sábado, 31 de outubro de 2009

Keltische Forschungen 4, 2009


Keltische Forschungen 4, 2009


Alderik H. Blom, "lingua gallica, lingua celtica: Gaulish, Gallo-Latin, or Gallo-Romance?", 7-54

Benjamin Bruch, "Medieval Cornish Versification: An Overview", 55-126

Lukas J. Dorfbauer, "Trunksucht in Blütenlesen: Die beiden Sprüche 'Ebrietas abluit memoriam... Sobrietas salvat memoriam...'", 127-162

Alexander Falileyev, "'New' Gaulish Personal Names", 163-168

Aaron Griffith, "The Old Irish Deponent Suffixless Preterite", 169-187

Anders Richardt Jørgensen, "Irish báeth, báes, bés, ammait and Breton boaz, amoed", 189-193

Ranko Matasovic, "Adjective Phrases in Old Irish", 195-210 Dagmar Schlüter, "Zwischen Göttinnen und Verliererinnen. Gender als Kategorie in der Keltologie: eine erste Bestandsaufnahme", 211-227

David Stifter, "Notes on Châteaubleau (L-93)", 229-244

Rezensionen

Wolfgang Meid und Peter Anreiter, Heilpflanzen und Heilsprüche. Zeugnisse gallischer Sprache bei Marcellus von Bordeaux. Linguistische und pharmakologische Aspekte. Studia Interdisciplinaria Ænipontana 4, Wien: Edition Praesens 2005 (Alderik H. Blom), 245-248

Andrew Carnie, Irish Nouns: a reference guide. Oxford: Oxford University Press 2008 (Theresa-Susanna Illés), 248-254 Desmond Durkin-Meisterernst, Neuirisches Lesebuch. Texte aus Cois Fhairrge und von den Blasket Inseln. Wiesbaden: Reichert 2008 (Theresa-Susanna Illés), 254-258

Gérard Cornillet, Wörterbuch Bretonisch-Deutsch. Deutsch-Bretonisch. Hamburg: Helmut Buske Verlag 2006 (Patrick J. Zecher), 258-260 Patrice Lajoye, Des dieux gaulois. Petits essais de mythologie, Budapest: Archaeolingua 2008 (Andreas Hofeneder), 261-268

Iwan Wmffre, Breton Orthographies and Dialects. The Twentieth-Century Orthography War in Brittany, Oxford – Bern – Berlin – Bruxelles – Frankfurt am Main – New York – Wien: Peter Lang 2007 (Albert Bock), 269-275

John Carey, Ireland and the Grail. Aberystwyth: Celtic Studies Publications 2007 (David Stifter), 276-281

Nora White, Compert Mongáin and Three Other Early Mongán Tales. A Critical Edition with Introduction, Translation, Textual Notes, Bibliography and Vocabulary, Maynooth: Department of Old and Middle Irish, National University of Ireland, Maynooth 2006 (David Stifter), 281-286

Law, Literature and Society. CSANA Yearbook 7. Joseph F. Eska Editor. Dublin – Portland Or.: Four Courts Press 2008 (David Stifter), 287-289 Studies on the Book of Deer. Katherine Forsyth Editor, Dublin: Four Courts Press 2008 (David Stifter), 290-295 Abstracts, 297-301


+INFO no site de: Kestische Forschungen

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Parentesco, Antropologia e Arqueologia


EARLY HUMAN KINSHIP

Early Human Kinship. From Sex to Social Reproduction
Allen, N. J.M,Callan, H., Dunbar, R. & James, W (eds.)
Royal Anthropological Institute & Blackwell, 2008   336pp.
ISBN: 978-1-4051-7901-0


Sinopse:

Este volume patrocinado pelo Royal Anthropological Institute da Grã-Bretanha junto com a Academia Britânica reúne uma serie de estudos de figuras de destaque nas ciências biológicas, a antropologia social, a arqueologia, e a linguística coa finalidade de proporcionar um avanço no debate sobre o problema da evolução e a natureza da sociedade humana.

 Uma nova parceria entre especialistas de toda a gama de ciências que se ocupam do feito humano desde a biologia evolutiva, a psicologia, a antropologia social/cultural, ou a arqueologia e a linguística, permite re-prantear questões e debates fundamentais sobre a sociedade humana primitiva desde novos pontos de vista.

Debates sobre questões como se há uma conexão entre o início da linguagem e os começos de "parentesco e casamento" organizado? ou até que ponto o sexo favoreceu seleção evolutiva ou contribuiu princípio gerador a regular as relações sociais?, apresentam-se à olhada interdisciplinar de distintos estudiosos, oferecendo interessantes achegas ao velho problema dos distintos sistemas e terminologias de parentesco e registados pola etnografia e a etnolinguística e e a sua relação coas populações humanas antigas

Uma visão limitada de parte do livro esta ao dispor online


INDEX

Preface xiv-xvi

INTRODUCTION AND BACKGROUND 1

Why ‘Kinship’? New Questions on an Old Topic  p.1-20
Wendy James

A Brief Overview of Human Evolution   p. 21-24
John A. J. Gowlett and Robin Dunbar

PART I Where and When: The Archaeological Evidence for Early Social Life in Africa

Introduction  p. 25-26

1 Kinship and Material Culture: Archaeological Implications of the Human Global Diaspora  p. 27-40
Clive Gamble

2 Deep Roots of Kin: Developing the Evolutionary Perspective from Prehistory   p. 41-57
John A. J. Gowlett

PART II Women, Children, Men – and the Puzzles of Comparative Social Structure

Introduction   p. 59-60

3 Early Human Kinship Was Matrilineal   p. 61-82
Chris Knight

4 Alternating Birth Classes: A Note from Eastern Africa   p. 83-95
Wendy James

5 Tetradic Theory and the Origin of Human KinshipSystems   p. 96-112
Nicholas J. Allen

6 What Can Ethnography Tell Us about Human Social Evolution?   p. 113-127
Robert Layton

PART III Other Primates and the Biological Approach

Introduction   p. 129-130

7 Kinship in Biological Perspective   p. 131-150
Robin Dunbar

8 The Importance of Kinship in Monkey Society   p.151-159
Amanda H. Korstjens

9 Meaning and Relevance of Kinship in Great Apes   p. 160-167
Julia Lehmann

10 Grandmothering and Female Coalitions: A Basis for Matrilineal Priority?   p.168-186
Kit Opie and Camilla Power


PART IV Reconstructions: Evidence from Cultural Practice and Language

Introduction  pp. 187-188

11 A Phylogenetic Approach to the History of Cultural Practices pp. 189-199 Laura Fortunato

12 Reconstructing Ancient Kinship in Africa   pp. 200-231
Christopher Ehret

13 The Co-evolution of Language and Kinship  pp. 232-243
Alan Barnard

EPILOGUE   p. 245-246

Reaching across the Gaps  p. 247-258
Hilary Callan

Appendices to Chapter 12  p. 259-269

1-Nilo-Saharan Kinship  p. 259-263
2-Khoesan Kinship         p. 264-265
3-Kiship Terms reconstructed to Early Afroasiatic Stata  p. 266-269

Bibliography p. 270-301

Index   p. 302-316


sábado, 3 de outubro de 2009

Modelos e Etno-géneses


Áreas Linguísticas e Culturais Atlânticas, modelo de evolução

Fase 1)  Bronze Final Atlântico 900-600 a.C, área Atlântica e área dos Campos de Furnas centro-europeus, contraste entre ambas

Fase 2) Europa Atlântica 600-300 a.C, sobrevivência de celta arcaico (celta Q) em áreas marginais, novo circo atlântico (Gales-Cornualhes-Armorica)e zonas de influenza hallstattica e Lateniense em celta P

Fase 3) Europa Atlântica 300-100 a.C, área de influência de La Tene Meio (Cultura de Arras) e sobrevivência tradições atlânticas indígenas em áreas periféricas (W Irlanda, N Escócia, NW Hispania)

Modelo proposto por Jon Henderson (2007) para explicar a celticidade linguística das áreas marginais ao complexo lateniense (modelo tradicional de celtização). pranteia um modelo de evolução diacrónica correlativa das área linguística e arqueológica atlânticas que permite ver as inter-relações cambiantes a nível global sobre a base de uma continuidade local básica.

Um modelo mais coerente de celtização acredito eu que pensar em macro-ondas demograficas invasivas e historicamente improváveis


A IDADE DE FERRO ATLÂNTICA


HENDERSON, JON C.: THE ATLANTIC IRON AGE. SETTLEMENT AND IDENTITY IN THE FIRST MILLENIUM B. C. ROUTLEDGE, LONDRES, 2007, 369 PP., 125 FIGS.


Por Marcial Tenreiro Bermúdez


Não se pode negar que o conceito de Cultura -ou área cultural- Atlântica foi de grande produtividade para a arqueologia pré- e proto-histórica européia, sobretudo no que se refere a períodos como o megalitismo ou o Bronze Final. Neste sentido o livro em questão que aqui reseñamos se apresenta como um prolongamento do topos atlantico a um período, como o Ferro, onde não desfrutou ainda de tanto predicamento. 
Um objetivo ambicioso que contínua o labor de Barry Cunliffe e outros arqueólogos na definição de uma facies atlântica para dito período, e que Henderson propõe nesta obra a modo de uma complexa e rica síntese interpretativa. Durante o primeiro capitulo parte de uma revisão do próprio conceito de relacionamentos atlânticas e das suas teorias, desde os primeiros desenvolvimentos difusionistas ao decisivo giro procesualista, propondo de passagem uma série de problemas que se foram reproduzindo ao longo da bibliografía: como o tópico do conservadurismo e estatismo da Área Atlântica ou a dificuldade de apreciar o relacionamento entre a diversidade local e a unidade fundamental de uma tradição/é atlântica. 
Para salvar ditas limitações Henderson propõe um conceito de interação mas dinâmico, que permita apreciar o papel e evolução próprias das diversas comunidades locais, não podendo se falar assim, segundo o autor, tanto de uma tradição atlântica uniforme como de uma "diversidade emparentada" na que desenvolvimentos locais junto a relacionamentos a longa distância confluem na criação de uma relativa koiné. Duas feições que conjuga ao longo de toda a obra através de uma síntese entre os modelos de mudança social derivados da teoria de World Economic Systems e da arqueologia do assentamento.

Isso lhe permite observar o papel na continuidade atlântica de fenómenos como a forma de produção predominante: uma economia mista com tendência ao pastoreo, que favoreceu a adaptação das comunidades atlânticas ao deterioro climático que se dá durante a Idade do Ferro, favorecendo por tanto uma maior estabilidade social e cultural, por contraste com o que acontece em outras regiões. Desde o ponto de vista dos padrões de assentamento o Ferro atlântico longe de constituir um retrocesso mantém a tendência do Bronze Final a uma maior sedentarización, apreciavel no aparecimento de sistemas de campos de cultivo fechados (Fields Systems) e assentamentos permanentes, frequentemente em pedra, que se lhes associam.
Um elemento de grande interesse é o uso que o autor faz do conceito de "identidade"; mostrando como as Similitudes e diferenças da cultura material ou o tipo de assentamento podem atuar à hora de criar e negociar afinidades ou alteridades entre comunidades regionais e áreas culturais, incide assim no contraste que se estabelece entre a série de elementos comuns ao complexo atlântico (casas circulares, depósitos acuáticos, ausência de enterros, etc.) e os próprios da tradição dos Campos de Urnas. Atenção especial merece a cultura material, observando que conquanto os objetos que circulam pelo atlântico têm uma origem inicial centroeuropeu, parecem ter sido adaptados para criar uma nova tipologia, própria e comum dentro da área, e intencionalmente diferente do seu modelo original. 
Mostra-se assim o consciente alteridade de duas áreas culturais (Atlântica vs. Campos de Furnas) unidas por um relacionamento de mutualidade comercial (o cobre alpino e o estano atlântico) mas que se reconhecem ao mesmo tempo entre se como diferentes o expressando através da sua cultura material. Envelope a feição simbólica e ideológico dos bens móveis que circulam nas redes atlânticas argumenta que a continuidade de tipologias como os caldeiros de rebites pôde se ver favorecida pelo papel ritual que desempenhavam ditos objetos dentro do seu circulo cultural. O qual poderia explicar o tardio do uso do ferro ou fenómenos peculiares como o de que as poucas espadas hallsttáticas do âmbito nórdico e atlântico sejam normalmente versões em bronze de tipos férreos alpinos. 
Henderson incide no importante papel jogado pelo intenso comércio do Bronze Final para a definição das comunidades atlânticas, já que será finalmente a decadência daquele a que determinasse o seu carácter periférico e marginal durante o Ferro, dando assim local a zonas regionais com uma marcada personalidade, que em parte inovassem desenvolvendo elementos do substrato atlântico comum. Detém-se em concreto em duas zonas sub-regionales: a formada por Irlanda e Escócia, e pelo eixo Armórica-SE da Inglaterra. A primeira desenvolve uma arquitetura própria a partir das casas circulares do Bronze, dando local a edifícios domésticos sem igual como as monumentais roundhouses escocesas, enquanto a outra inmersa na nova rede comercial que se desenvolvesse a partir de 600 a.C., absorve e sintetiza elementos do mundo centroeuropeu e lateniense. Henderson observa dentro de ambas umas convergências na cultura material e o de habitem, bem como a sincronia de determinados fenómenos, que parecem sugerir contactos mas intensos do que mostra a priori o registo.

Por ultimo um ponto a assinalar, desde uma perspetiva peninsular, é a reformulação que realiza o autor na conclusão do problema das línguas célticas. Para isso toma como base a hipótese da língua franca atlântica de Marisa Ruíz-Galvez (Ruíz-Galvez, 1990), bem como os modelos de celtização linguística durante o Bronze Final que, durante os últimos ânus, foram utilizados por arqueólogos e lingüistas para explicar a problemática irlandesa (Koch, 1986; 1991;Waddell, 1991; Wabbell e Conrroy, 1999; Raftery, 1991, Cunliffe, 2001), o que lhe permite correlacionar as áreas linguísticas com a visão arqueológica, replanteándoas como manifestação de uma dicotomía que se observa assim mesmo no registo entre as zonas de influência lateniense e aquelas outras, como Irlanda ou a Península Ibéria, ficaram, em maior ou menor medida, à margem da nova rede de contactos atlânticos, e que se caracterizassem significativamente por manter dialetos celtas mas arcaicos em Q- por oposição ao inovador celta P- derivado do mundo continental. Inferindo-se disso como lógica conclusão a identidade entre o Celta Q- (ou proto-celta) e a postulada língua vehicular do Bronze Final Atlântico. 
Uma alternativa mais procesual e cumulativa que tem ao seu favor, com respeito às suas competidoras, uma maior coerência entre dados linguísticos e arqueológicos, mas que contrasta com as geralmente aceitadas visões da celtizacão hispana, que tendem a atribuir a um processo celtiberiçador, primando a via continental-pirenaica- sobre a atlântica, hipótese que foi criticada recentemente para a própria Celtiberia (De Bernardo, 2006; Manyanos, 1999). Isso levou aos nossos proto-historiadores, com exceções (Pena, 1994), a considerar ao NO peninsular como uma área à margem de uma celticidade definida baixo o paradigma do celtibérico, se propondo como alternativa uma série de rasgos e particularidades diferenciais do castrejo, como o seu carácter periférico ou a continuidade autótona com respeito ao Bronze Final Atlântico. Precisamente os mesmos elementos (continuidade com o Bronze Final e evolução autónoma) que servem -henos aí um interessante paradoxo para a reflexão- ao nosso autor e a outros arqueólogos europeus para definir, precisamente, e explicar com isso de maneira abundo convincente e coerente as "celticidades" de outras comunidades atlânticas durante o Ferro.


DE BERNARDO STEMPEL, P. (2006): “Las lenguas célticas en la investigación: cuatro observaciones metodológicas”, Cuadernos de Filología Clásica. Estudios griegos e Indoeuropeos, 16, pp. 5-21

CUNLIFFE, B. (2001): Facing the Ocean. The Atlantic and its peoples 8000BC-AD 1500. Oxford.

KOCH, J. T. (1986): “New Thoughts on Albion, Ierne and the Pretanic Isles”, In: Proceedings of the Harvard Celtic Colloquium, 6, pp. 1-28

___(1991): “Eriu, Alba and Letha: When was a language ancestral to Gaelic first spoken in Ireland?”, Emania, 9, 5-16

MANYANOS PONS, A (1999): “Un estado de la cuestión de la celtización peninsular desde la complementariedad de un doble proceso” Kalathos nº 18,, pp. 125-151

PENA GRANA, A. (1994): “O Territorio e as categorias sociais na Gallaecia Antiga” Anur. Brig, 17, pp. 33-78

RAFTERY, B. (1991): “The Celtic Iron Age in Ireland: Problems and Origins”, Emania, 9, 28-32
RUIZ-GALVEZ, M (1990): “Canciones del muchacho viajero” Veleia, 7, pp. 79-104

WADDELL, J. (1991): “Celtization of the West: An Irish Perspective”, en Chevinot, C. y Coffyn, A (eds.): L´age du Bronze Atlantique. Beynac, pp. 349-366

WADDELL, J. y CONROY, J. (1999): “Celts and Others: maritime contact and linguistic change” en Blech, R. y Springgs, M. (eds.): Archaeology and Language IV: Language Change and Cultural Transformation. Londres, pp. 125-13

(publicado en Gallaecia nº 28, 2009, pp. 221-222)


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