uma estranha iconografia bem longe das suas correntes terras do sul, ou, as vezes, um grupo de gravuras, “atlânticas”, demasiado “atlânticas”, às porta mesmas da Meseta.  Todas estas são escepções que em certa forma obrigam a repensar de cote a regra, quando ela não se ajustarem. As escepções -permitase-nos a parafrase levistrossiana- são boas para pensar

Pormenor dos petroglifos da Astorga

Este último é o caso dos gravados de círculos concêntricos de Pena Fabiel, tipologia tipica do grupo rupestre galaico e doutras zonas da Faciana Atlântica, estes petroglifos foram atopados em 2008 na zona da Maragatería,  por um afeiçoado local, Juán Carlos Campos, que forá quem os dera a conhecer a traves do seu blogue La Tierra de los Amacos. A resultas disto empezou-se a estudar este singular conjunto, froito do qual saiu do prelo recentemente um artigo nas Atas do ultimo Congresso Internacional de Arqueologia de Vilalba, do que já temos falado, relatorio escrito entre outros autores por A. de La Peña, um dos mais reconhecidos especialistas em petroglifos da zona galaica.

Estes petroglifos como outros dos casos que citámos refletem além do anedótico ou do acaso, mais que prováveis contactos de fundo, nos que se trocavam, provavelmente, algo mais que coisas (matérias primas, produtos, presentes, etc.) e nos que mesmo deveram de colar-se-lhes elementos que chamaríamos culturais: crenças, costumes, usos, ou ainda, palavras: terminologias, ditos, mesmo quem sabe se antropónimos, ou em tal caso -e porque não?- de forma ainda mais geral, as proprias Línguas (?).

Isto são  dito de outro jeito o que se soe chamar"Formas de vida”, das quais nos aparecem como restos epidérmicos ainda tangíveis, as vezes, estas “exceções”, dificilmente explicáveis pelo reducionismo ao taxonómico do que tão gosta a arqueologia tradicional, mas que é provável cobrassem muito sentido no contexto e na perspetiva da época em que a alguém, quiçá um forâneo, quiçá autóctone viageiro, ou mesmo -melhor- ambos (destes "matrimónios" entre mundo diversos temos um formoso exemplo num vídeo de uma anterior postagem) se lhe ocorreu gravar estes signos em umas pedras, sem dúvida, não por mera casualidade ou afeição à arte petrográfica ou ao grafitti.

Em resumem: Vejo na imprensa a nova, ainda à espera de poder lhe votar um olho ao artigo, e leio em boca dos autores as seguintes verbas: «Os desenhos plasmados sobre as rochas de Peña Fadiel obrigam a dirigir a mirada para o mundo iconográfico dos gravados rupestres galaicos» , lido tal, não posso evitar que imediatamente me venha à cabeça umas linhas da minha muito estimada Marisa Ruiz-Gálvez, nas que fala precisamente de esses contactos entre Ocidente e Meseta, e, indo a minha biblioteca, colho o gastado volume de  A Europa Atlântica , e albisco entre os muitos marcadores onde atopo cedo a cita que assim diz:  

“  Todo isso desenha uma rede de movimentos e relacionamentos de vários milénios de duração, ao longo de gerações trás de gerações [...] que permitirom o livre deambular de homens, gados e mercadorias. Custar-me-ia pensar que isso não tivesse repercussões de tipo linguístico, E ainda começo a propor-me se não será aqui e neste contexto, e não no hipotético avanço à Meseta oriental de gentes ultra-pirenaicas portadoras de linguas IE, onde haveria que buscar a origem de lenguas célticas como o proprio celtibérico" (p. 258).  E algo disso haverá também em isto

Os hápax legómenon, certamente, ”são bons para pensar” e ainda melhores para re-pensar


+ INFO sobre isto em:  Os petroglifos da Maragateria 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Do Laser a Paisagem - ArchLand Europe

Ao fio do anterior e post não podiamos deixar de traer aqui um interessante site relacionado precisamente com algumas das tecnologias complementarias do SIX, e que vem de apareçer há pouco: ArchLand. Esta inciativa da nome a um portal criado no marco dum projeto a nivel europeo: ArchaeoLandscapes Europe, adicado as técnicas de deteção remota em tuda a sua variedade, desde a clássica foto aérea, como -e sobre tudo- os novos meios como as imagens de satélite e o escaner laser aéreo (LIDAR - ALS), nas que segum os membros do projeto podemos atopar não só uma nova fonte de informação, se não também uma nova forma de achegar duma forma mais grafica e acesivel o conhecimento arqueológico a povoação geral, a traves da virtualidade que estas ferramentas ofrecem para crear modelos em 3D, um formato mais visual, intuitivo e compreensível sem duvida para o não especialista

Fotografia aerea convencional, ortofoto dum castro galego
 
Baixo esta premissa e pensado e partindo também da ideia de implementar em base a este projeto este tipo de tecnologia na arqueologia na Europa, ArchLand plantea-se assim mesmo como germe duma rede colaborativa entre varias instituições cientificas em distintos pontos de Europa, assim coma de futuros Congressos, ademais duma, se nós permite a paráfrase "visual" a K H. Jackson, "fiestra ao passado remoto" que este sítios arqueológicos nos amosam

Estaneo laser dum castro sem filtrar a vegetação, os dados cruos

ArchLand recolhe informação sobre a aplicação destas tecnologias a jazigos de cronologia e contextos tão diversos como o megalitismo irlandês ou os Fürstensitze centro-europeus, e por suposto os castros galaicos da idade do Ferro, estes últimos a cargo de Cesar Parcero, um dos membros do antigo LaPa (agora Incipit) do CSIC

Modelado digital 3D elaborado a a partir dos dados

Postamos aqui a declaração de intenções deste site que cecais define muito melhor a ideia do que nos podamos "farragosamente" achegar:

"Em muitas partes da Europa ao longo dos últimos sessenta anos ou mais fotografia aérea arqueológica trouxe à luz mais sítios do património até então desconhecido do que qualquer outro método de exploração. Fotografia aérea já foi acompanhado por imagens de satélite, laser aerotransportado de varredura e uma variedade de técnicas de levantamento aerogeofísico e no solo que são conhecidas conjuntamente como "sensoriamento remoto", uma vez que explorar o que está debaixo da terra ou no mar, sem perturbar a sua superfície ou danificando o que está abaixo.
A fotografia aerea, e agora estas novas técnicas, têm tido um impacto dramático na ilustração ao público em geral do caráter e a importância do património e das paisagens evoluindo dentro do qual se encontram. Para uma melhor compreensão do público eo apreço destes links e material visual com o passado pode conduzir a um maior respeito e cuidado, nesses  espazos locais, resultando numa melhor conservação do património para o desfrute das gerações futuras.
Há vários países na Europa, no entanto, quando essas técnicas aéreas e de sensoriamento remoto têm ainda de realizar seu pleno potencial. Em alguns países da Europa do norte, leste e sul têm sido mal aplicado. O objetivo do projeto é ArchaeoLandscapes para corrigir estedesequilíbrio e criar condições para o uso regular destas técnicas notavelmente bem-sucedida em todo o continente como um todo"


Se queres mais informação mira o site do:  ArchLand Europe

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os Depósitos da Idade do Bronze e o SIG



E volvemos agora desde o paleolitico ao Bronze, com esta palestra de Alejandro Manteiga Brea (Univ. College Cork):"Aplicacións dos SIXs na análise de depósitos do Bronce Final do Noroeste" dentro das I Jornadas de novos investigadores do Noroeste organizadas pelo LAUV (Laboratorio de Investigación Arqueolóxica da Univ. de Vigo)


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A pegada genética do Neanderthal



Aproveitamos aqui a anterior postagem para ponher esta palestra dada dentro das TED Lectures, pelo genetista Svante Pääbo e titulada co sugerente titulo de "Pegadas no DNA do nosso Neanderthal interior" (DNA clues to our inner neanderthal). Nela este especialista partilha os resultados das recentes pesquisas sobre o genoma neanderthal que mostram como alguns grupos de humanos modernos se acasalaram com os neanderthais depois de sair de África, deixando a pegada disto no nosso ADN atual. Também mostra como um pequeno dedo dum bebé topado em uma cova siberiana permitiu identificar uma nova espécie do género homo, desconhecida ate bem pouco, e que foi contemporânea a Neanderthais a Sapiens Sapiens: os Demisovam